Crianças e adolescentes apresentam sintomas que devem ser
observados pelos pais
A
Disfunção Temporomandibular, conhecida também pela sigla DTM, é uma condição
que causa dor e desconforto na região da mandíbula. “Podemos definir
a DTM como um conjunto de distúrbios que acometem os músculos da mastigação, a
articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas”, explica a dentista Adriana Lira Ortega, mestre em DTM e
membro da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial
(SBDOF).
Os problemas causados pela DTM podem atingir tanto adultos quanto
crianças e adolescentes. Segundo estudos, acredita-se que um a cada seis
pacientes não adultos apresenta algum sinal clínico de condições na ATM. “Uma
pesquisa feita com crianças entre seis e oito anos reportou que aproximadamente
35% dessas crianças com pelo menos um sinal de DTM”, conta Adriana.
Mesmo com os estudos, a especialista acredita que o número de
casos de DTM infantil pode ser, na realidade, ainda maior. Muitas vezes, o
paciente não tem o diagnóstico correto da doença. “Os sintomas da DTM infantil
podem passar despercebidos ou serem confundidos com outras condições de saúde.
Isso pode acontecer pela falta de maturidade da criança em perceber as
alterações ou até mesmo de verbalizá-las de forma adequada”.
Os sinais e sintomas da DTM em crianças são os mesmos dos adultos:
dor, som na articulação e limitação dos movimentos da mandíbula. “Os pais
devem prestar atenção se a criança de queixa de dor de cabeça, dor na região do
ouvido ou ainda se evita alimentos duros”, explica Adriana.
Em muitos casos, o sinal clínico da DTM não representa necessidade
de tratamento. “Alguns casos de sinais ou sintomas na infância devem ser apenas
monitorados e servir de alerta para o profissional de que aquela criança pode
apresentar fatores de risco para o desenvolvimento da DTM”, afirma a
especialista.
De acordo com a dentista, o
tratamento para as crianças e adolescentes que sofrem com a DTM seguem opções
minimamente invasivas e procedimentos reversíveis. “São utilizadas técnicas com
enfoque cognitivo-comportamental, exercícios terapêuticos – com recursos
térmicos e de movimento – e, em casos, específicos, dispositivos intrabucais,
como placas”.
Medidas preventivas DTM, tanto para
adultos quanto para crianças, se baseiam, principalmente, em hábitos que podem
evitar o desenvolvimento e/ou agravamento da doença. “A boa
qualidade do sono e o controle de hábitos orais parafuncionais são exemplos de
atitudes preventivas para a DTM”, finaliza a especialista.
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