segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Brasileira desconhece efeitos da gravidez na visão



Maioria não associa gravidez a problemas na visão, mostra pesquisa. Gestantes têm instabilidade no grau, novas alterações, piora de doenças e podem precisar de colírios que prejudicam o bebê.


A mulher brasileira não associa problemas de visão à gravidez mostra uma pesquisa online feita com 745 mulheres de 25  60 anos  pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. O levantamento mostra que só 10% sabem que o aumento da produção de hormônios pode alterar a visão.
O especialista afirma que um dos efeitos desse aumento é a maior retenção de água retenção de água e inchaço generalizado, inclusive nas lentes do olho, córnea e cristalino, que respondem pela refração. Resultado: o grau dos óculos se torna instável. Isso explica porque a cirurgia refrativa para corrigir miopia, hipermetropia ou astigmatismo é contraindicada durante a gestação.  A boa notícia é que a maioria das mulheres volta a precisar de lentes iguais às que usava antes de engravidar para enxergar ben.. Por isso, o médico afirma que a troca de óculos ou lente de contato não é recomendada para gestantes.


Cuidados com glaucoma

Segundo o oftalmologista a estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que 3% dos defeitos congênitos estão associados ao uso de medicamentos durante a gestação. No Brasil o número de mulheres que decide engravidar depois dos 40 anos cresceu 49% de 1995 a 2015, conforme o último levantamento do Ministério da Saúde. Queiroz Neto ressalta que isso significa que também é crescente o número de brasileiras que engravidam já tendo glaucoma. A doença que geralmente aparece a partir dessa idade, provoca lesões no nervo ótico e pode levar à cegueira caso não seja tratada com colírios em 90% dos casos. O problema, ressalta, é que na gravidez a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo e faz as drogas ficarem mais concentradas na corrente sanguínea. Por isso, os colírios com prostaglandina podem causar contração uterina e afetar o bebê. A recomendação é fazer acompanhamento oftalmológico a cada 3 meses, visando evitar complicações para o feto.


Manchas escuras

A partir dos 18 ano,s 27,5% das brasileiras têm hipertensão arterial, acima de 12 X 8 mmHg,  segundo levantamento do Ministério da Saúde. Queiroz Neto ressalta que a hipertensão somada à maior retenção de água natural na gestação predispõe à pré-eclâmpsia  que compromete a circulação da retina. Por isso, enxergar pontos pretos durante a gravidez indica uma urgência médica já que a pré-eclâmpsia coloca em risco a mãe e o feto.


Piora do ceratocone e olho seco

O oftalmologista comenta que as alterações hormonais também podem piorar  o ceratocone, doença que altera a curvatura da córnea. Por osso, recomenda fortalecer as ligações de colágeno da córnea com uma aplicação, antes de engravidar, de crosslink. Isso porque, o procedimento aumenta em até três vezes a resistência da córnea e na maioria dos casos interrompe a evolução da doença que pode levar ao transplante.Os hormônios também desequilibram a lágrima. O olho seco tem como principais sintomas sensação de corpo estranho, vermelhidão e visão embaçada. Queiroz Neto afirma que o tratamento pode sr feito com colírio lubrificante sem conservante ou incluindo na dieta fontes de ômega 3 encontrado na semente de linhaça, sardinha, bacalhau, salmão e frutos secos. Não desaparecendo o desconforto, consulte um oftalmologista.





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