Uma
das reformas mais aguardadas por todos os setores da sociedade é a da
previdência. Por ser um tema que importa cada um,
tanto empresários quanto trabalhadores, o assunto está sempre nas rodas de
conversa. Porém, muita desinformação tem sido propagada, seja por questões
ideológicas ou por puro desconhecimento.
“A
discussão sobre a reforma da previdência parte de premissas incompletas e que
fazem com que o projeto em tramitação no Congresso, uma vez aprovado, tenha
data de validade vencida. O argumento sobre ‘a conta que não fecha’ encontra
razões facilmente mapeadas pelo IBGE, que projeta um crescimento até 2030 de
6,9% da população em idade ativa e de 70,6% dos cidadãos acima de 65 anos”,
afirma o consultor de estratégia e coach Edson Moraes, do Espaço Meio.
Moraes
frisa que outro aspecto delicado do tema é que não há garantia alguma de que
pessoas de 50 anos encontrem emprego e contribuam por mais quinze anos. As
empresas não declaram, mas sabemos que há preconceito na contratação de pessoas
nesta faixa etária. “Contudo, as pessoas a favor ou contra a reforma
esquecem-se, inocente ou propositalmente, de um aspecto que tornará os números
ainda mais cruéis. A produção industrial e os serviços estão sendo
transformados pela automação, pela robótica e pela inteligência artificial,
aumentando a produção na mesma intensidade da redução do emprego para as
pessoas em idade ativa, afetando todas as faixas etárias”, lembra.
Para ele,
os profissionais do futuro, não tão distante, precisam se preparar para
trabalhar ao lado de sistemas, de robôs e de chatbots, não somente em
atividades com mão de obra intensiva e rotinas repetitivas, mas em uma ampla
gama de atividades ligadas aos serviços, tais como rotinas de advogados, de
médicos e de professores. Profissões inimagináveis hoje serão criadas e a relação
com o trabalho será transformada.
Além disso,
a saída para a previdência deverá passar por uma reforma tributária ampla, na
qual a tecnologia que substituirá a mão de obra deverá colaborar na manutenção
de pessoas sem empregos. O governo deverá administrar políticas públicas que
garantam um programa de renda mínima para a população e o modelo atual de
previdência pública deverá ser adaptado a um sistema misto e opcional.
Um dos
grandes desafios que Moraes enxerga é como preparar as próximas gerações para o
futuro: “A escola precisará educar os jovens em temas como gestão financeira e
empreendedorismo. Em um mundo com carência de empregos, a geração de renda
poderá ser realizada por outros caminhos além da carteira assinada. As pessoas
precisarão aprender a gerir seus recursos de forma independente, em uma atitude
madura e responsável, cuidando cada um de sua própria previdência e se
desvinculando dessa relação de dependência do governo”.
Edson Moraes é sócio do Espaço Meio - https://espacomeio.com.br, Executive
Coach desde 2014 e Consultor (Gestão & Governança) desde 2003. Foi
Executivo do Bank of America entre 1982 e 2003. Seguiu carreira na Área de
Tecnologia da Informação, foi Head do Escritório de Projetos e CIO por 4 anos.
É Master em Project Management pela George Washington University.
Participou de programas de educação executiva na área de TI ( Stanford
University, Business School São Paulo e Fundação Getúlio Vargas). Formado
em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC/SP. É Conselheiro de Administração
formado pelo IBGC, Coach pelo Instituto EcoSocial e certificado pelo ICF.
Articulista e palestrante nas áreas de Governança, Tecnologia da Informação e
Gestão de Projetos.
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