Em 2016, a produção agrícola no Brasil bateu
recorde, alcançando 230 milhões de toneladas. E isso ocorreu com o aumento de
somente 6% na área plantada. O agronegócio do País coloca-se entre os mais
evoluídos do mundo, inclusive no que diz respeito às boas práticas de manejo de
nutrientes e conservação do solo. Atualmente, produtores e órgãos do meio
ambiente discutem o aperfeiçoamento do Código Florestal Brasileiro, criado há
cinco anos, com o objetivo de melhorar a safra sem prejudicar o ambiente. Um
instrumento importante para sua efetivação, e que vem sendo implantado com
sucesso, é o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
A
despeito dessas boas notícias, muitos preconceitos e falta de informação ainda
cercam o universo agro. Veja o caso dos fertilizantes, muitas vezes criticados
sem qualquer fundamento. Os fertilizantes, sejam minerais ou orgânicos, são
compostos que desempenham função primordial no desenvolvimento das
plantas: fornecem ao solo os nutrientes que elas necessitam para germinar
e produzir folhas, sementes e frutos. O uso consciente e o emprego de
técnicas agrícolas adequadas são a chave para o aumento da produtividade agrícola
e, consequentemente, a redução do custo dos alimentos.
Principalmente
para tentar acabar com mitos e inverdades a respeito desse assunto, existe no
Brasil, desde 2016, a Nutrientes Para Vida (NPV), iniciativa que possui visão,
missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life. O
objetivo dela é esclarecer e informar a sociedade sobre os benefícios dos
fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua
utilização adequada.
O
Diretor do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas do Brasil (IPNI) e
ex-coordenador técnico da NPV, Dr. Luís Ignácio Prochnow, chama a atenção para
a importância de se diferenciar fertilizante de agrotóxico, por exemplo. O
primeiro tem a função de fornecer nutrientes para o desenvolvimento das plantas
enquanto o segundo, também denominado de defensivo agrícola, visa proteger as
plantações contra o ataque de doenças e pragas.
Outra
dúvida recorrente diz respeito aos termos fertilizante e adubo. Eles são
sinônimos, e representam os compostos químicos que podem ser encontrados na
forma orgânica ou inorgânica, dependendo da sua origem.
Segundo
Dr. Luís Prochnow, é fundamental utilizar os produtos de forma adequada e
responsável: “Tudo ou quase tudo que você utilizar de forma inadequada pode trazer
problemas, e com os fertilizantes não é diferente”. Por isso, o IPNI adota o
conceito dos “4 Cs” no manejo dos fertilizantes, cujos princípios fundamentais
são: utilizar a fonte correta, a dose correta, aplicar na época correta e no
local correto. “Desde que se adote esse manejo com critério, haverá aumento de
produtividade e de lucratividade na atividade agrícola, com maior
sustentabilidade da produção e, inclusive, maior qualidade nutricional dos
produtos, sem causar problemas ao ambiente”, acrescenta Dr. Luís Prochnow.
Todo
ser vivo necessita de nutrientes, e os fertilizantes são compostos que, quando
utilizados corretamente, proporcionam maior qualidade aos produtos agrícolas.
Com o fornecimento de nutrientes em quantidades adequadas e balanceadas para as
plantas, dentro de um programa agronômico eficiente, há maior qualidade
nutricional e, consequentemente, maior benefício para os consumidores.
“As
pessoas devem se precaver contra os comentários negativos da mídia sobre esse
tema e se preocupar realmente com os aspectos técnicos e científicos da
utilização dos fertilizantes, antes de tecerem comentários sobre o assunto,
porque muito do que se diz não corresponde à realidade”.
Os
fertilizantes são responsáveis por cerca de 50% da produção mundial de
alimentos, ou seja, sem eles haveria menor quantidade de alimentos para a
população e, consequentemente, maiores problemas de fome e desnutrição no
mundo. Eles garantem a segurança alimentar para a crescente população mundial.
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