O storytelling pode ser
traduzido para o português como narrativa, embora seu real significado esteja
ligado a capacidade de contar histórias relevantes. O termo ganhou força nos
últimos anos graças à publicidade, que tem utilizado histórias envolventes para
criar relacionamento entre marcas e consumidores. Mas, a verdade é que o storytelling
sempre esteve presente na história da humanidade.
Muito antes de nascer o conceito de
escola, a arte de contar histórias já era usada por todas as civilizações como
método de ensino. Desde a pré-história, passando pelo Egito antigo até chegar
aos contos infantis e à vida contemporânea, quem nunca aprendeu nada
interpretando “a moral da história” que atire a primeira pedra.
Mas porque será que aprendemos por meio
da narrativa? O grande diferencial de aplicar o conceito de storytelling
aos métodos de ensino é a criação do contexto. Por meio das situações criadas
ao longo da história conseguimos transformar em real aquilo que é intangível em
nossa imaginação.
Um bom exemplo de aplicação do
storytelling é o método Lego Serious Play (LSP). A metodologia surgiu em 1996, dentro da
LEGO Company. Na época, a empresa estava perdendo mercado devido ao avanço dos
jogos eletrônicos e precisava de um novo processo estratégico. Na busca por
alternativas, os criadores do método descobriram que poderiam usar as peças do
LEGO como uma ferramenta para abordar os problemas organizacionais. Desde
então, as técnicas e formas de aplicação tem sido usadas ao redor do mundo e
estão conquistando cada dia mais espaço.
A técnica estimula o pensamento
sistêmico aplicando a metodologia sempre para a resolução de um problema real.
Por meio dos brinquedos, os participantes soltam a criatividade e o facilitador
estimula a prática de contar histórias para engajar os demais participantes e
para imaginar cenários onde o desafio proposto possa ser resolvido. Durante o
processo de narrar o contexto, falar e ouvir os outros participantes, são
despertados importantes insights para resolução do problema abordado.
Ao longo do processo, as metáforas,
outro elemento carregado de storytelling, surgem para ajudar no
entendimento do cenário. Elas proporcionam um papel construtivo para a
cognição. Usar o pensamento figurado é um recurso que o ser humano utiliza
sempre que quer dar um sentido mais profundo à sua compreensão de realidade -
além de ser uma maneira muito eficaz de memorizar as situações reais ou
hipotéticas criadas pelo cérebro.
Por fim, e não menos importante, cabe
destacar que o storytelling é uma técnica muito indicada para gerar
empatia. Através da narrativa, narrador e ouvintes cruzam a história contada
com suas próprias experiências de vida. Ao desenvolver esse tipo de sentimento,
é possível notar que o nível de engajamento das equipes torna-se maior,
favorecendo o relacionamento entre as pessoas. O efeito de proximidade que o
storytelling causa, por si só, já justifica a adoção do método.
Julio Cesar Costa - fundador
da Think Market e facilitador do Lego Serious Play no Brasil.
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