A modelo e universitária Eliane Medeiros, que tem vitiligo, gravou filme para esclarecer e diminuir o preconceito sobre a doença
Eliane
Medeiros (21 anos) é modelo profissional, estudante de Direção de Artes e tem
vitiligo. Seu depoimento no filme https://youtu.be/6PT9Gu3_Qfw (1”15’) mostra que leva uma vida normal e se
aceita como é, com suas manchas. Para ela, a única diferença que existe é que a
sua pele é sensível, e precisa de mais cuidados, além de utilizar o filtro
solar. A doença, que ainda não tem cura, acomete cerca de 1% da população
mundial e 0,5% da brasileira, e não é
transmissível.
O vitiligo é facilmente diagnosticado pela presença de manchas
brancas em qualquer área da pele, que
não têm melanócitos, células responsáveis pela
formação da melanina, pigmento que dá cor à pele. Por conta dessas características, pessoas que têm
vitiligo costumam enfrentar muito preconceito. Pensando nisso, a Sociedade
Brasileira de Dermatologia aproveitou o dia 25 de junho, Dia Mundial do
Vitiligo, para promover uma campanha de conscientização da doença. As ações da
SBD têm como objetivo esclarecer e diminuir o preconceito acerca do
assunto.
Durante o filme, Eliane Medeiros fala sobre os preconceitos
que já passou e faz um alerta para a população. “Ninguém quer ser rejeitado ou deixado
de lado por uma característica que é sua. Antes de você se afastar de algo ou
praticar algum tipo de atitude pejorativa, você precisa se informar. Vitiligo
não passa”, diz ela. O depoimento de superação da modelo também faz parte do
filme. “Foi um processo bem doloroso, mas hoje eu consigo me aceitar da forma
como eu sou. Eu me acho bonita, eu me acho interessante. Comecei a enxergar o
meu trabalho como uma forma de transformação social. Você também pode ser feliz
e bonita do jeito que você é, tendo vitiligo ou tendo qualquer outra
característica”, afirma.
Os cuidados necessários que as pessoas que possuem vitiligo
precisam ter é se proteger do sol, usando medidas fotoprotetoras, evitar roupas
apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e controlar o
estresse. Esses fatores podem precipitar o aparecimento de novas lesões e
acentuar as já existentes. “As lesões provocadas pela doença, não raro, impactam
significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, na maioria
dos casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, para prevenir o
aparecimento de novas lesões e garantir efeitos positivos nos resultados do
tratamento”, explica a Dra. Ivonise Follador, médica dermatologista da
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
É uma doença genética e autoimune, mas nem todos os motivos que
desencadeiam a autoimunidade já foram esclarecidos. Além disso, alterações ou
traumas emocionais também podem estar entre os fatores que desencadeiam ou
agravam a doença. O vitiligo não tem muitos sintomas físicos, e sim psíquicos.
“Em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e coceira na
área afetada. Mas, a grande preocupação dos dermatologistas são os
sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Eles precisam conversar com o médico
e psicólogo para não deixar a dermatose virar o centro da sua vida, levar à
baixa estima e retração social. A família tem papel fundamental na superação da
doença, principalmente na infância”, comenta a
dermatologista.
Segundo Dr. Caio Castro, outro médico dermatologista da
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD),
apesar da doença ainda não ter cura, existem
resultados excelentes e satisfatórios no
tratamento do vitiligo, que visam controlar a doença, cessando o aumento das
lesões (estabilização do quadro) e repigmentando a pele.
“O tratamento é
individualizado e pode ser realizado a partir da fototerapia com radiação
ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), fototerapia com ultravioleta A (PUVA),
tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas de transplante de
melanócitos. Também existem medicamentos em fase de pesquisas e/ou estudos que
devem surgir em médio prazo”, conta o médico.
A SBD também alerta para cuidado com medicamentos ditos
milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos. “Esses
procedimentos podem levar à frustração e a reações adversas graves” pondera o
médico Caio Castro. O dermatologista é o profissional mais indicado para
realizar o diagnóstico e tratamento da doença. Além disso, é válido lembrar que o vitiligo não é
contagioso. Busque um médico associado à SBD: http://www.sbd.org.br/associados/.
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