Psicólogo
especialista em comportamento comenta o principal tema em evidência na mídia
atualmente
Os relacionamentos
afetivo/sexuais para funcionarem por prazos longos precisam, necessariamente
ter equilíbrio e bem estar físico, mental, social e sexual. Se um dos dois
envolvidos impõe sobre o outro desconsiderando as necessidades e limites do
outro, já é considerado base de um relacionamento abusivo. O psicólogo especialista
em relacionamento e sexualidade, Oswaldo M. Rodrigues Jr. diretor do Instituto
Paulista de Sexualidade de SP (Inpasex) afirma que quando um dos dois se impõe
sobre o outro e assim o obrigar a satisfazer as necessidades próprias, já é
considerado abusos físico, psicológico e até econômico. “Essas são formas de
imposição de poder para obter satisfação e proveitos , desfazendo-se do outro”,
explica.
Por serem mais visíveis,
as agressões físicas são as mais comentadas culturalmente na nossa sociedade.
“As pessoas próximas percebem mais rapidamente que algo ocorreu ao verem
hematomas ou cortes no corpo de uma pessoa, mas a forma de tortura emocional e
psicológica também acontece muito, provocando reações emocionais negativas e
até destrutivas. A pessoa abusada vai sendo modelada ao longo do tempo, ficando
incapacitada e dependente do abusador”, alerta Oswaldo.
Mas, segundo o psicólogo,
o abuso mais comum é a imposição de poder econômico, um abuso social, e que
também compreende o abuso emocional e pode conter abusos físicos. “Exigir que o
cônjuge não tenha trabalho com produção financeira promovendo e dependência
econômica também é muito mais comum do que se possa pensar. Assim o que detém o
poder passa a exigir que o outro execute ações e se submeta, pois em o apoio
financeiro o dependente não tem como se sustentar em questões básicas, a
exemplo de alimentar-se”, comenta.
Alguns sinais de
relacionamento abusivo
Oswaldo afirma que quem
está de fora pode perceber os sintomas de uma pessoa que está passando por este
tipo de relacionamento através dos comportamentos emocionais negativos,
presença de doenças físicas sem causa aparente, estados depressivos, repostas
corporais de alta ansiedade, nervosismos, afastamento social, isolamento de
amigos e da família.
É importante que as
pessoas ao redor se mantenham atenta aos sinais, pois normalmente quando o
cônjuge está submetido a essa situação dificilmente ele (a) procurará ajuda, já
que o padrão estabelecido impõe uma atitude submissa sem possibilidades de
escolha. “Além do que, se houve o estabelecimento de dependência econômica, o
submetido não terá como desenvolver algum planejamento de vida, mantendo-se
dependente para seguir uma nova vida – daí se sente cada vez mais preso e não consegue
se livrar da relação”.
As causas do problema
Muitas pessoas têm
dificuldade de reconhecer que os relacionamentos abusivos existam. “É o famoso
‘isso nunca vai acontecer comigo’ e assim, a maior parte das pessoas
expressa-se socialmente de modo favorável às agressões, desde que se
‘justifiquem’ por agressão anterior ou por se perceber agredido ou ofendido.
Assim, muitas relações de abuso são percebidas em nossa cultura como ‘normais”,
alerta o psicólogo.
Como sair dessa?
O reconhecimento de estar
num relacionamento abusivo dificilmente virá para a maioria das pessoas que se
encontrem nesta situação. Por isso, o papel das pessoas mais próximas é
fundamental nessas horas. “Para ajudar o envolvido a se reconhecer nessa
situação é oferecer apoio emocional e até físico - para uma fuga real da
moradia – e assim, iniciar os processos judiciais de separação enquanto recebam
apoio psicoterápico individual ou em grupo”, finaliza Oswaldo, psicólogo
especialista em comportamento de casais.
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