Um cliente inscrito em um programa de fidelização entra na loja.
Ele é identificado em tempo real, por um sistema de reconhecimento facial, que
sabe sua faixa etária, suas preferências e hábitos de compra. Assim, é possível
lhe fazer recomendações personalizadas de produtos e serviços. Depois, se sabe
quanto tempo o cliente ficou na loja, em qual área mais circulou, quando tirou
um produto da prateleira, o devolveu para a prateleira ou o comprou. Tudo isso
parece um conto de fadas para o varejista, mas é um mundo real: ‘lojas do
futuro’, informadas por inteligência baseada em nuvem, existem e já estão no
Brasil.
É um
universo fantástico com possibilidades infinitas: saber, em tempo real, quando
um item está em falta ou mal colocado na loja; se o movimento da loja está
muito fraco; fazer uma promoção relâmpago, enquanto vitrines inteligentes
exibem ofertas personalizadas...E veja: até a prevenção contra roubo, reconhecer aquele ladrão de
loja, logo quando passa pela porta, por meio de câmeras de visão por computador.
Lá atrás, quando ouvimos falar boquiabertos do robô humanoide,
que interagia com os clientes e ‘percebia emoções humanas’, ainda nos parecia
estar assistindo a um filme de ficção. E, hoje, já temos os robôs físicos, que
podem ser utilizados como recepcionistas no varejo; e os robôs virtuais, que
atendem os clientes por meio do Chatbots. Seu uso ajuda empresas a terem resultados certeiros. O robô Pepper, da japonesa Softbank (criado
em 2010), aumentou em 70% o tráfego em lojas da Califórnia.
Em casos de rede, é possível reunir informações de
milhões de clientes, de milhares de lojas, ao longo de anos. Com a ajuda da IA,
os dados são convertidos em perfis de comportamento, baseados em algoritmos
complexos. Imagine o quanto de informações valiosas se tira disto para criar
campanhas segmentadas e mais assertivas, ofertas customizadas, gerar vendas
maiores, gerenciar o estoque e a logística e fazer uma economia em custos para
a empresa. É o início de uma revolução, com máquinas capazes de realizar
o que parece o impossível. É a poderosa
Inteligência Artificial, que diverte, distrai, inspira e ao mesmo tempo
assusta. Assusta quando se sabe que a máquina pode fazer igual e até melhor
do que o ser humano.
E para o
consumidor é um mundo de sonhos e comodidade. É possível enviar uma foto do
rosto e ter orientações de maquiagens (Sephora) e comprar roupas clicando as
peças ao assistir de um Smartfone a um desfile da loja (Zara). E além da IA, ainda tem a Internet das Coisas, o Big
Data, que abrem possibilidades incríveis.
Mas
sendo realista, o Brasil tem restrições: falta
de conhecimento e prontidão cultural impedem a adoção da IA; e alto custo de
implementação de novas tecnologias, entre outras. O nosso mercado tem potencial
de crescimento, mas é pequeno se comparado aos EUA e Europa. E vale ressaltar que nesse setor, o varejo é
impulsionado, em grande parte, pelas startups, que tranformam o acesso às
aplicações com uso de IA mais acessível e simples. Por isso, no próximo evento
bimestral da Abiesv, o 26º Backstage do Varejo, debateremos extamente sobre:
Inteligência Artificial e as Startups.
As grandes e os pequenos – Temos no Brasil, no mercado
de IA, os exemplos das grandes -- como Grupo Pão de Açucar, Magazine Luiza,
Drogasil --, que começam a
aplicar essa tecnologia para melhorar a experiência do consumidor e ampliar as
vendas. E também as grandes do exterior, como Amazon
Go, Softbank, The North Face, Apple, Google e Walmart. Mas essas já foram
amplamente divulgadas.
Existem
algumas experiências mais realistas no País, daquele médio empresário/lojista,
que não necessariamente já usa a IA, mas se utiliza de avanços tecnológicos e
está a frente e provavelmente de ‘olho’ na
Inteligência Artificial. Um de nossos associados na Abiesv, a Joy Indústria e
Comércio de Móveis, especializada na fabricação de móveis para o varejo, teve sua equipe de
profissionais vivenciando, recentemente, uma experiência incrível em IA. Ao fazer a
execução e montagem de todo mobiliário da loja Omnistory, no Shopping
Villa Lobos, a equipe acompanhou de perto a construção da ‘loja do futuro’,
onde tudo é monitorado. Tem sistema de reconhecimento facial, vitrines inteligentes,
possibilidade de pagamento por celular, entre outros avanços. Veja o link: https://www.omnistory.com.br/paginainstitucional/fornecedores-parceiros. Com isso, a Joy ficou
próxima do que há de mais inovador em varejo. E levaram a lição: em tendência,
há uma grande possibilidade do mobiliário para varejo um dia sair da fábrica
com tecnologia embarcada, além de iluminação, a rapidez de implantação, facilidade
na obra, segurança e outras vantagens.
Já um outro associado, a MosS Mídia tem a experiência em tecnologia
avançada no seu dia a dia. A agência desenvolve e gerencia conteúdo em áudio e
vídeo para o varejo. Seus clientes têm acesso a um painel, com cinco moods do
PDV -- Programação Atual, Tranquilo, Relaxante, Animado e Agitado --, que
clicando pode-se mudar o astral da loja. De acordo com o perfil do público-alvo
e da mensagem que a marca quer passar, é criado um branding musical, que
transmite a atmosfera sonora desejada. O cliente se sente mais confortável e
pode passar mais tempo na loja: aumenta a possibilidade de venda e cria memória
afetiva da marca.
A
Kawahara/Takano, escritório brasileiro de arquitetura de negócios e conceitos
de store design, com trabalhos internacionais, apresenta seus projetos
usando tecnologia de última geração:
realidade virtual, por meio de óculos 3D. Temos ainda a Kemp, que fornece
técnicas de arquitetura e engenharia, e implementa os avanços tecnológicos mais
‘criativos’ e acessíveis, também não propriamente IA, mas bem avançados, como
realidade aumentada, realidade virtual, óculos 3D, Laser Scan 3D e
drones. Na realidade aumentada, a apresentação dos projetos permite a
integração de informações virtuais, geralmente tridimensionais, em ambientes
reais com uso de uma câmera. Agora, a Kemp planeja trazer o Microsoft Hololenz, dispositivo de realidade virtual (2015), chamado de
"computador holográfico”, que trabalha com hologramas e seu hardware
interpreta gestos e vozes. Os seus investimentos em tecnologia já somam
R$ 2 milhões, em três anos.
Alguns
desses avanços parecem quase inacreditáveis... é sensacional onde o progresso
está nos levando.
Akira
Nagata -é presidente da Abiesv -- Associação
Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo. Formado
em administração, pelo Mackenzie, e Designer, pela Anhembi Morumbi.
Proprietário da Omega Light, empresa de soluções de iluminação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário