domingo, 1 de abril de 2018

Mídias sociais podem influenciar comportamentos parentais a respeito das vacinas?


Intervenções são necessárias para abordar a hesitação dos pais em relação às vacinas. Este estudo procurou determinar se uma intervenção, por meio da mídia social, aumenta a imunização na primeira infância



As mulheres grávidas que receberam informações sobre vacinas através de um site interativo monitorado por um especialista em vacinas eram mais propensas a vacinar seus filhos do que aquelas que não usavam o recurso da web, de acordo com um estudo publicado na revista Pediatrics.

Os achados da pesquisa se baseiam em um estudo anterior, também publicado no Pediatrics (2011), que descobriu que entre 10-15% dos pais optaram por atrasar ou recusar uma ou mais vacinas de seus filhos e em um estudo publicado no JAMA (2013) que encontrou um número crescente de pais que optaram por adiar ou não ministrar uma ou mais vacinas em seus filhos.

Este estudo examinou o impacto de uma intervenção baseada na web nas taxas de vacinação de 888 bebês no Colorado.

“Os resultados sugerem que os sites com componentes interativos têm o potencial de complementar as interações clínicas presenciais. É bem sabido que os pacientes usam a internet para obter informações sobre cuidados de saúde. Os médicos podem combater a desinformação dando aos pacientes acesso a sites que são clinicamente precisos, envolventes e oferecem maneiras de se comunicar com especialistas e outros pacientes sobre suas preocupações”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

De 2013 a 2016, os pesquisadores acompanharam 888 grávidas que participaram do estudo, criando um site que apresentava informações fáceis sobre os riscos e benefícios da vacinação, os horários recomendados, os componentes das vacinas e as leis sobre imunização.

Além da informação sobre vacinas, o site continha um blog, um fórum de discussão, uma sala de bate-papo e um chat ("Pergunte uma pergunta"), onde os pais poderiam trazer questionamentos aos especialistas sobre o tema.

Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de estudo:

·         Site com informações sobre vacinas e componentes interativos de mídia social (ou VSM); 

·         Site com informações sobre vacinas (ou VI); 

·         Cuidados habituais apenas (UC).

Os bebês das participantes do estudo foram acompanhados do nascimento até a idade de 200 dias para avaliar as taxas de imunização relativas às vacinas na primeira infância. Os bebês dos pais no grupo VSM tinham cerca de duas vezes mais probabilidades de estar atualizados em todas as vacinas recomendadas do que os bebês no grupo UC. O status atualizado não foi estatisticamente diferente entre os grupos VI e UC, ou entre os grupos VSM e VI.

De acordo com os pesquisadores, “os resultados do estudo também têm implicações sobre quando a informação sobre vacina é apresentada aos pais. Este tipo de informação geralmente é ofertada após o nascimento, durante os exames no recém-nascido. Como os pais geralmente começam a pesquisar sobre vacinas durante a gravidez, o estudo sugere que a informação parece ser mais efetiva quando apresentada antes do nascimento da  criança”, observa o pediatra.



Rejeição de vacinas e hesitação examinadas

O centro de um debate sobre saúde pública é se os pais devem ter seus filhos vacinados. Tara Smith, professora de epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Estadual de Kent, desafia as declarações feitas por indivíduos influentes que se opõem ao uso generalizado de vacinas e pede aos colegas da comunidade científica que falem para promover a vacinação.

O artigo, publicado pelo Oxford Forum Open For Infectious Diseases, apresenta argumentos claros e cientificamente fundamentados para explicar por que as declarações anti-vacinação são imprecisas, enganosas e até mesmo falsas. Como especialista reconhecida em microbiologia das doenças infecciosas, sua preocupação é que o público pode se confundir sobre a segurança das vacinas e pode hesitar em imunizar a si próprio e seus filhos.

A recusa generalizada das vacinas pode levar a que mais pessoas sejam infectadas com doenças preveníveis por vacinas, como o sarampo, caxumba e gripe. “Embora existam poucas evidências de que a recusa é genuinamente crescente na população, vários estudos demonstraram declínio da confiança nas vacinas. Os profissionais médicos que administram e os cientistas que estudam e desenvolvem vacinas constatam o mesmo”, escrevem os pesquisadores.

“O artigo apresenta informações confiáveis ​​sobre a segurança das vacinas, enquanto desmascara mitos que estão sendo propagados, criando mal-entendidos entre o público em geral. O artigo também apresenta sugestões para que os profissionais de saúde e que estudam doenças infecciosas possam ativamente promover a vacinação para amigos, familiares e a comunidade”, destaca Chencinski.

 

 

 

 

Moises Chencinski

Site: http://www.drmoises.com.br

Email: fale_comigo@doutormoises.com.br

 

 

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