sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Tratamento para câncer pode deixar homem estéril

Mas há como ter filhos no futuro, com o congelamento do sêmen





Assim como outubro foi o “mês rosa”, dedicado a alertar as mulheres sobre o câncer de mama, novembro será o “mês azul”, destinado a conscientizar os homens a respeito do câncer de próstata.

Receber o diagnóstico de uma doença tão grave não é fácil para ninguém. O primeiro pensamento é concentrar suas energias para livrar-se dela. Dificilmente se leva em conta outras consequências, como, por exemplo, a preservação da fertilidade. São poucos os oncologistas que alertam os pacientes sobre a possibilidade de ficar estéril, temporariamente ou em definitivo, em função do tipo de câncer e dos tratamentos, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. No entanto, isso ocorre com muita frequência e há formas de garantir a chance de ter um filho no futuro.

Várias pesquisas indicam que menos de 20% dos homens com câncer, em idade fértil, receberam orientação sobre a possibilidade de infertilidade e as técnicas que estão à sua disposição para permitir que sejam pais após o tratamento. Preocupados em salvar a vida de seus pacientes, não são todos oncologistas que os informam sobre esse risco e como prevenir-se, procurando um profissional especializado em reprodução assistida.

Segundo o Dr. Edson Borges Júnior, especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, metade das pessoas que passam por tratamentos contra o câncer ficam estéreis. “O tumor é um tecido que se divide rapidamente. Os tratamentos das neoplasias, como radioterapia e quimioterapia, atingem não apenas estas células, mas todas as outras, inclusive as reprodutoras”, explica ele.

Uma pesquisa feita pela entidade, com 98 homens, mostra que os pacientes que escolhem congelar o sêmen para preservar a capacidade de reprodução têm, em média, 33 anos. E o tratamento contra o câncer é o principal motivo que os leva a utilizar a técnica.

Os tipos de câncer mais comuns no sexo masculino são os de próstata, testículo, Linfoma de Hodgkin e as leucemias. Com a detecção precoce, o avanço da medicina e das novas técnicas de tratamento, as taxas de sobrevida e de cura são cada vez maiores, chegando a 90%. Mas vale lembrar que um terço deles terá infertilidade permanente.

A preservação da possibilidade de ter filhos por reprodução assistida no sexo masculino é bem mais fácil do que na mulher. Após a puberdade, consiste apenas na masturbação (método não-invasivo), de preferência em várias amostras, e criopreservação (congelamento) do sêmen, antes do início do tratamento contra o câncer. Se, por alguma razão, o homem não conseguir ejacular, os espermatozoides podem também ser retirados diretamente dos testículos, com uma simples agulha ou uma pequena cirurgia. No caso de crianças, que ainda não ejaculam, a única forma é o congelamento de fragmentos dos testículos.

O sêmen é congelado a -196 oC e armazenado por tempo indeterminado. Além disso, é recomendado que se espere de seis a doze meses para a sua utilização, pois nesse período a fertilidade pode voltar ao normal.

Depois disso, quando o casal decidir ter filhos, será feita uma inseminação artificial na mulher, ou mesmo a Fertilização in Vitro, se necessário.

DICAS DA SAÚDE MASCULINA
- Os testículos são os responsáveis pela produção hormonal, principalmente a testosterona, que rege o funcionamento dos órgãos sexuais. Portanto seu funcionamento é dependente de microelementos como zinco, vitaminas principalmente a C e E, carnitina, acido fólico, entre outros.
- O zinco participa na produção e metabolização dos hormônios esteroides testiculares, responsáveis pela produção e amadurecimento dos espermatozoides. Também, atua diretamente nos epidídimos, local de formação final dos espermatozoides. Sua função principal, assim como as vitaminas, e de uma ação antioxidante, diminuindo o estresse.
- O excesso de gordura, principalmente gordura periférica, diminui a conversão da testosterona na sua forma ativa (testosterona livre), além de aumentar a concentração de estrógenos que, em excesso, pode ser prejudicial para a formação dos espermatozoides. Homens obesos têm mais chances de terem alterações seminais como a oligozoospemia (diminuição do numero), assim como azoospermia (ausência de espermatozoides).

“Os excessos de gorduras, açúcares e maus hábitos como cigarro, álcool e sedentarismo são os grande vilões”, finaliza Dr. Edson Borges Jr..

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