O
momento é sim de reflexão, desconstrução e redirecionamento de conceitos e
atitudes. E nessa atmosfera de valorização feminina, uma prática tem despontado
como uma junção entre empoderamento, aceitação do próprio corpo e benefícios à
saúde. Estamos falando do pole dance.
Não
sabe do que se trata? O nome pode não parecer muito familiar, mas você
provavelmente já assistiu a cenas de filmes em que belas moças giravam em torno
de uma barra de ferro vertical dentro de uma boate. Sim, é exatamente dessa
forma que o pole dance funciona. “A dança une movimentos circenses,
acrobáticos, artes marciais e até algumas expressões do ballet clássico”,
explica a professora Graziela Meyer, do estúdio Maravilhosas Pole&Dança.
Vinda
das casas noturnas, a dança já foi muito marginalizada devido aos movimentos
sensuais combinados com roupas ousadas. No entanto, a abordagem da atividade
foi mudando com o passar do tempo. “Nos últimos 20 anos, o pole passou a ser
tratado como esporte para tentar se afastar do estigma das strippers. Isso, por
um lado, ajudou a popularizar a dança e trazer mais adeptas. Mas, por outro,
gerou discriminação contra as mulheres que criaram a modalidade”, alerta
Graziela, que ressalta as origens da dança criada a partir do corpo feminino e
para o corpo feminino.
Mesmo
que as dançarinas da modalidade pareçam física e artisticamente muito acima da
média, a professora garante: qualquer um é capaz de participar das aulas. “Até
minha vó de 91 anos”, diz. Este é, aliás, o grande mote do trabalho de
Graziela, democratizar a dança. “O pole dance não é apenas para as saradas que
estamos habituados a ver em filmes e novelas. É pra todas. Altas, baixas,
gordas, magras etc.”. A professora garante ainda que a dança pode ser adaptada
para todos os perfis. “O pole dance moderno pode ser praticado buscando várias
vertentes, das mais esportivas às mais sensuais. Sem precisar discriminar
ninguém”, destaca.
Para
quem se interessou, vale lembrar que os benefícios são muitos. Além dos ganhos
à saúde que qualquer atividade física proporciona, a coordenação motora, a
lateralidade, flexibilidade e, principalmente, o aumento da autoestima das
praticantes são características marcantes dessa dança. “O processo de aceitação
do próprio corpo é muito importante, e é isso também que procuramos resgatar
nas aulas. Muitas mulheres sentem vergonha das celulites que ficam à mostra
quando vestem o short curto, mas após 30 minutos de aula todas já ficam
bastante à vontade”. A roupa, a propósito, é um dos pontos importantes para a
prática da dança. Em geral, Graziela indica o uso de hot pants, que deixam a
região da virilha livre para o contato com a barra e também os tops sem manga.
A
estilista Lilian Marrul, da marca de roupas para a prática de dança e
atividades, Evidence Ballet, indica tecidos como Lycra e Amnni(Poliamida com
elastano) para o pole dance. “Nessa atividade específica, é importante que as
peças acompanhem a flexibilidade do corpo. Por isso os hot pants em Lycra ou
Amni e os tops cavados facilitam muito na hora da prática”, finaliza Lilian.
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