Um dos
executivos mais influentes da Educação Básica brasileira, Mario Ghio falou
durante o encontro Tendências da
Educação, que reuniu mais de 200 gestores educacionais em
São Paulo
No modelo tradicional, a escola parece se tornar
cada vez menos convidativa aos estudantes. Não basta tecnologia ou recursos dos
mais diferentes tipos para atraí-los e estimular o interesse pelo aprendizado.
Por isso, é necessário discutir os rumos da educação do futuro, analisar e
buscar soluções para os novos desafios e promover melhores relações sociais,
estimulando as habilidades do século XXI.
Em evento realizado na última terça-feira (28)
pelo Programa Semente, Tendências da Educação 2019, no
Novotel Center Norte, em São Paulo, Mario Ghio, um dos executivos mais
influentes da Educação Básica, presidente da holding Saber, afirmou a
importância de desenvolver a aprendizagem socioemocional nas escolas
brasileiras, para acompanhar as tendências da educação: “se as escolas não se
atentarem sobre as habilidades socioemocionais, não haverá alunos; no futuro,
as instituições de ensino irão perder o caráter instrucional para se tornar ambientes
de aprendizagem colaborativa e de relacionamento”, disse.
Com a presença dos palestrantes Leandro Karnal e
do fundador do Programa Semente, Celso Lopes de Souza, as habilidades
socioemocionais e as novas ideias de solução para a melhoria da educação no
Brasil foram apresentadas para gestores e mantenedores de escolas. Em sua
palestra, Karnal ressaltou a importância do professor e da educação no mundo
líquido (conceito de Zygmunt Bauman), onde as relações são instáveis e sem
formas. Nesse contexto, os professores devem reconhecer que todo o esforço de
hoje não terá um resultado imediato, mas sim, um efeito futuro, somente quando
será possível observar os adultos que seus alunos se tornarem.
Esse ensinamento também vale aos professores,
para que eles tenham capacidade de lidar melhor com os estudantes e implantar
nas salas de aulas a aprendizagem socioemocional. “Quando o professor da escola
se capacita para aplicar essa metodologia, o impacto é muito maior, pois ele
conhece os alunos e tem maior envolvimento”, afirma Celso.
Atualmente, das 10 competências previstas na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), 4 são explicitamente habilidades
socioemocionais. “Nós percebemos que todas as habilidades exigidas por grandes
empresas não são apenas os conceitos da profissão, mas sim, habilidades
socioemocionais, como agilidade, proatividade, resolução de problemas, capacidade
de negociação, comunicação e planejamento, além de liderança e trabalho em
equipe”, ressaltou Mario Ghio.
Segundo Ghio, daqui a 30, 40 anos os jovens não
irão para a escola somente para adquirir conteúdos e disciplinas, mas para
aprender a se relacionar. Por conta disso, o futuro das instituições de ensino
está nas mãos da aprendizagem socioemocional.
Pesquisa nacional – O
fundador do Programa Semente chamou a atenção para a necessidade do embasamento
científico como auditor dos programas sobre aprendizagem socioemocional no
mundo. Amparado pelas principais pesquisas científicas na área de aprendizagem
socioemocional, o Programa Semente acaba de publicar o maior estudo sobre o
impacto do ensino das habilidades socioemocionais em alunos brasileiros. A
pesquisa, realizada pela UFRJ, foi feita com 9,6 mil estudantes do Programa
Semente e mostrou impactos positivos em todos os domínios avaliados, apontando
nos índices gerais de Habilidades Socioemocionais um aumento estatisticamente
significativo de 6,7% na melhora do comportamento desses alunos.
Programa
Semente
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