terça-feira, 1 de maio de 2018

Queda capilar: as causas que vão muito além de fatores genéticos

A calvície, nome técnico dado à queda acentuada de cabelo, é um problema muito comum e debatido entre os homens. Mas, o que boa parte da população não sabe, é que ela afeta também as mulheres e jovens. Causada muitas vezes por fatores genéticos, a queda também pode ser motivada por agentes externos e pelo estilo de vida da pessoa. A Dra. Leticia Contin, dermatologista especializada em tricologia, explica abaixo algumas das causas mais comuns para o aparecimento do problema nas mulheres:
 
Alterações hormonais (ovários policísticos e hipotireoidismo)
No caso de ovários policísticos, ocorre um aumento do hormônio masculino no organismo e isso propicia o afinamento dos fios. Já em relação ao hipotireoidismo, que acarreta diminuição na função da tireoide, os fios vão sofrer com a redução hormonal e podem passar por um processo de queda intensificado. Então, não é mais um processo de afinamento que percebemos com o aumento da testosterona, mas sim de queda dos fios. 

Dietas restritivas
Nessa circunstância, como a quantidade de vitaminas e nutrientes é ingerida em quantidade menor que a necessária, elas tendem a ser enviadas para os órgãos mais essenciais e que precisam de mais energia e vitaminas. Com isso, a saúde do cabelo tende a cair, ocasionando a queda. 

Estresse
O estresse físico e emocional em si não costuma causar uma queda difusa (aquela onde observamos vários fios no travesseiro, por exemplo). Mas pode estar relacionada a um tipo de alopecia que se chama “alopecia areata”, doença que costuma trazer áreas sem cabelo bem delimitadas, lisas e queda em placas.

Doenças autoimunes
Usando o Lúpus como exemplo, pode haver uma queda difusa, ou seja, aquele tipo de queda em que vemos os fios no travesseiro ou espalhados pela casa. Mas, na maioria dos casos, não causa uma falha visível no couro cabeludo. É importante lembrar que a grande maioria destas situações não são comumente relacionadas a doenças autoimunes. 

Gravidez
Durante a gravidez os hormônios femininos costumam deixar o cabelo mais grosso, brilhoso, volumoso e bonito. Porém, quando a criança nasce, a quantidade destes hormônios diminui consideravelmente.  Os fios sofrem com esta queda hormonal e entram numa fase que chamada de “repouso” (fase telógena), que dura em torno de 3 meses. Passado esse período, ocorre uma queda acentuada. Os fios que caem depois da gestação costumam nascer novamente. Essa é uma boa hora para procurar um dermatologista e começar um tratamento.

Esteroides anabolizantes
O número de pessoas tomando anabolizantes por conta de ganho de massa muscular tem aumentado muito nos últimos anos. Estes compostos são substâncias  derivadas de hormônios masculinos (testosterona) e um dos efeitos deste hormônio e suas frações é o afinamento e enfraquecimento dos fios. 

Quimioterapia
Acarreta um outro tipo de queda, na qual os fios são atacados em sua fase de crescimento (fase anágena). Num cenário de normalidade, temos cerca de 80% dos fios na fase anágena. Sendo assim, quando eles são atacados nesta fase causam um aspecto de calvície importante, pois correspondem à maioria dos fios do couro cabeludo.
Em todos os casos, vale ressaltar a importância de procurar um dermatologista para avaliar, identificar a causa e indicar o tratamento adequado para cada indivíduo. A Dra. Leticia ainda destaca a importância de um diagnóstico precoce para um tratamento eficiente. “Quanto mais rápido o diagnóstico, melhores são os resultados. Hoje, o mercado possui uma infinidade de tratamentos e a laserterapia, por exemplo, tem sido muito utilizada, trazendo excelentes resultados para muitos quadros, seja sozinha ou associada a outras formas de tratamento”.
Existem atualmente no mercado diversos tipos de dispositivos para o tratamento da calvície com laser de baixa potência, inclusive para uso doméstico, como o capacete iGrow ou a tiara Hairmax Laserband. Esse tipo de aparelho estimula o bulbo a aumentar a produção de energia e melhora o ambiente para o crescimento de cabelos naquela região. “Há  uma dilatação dos vasos melhorando a oxigenação local e o crescimento capilar. Quando a energia é aumentada, o bulbo passa mais tempo na fase de crescimento, combatendo a queda e o afinamento”, afirma a dermatologista.

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