Especialista em Constelação
Familiar diz como lidar com a pressão da maternidade perfeita
Muitos são os dilemas da maternidade atual e com
a pressão para ser a “mãe perfeita”, o número de mulheres frustradas durante
o puerpério, período que dura cerca de dois meses após o parto e que
se culpam de alguma forma por não corresponderem ao estereótipo da mãe ideal
dos comerciais de televisão, parece só aumentar. Isso é o que mostrou a
pesquisa “A Nova Mãe Brasileira”, feita pelo Instituto Qualibest, que ouviu
1.317 mil mães, com mais de 18 anos de idade.
Segundo dados da pesquisa, dois terços das mães brasileiras consideram
a rotina difícil, exaustiva ou impossível e 70% delas afirmaram que se sentem
julgadas ou cobradas pela sociedade. Das mulheres entrevistadas, um terço
confessou que já perdeu a paciência em algum momento e teve alguma atitude da
qual se envergonha, desde dar comida industrializada, deixá-lo assistindo TV
para cuidar das suas próprias atividades, dar chupeta para acalma-lo ou mamadeira
em vez do peito, até mesmo esquecê-lo em algum lugar e dar umas palmadas.
De acordo com a psicóloga e coach da Clinica Soulleve, Thais Silva,
é muito comum que as recém-mães tenham dúvidas sobre o que é certo para a
criação dos bebês, diante de tantas possibilidades e diferentes vertentes de
como criar bem suas crianças. Segundo ela, essa cobrança relatada pelas mães na
pesquisa vem muitas vezes de suas próprias mães, agora com um novo status de
autoridade na “hierarquia” feminina, das demais mulheres da família, dos homens
que as comparam com suas mães, bem como da sociedade que dita como lidar
corretamente com as crianças.
“O problema é que junto com tantas questões, as mudanças hormonais e
turbilhão de sentimentos vêm o medo de errar e a famosa culpa materna, uma
porta perigosa para o chamado baby blues, ou pior, a depressão pós-parto.”,
diz Thais.
Para lidar com esse estado, no entanto, a especialista afirma que há duas
abordagens possíveis e complementares. Uma com foco no indivíduo e em como ele
lida com suas dificuldades e outra mais dinâmica, levando em consideração o
sistema familiar como um todo, analisando o histórico da maternidade que vêm
sendo passada de geração em geração.
“Utilizamos um método psicoterapêutico conhecido como Constelação Familiar,
que estuda os padrões de comportamento de grupos familiares através de
suas gerações. Assim, analisamos as dificuldades com a maternidade e as
relações familiares vivenciadas no passado e que podem ter gerado consequências
nessas novas mães no presente. As vezes, uma relação nociva com suas mães
difíceis ou uma frustração pessoal que precisa ser superada para que haja
reconciliação e uma mudança nos padrões de comportamento dessa família. E é
isso que precisamos tratar para que essa mãe pare de se culpar e entenda que é
acima de tudo humana”, conclui a psicóloga.
Thais Silva se formou pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É master coach pela Sociedade
Latino Americana de Coaching (SLAC), facilitadora de constelação familiar
sistêmica pela Ápice Desenvolvimento Humano. MBA em gestão de negócios pelo
IBMEC. Teve uma carreira executiva de mais de 15 anos em consultoria de
negócios. Atualmente, suas áreas de especialidade são coaching, relações
humanas, gestão de pessoas e de mudança, com dedicação às práticas
voltadas ao bem-estar, equilíbrio emocional e qualidade de vida na Clínica
Soulleve, em São Paulo.
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