Foco em resultados é uma das
competências mais usadas - e abusadas - por empresas em seus processos de
recrutamento e seleção e gestão de desempenho. Mas, o que exatamente quer dizer
ter foco em resultados? Resolvemos entrar no clima de Copa do Mundo e no universo
das OKRs – (Objectives and Key Results) metodologia de gestão por metas,
que foi desenvolvida no Vale do Silício e é praticada por empresas como Google,
Linkedin e Dropbox.
No futebol, foco em resultados
não falta. O placar é o resultado. De nada adianta se o time joga bem, os
jogadores fazem grandes dribles e a seleção ter treinado horrores, se o
resultado do jogo não for a vitória. A máxima "O importante é
competir" faz sucesso entre pais e filhos, mas não muito no esporte de
alto rendimento. O que acontece quando um time para de ganhar e entregar
resultados? O técnico geralmente é substituído, assim como alguns dos seus
jogadores.
Os dirigentes de clubes e seus torcedores
são implacáveis, e não querem saber o quanto o time de esforçou. O que vale é o
gol. Mais do que isso: fazer mais gol do que tomar. Portanto, não falta foco em
resultados em um time de futebol. Já nas empresas a coisa complica um pouco.
Para começar, o resultado nem sempre é tão claro quanto no esporte. Ao
contrário da vitória no futebol, o resultado de uma empresa pode ser mais
aberto a inúmeras interpretações. Medidas financeiras como lucro, faturamento e
retorno sobre o capital investido são bons indicadores, mas estão longe de
serem definitivos.
O Balanced Scorecard, que
é uma metodologia criada pelos acadêmicos americanos Robert Kaplan e David
Norton, tentou criar um conjunto de direcionadores que deveriam refletir mais
holisticamente como se define o sucesso de uma empresa. Se é difícil definir o
que é resultado para uma empresa, muito mais difícil é definir o que é
resultado para uma área ou colaboradores. Para um grupo em especial, os
vendedores, essa tarefa é um pouco mais fácil. Assim como para a turma do
futebol, é muito difícil argumentar contra a facilidade de se medir o
desempenho de um vendedor com base na sua métrica fundamental: a venda.
Vendedores tendem a ser muito
focados em resultado, e terem uma forma de trabalho bastante orientada para
isso, com cotas, metas, indicadores e rituais todos orientados para o
atingimento desses resultados. Em times ágeis de produto, por exemplo, pode ser
muito mais difícil manter o time com foco no resultado. Esses grupos,
usualmente compostos por um conjunto de profissionais de áreas de atuação
diferentes (como desenvolvedores, designers, gestores de produto etc),
geralmente o foco está mais na entrega, características, diferenciais e
funcionalidades de software, e menos em indicadores de negócio.
É muito raro que esses times
saibam para que estão fazendo algo, ou seja, que resultado de negócio estão
tentando melhorar, e que se sintam responsáveis por esses resultados. Pode-se
esforçar muito e gastar meses construindo um novo "carrinho" para um site
de e-commerce, mas de nada vai adiantar todo esse empenho se essa nova
funcionalidade não se traduzir em mais vendas para a empresa. No entanto, uma
das ferramentas mais potentes para se melhorar o foco em resultados são as
OKRs, pois essa metodologia força seus praticantes a pensarem em termos de
resultados. A meta é composta por um objetivo, que é uma descrição qualitativa
do resultado de negócio a ser atingido (como "aumentar o faturamento da
empresa", "melhorar a lucratividade do produto XYZ" ou "reduzir
os custos com transportes" e assim por diante). Muitas vezes, os
colaboradores têm metas, mas pouca noção clara do porquê delas.
O objetivo deve estar sempre acompanhado por um conjunto de indicadores - os resultados-chave -, que servem como forma de se medir se o objetivo foi ou não atingido. Por exemplo, uma OKR de um time deve contribuir diretamente à OKR da unidade organizacional que faz parte o time, devendo contribuir às OKRs da empresa. Assim, todos têm consciência constante de como suas iniciativas contribuem para aos resultados da companhia. Como e o porquê usar as OKRs para reforçar essa competência são importantes para apontar os esforços dos colaboradores em direção aos resultados primordiais.
Vai Brasil rumo ao hexa!
Francisco de Mello - apaixonado por cultura organizacional, fundador da Qulture.Rocks, startup de tecnologia para a gestão de desempenho. kiko@qulturerocks.com
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