O mundo
mudou, definitivamente. Hoje, ele cabe na palma da mão, nos chamados
smartphones. Entretanto, a mesma tecnologia que facilita a vida diária, também
pode agravar sintomas de alguns transtornos psiquiátricos, como o TDAH e até
mesmo criar dependência de seu uso.
Essa foi a conclusão de uma revisão de 38 artigos científicos feita pelo especialista internacional em TDAH, Dr. Atilla Ceranoglu, Diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital for Children, em Boston, nos Estados Unidos. O estudo também mostrou que ter TDAH é um fator de risco para usar a tecnologia de forma excessiva.
Os resultados foram apresentados no “Meeting of Minds X”, evento científico dedicado ao TDAH, que aconteceu na Espanha, no último mês de abril e discutiu as novidades sobre o transtorno. A neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann participou do evento que contou com especialistas em TDAH de várias partes do mundo, incluindo do Brasil.
Essa foi a conclusão de uma revisão de 38 artigos científicos feita pelo especialista internacional em TDAH, Dr. Atilla Ceranoglu, Diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital for Children, em Boston, nos Estados Unidos. O estudo também mostrou que ter TDAH é um fator de risco para usar a tecnologia de forma excessiva.
Os resultados foram apresentados no “Meeting of Minds X”, evento científico dedicado ao TDAH, que aconteceu na Espanha, no último mês de abril e discutiu as novidades sobre o transtorno. A neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann participou do evento que contou com especialistas em TDAH de várias partes do mundo, incluindo do Brasil.
TDAH x Tecnologia
O estudo foi uma revisão da literatura e confirmou que as crianças com TDAH apresentam dificuldades para limitar e monitorar o uso das tecnologias. Quando comparadas a crianças sem o transtorno, elas tendem a passar mais tempo jogando, por exemplo.
“Essa falta de limites está relacionada às próprias características do TDAH, como dificuldade de gerenciar o tempo, dificuldade de se organizar, de priorizar as atividades, assim como dificuldade para regular a impulsividade. Outra revelação importante é que o uso excessivo da tecnologia também afeta o rendimento escolar, principalmente nas crianças que passam mais de uma hora por dia jogando”, comenta Dra. Andrea.
O tempo também foi avaliado. Os efeitos na saúde mental e nas funções cognitivas estão ligados à quantidade de horas de uso de jogos ou de outras tecnologias. As crianças que jogaram 96 minutos ou mais por dia foram as que apresentaram os piores desempenhos e agravamento dos sintomas do TDAH.
Sono também é afetado
A privação do sono é um problema enfrentado por muitos pais, principalmente de crianças mais velhas e de adolescentes, sendo a tecnologia é uma das principais causas para o déficit do sono nesta população.
Segundo Dra. Andrea, crianças com TDAH que dormem mal ou dormem pouco poderão apresentar piora dos sintomas de atenção, com importantes déficits na memória e na capacidade de aprendizagem, o que afeta diretamente o desempenho escolar.
Monitoramento pelos pais é fundamental
Outro fator que apareceu no estudo é o local de acesso à tecnologia. “As crianças que possuem vídeo games, televisão e acesso à internet no quarto são as que costumam ficar mais tempo usando a tecnologia, já que têm menos supervisão dos pais”, explica Dra. Andrea. Por isso, a dica é retirar todos os equipamentos do quarto e monitorar de perto o tempo que a criança gasta vendo TV, jogando vídeo game ou usando a internet.
Além da supervisão dos pais, os especialistas recomendam que crianças abaixo de dois anos não devem ser expostas a smartphones, celulares ou televisão. Acima desta idade, o uso deve ser limitado a uma hora por dia e supervisionado.
“A criança copia o comportamento da família. Portanto, todos devem se comprometer a reduzir o uso dos dispositivos, principalmente antes de dormir e nas horas das refeições. Como não é possível proibir totalmente, é preciso equilibrar o tempo gasto em celulares, internet e games", diz a médica.
O ideal, segundo Dra. Andrea, é procurar participar desse uso de alguma maneira, ver junto, jogar junto, etc. Isso vale para todas as crianças e adolescentes, mas é preciso lembrar que aquelas com TDAH devem ter ainda mais supervisão por parte dos pais, já que são mais suscetíveis aos efeitos negativos da tecnologia.
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