O imaginário
infantil durante a primeira infância é muito rico. Como lidar com os seres
imaginários, tão presentes nesta fase?
Cuidar da infância é o melhor legado que você pode
deixar para o seu filho. E este é o período mais desafiador para os pais:
quando vêm as perguntas mais difíceis e o diálogo entre pais e filhos deve ser
criado com atenção.
A primeira infância (dos zero aos seis anos) é o
momento em que os pequenos estão descobrindo o mundo e criando suas relações.
Nessa fase, a criatividade "vai longe" e os personagens fantásticos
tomam conta de boa parte do dia a dia das famílias, como a chapeuzinho
vermelho, as princesas, os super-heróis, o lobo mau, monstros etc. Como lidar
com as crianças nesta fase tão peculiar?
Para a professora de Pedagogia da Anhanguera
Santana, Cristina Colasanto, a fantasia é saudável para o desenvolvimento
infantil. "A criança utiliza o jogo de faz de conta para expressar suas
emoções, representar a sua realidade e vivenciar situações observadas pelas
ações do adulto", ressalta a pedagoga. A coordenadora da Clínica de
Psicologia da Anhanguera Jundiaí, Emilce Nalini, complementa que a fantasia
também auxilia no desenvolvimento neurológico e na transmissão de valores
sociais, como bondade, igualdade, compartilhamento etc.
Neste contexto, como a escola deve se preparar?
Segundo a coordenadora de Pedagogia da Faculdade Pitágoras, Maria Beatriz
Soares, os educadores podem explorar as atividades que envolvam contos e
recontos, além da representação das crianças no papel dos personagens.
Já em relação aos personagens de caráter mais
negativo como bruxas, monstros e lobo mau, os professores também podem
contribuir com o desenvolvimento dos pequenos. A docente Emilce afirma
que é uma forma da criança aprender a diferenciar entre o que é bom e o que é
ruim, mas alguns personagens são incluídos erroneamente para amedrontar a
criança. "O adulto deve evitar o medo nas crianças como forma de controle
de comportamento: o limite deve ser feito com o estabelecimento de regras,
normas e conversas com as crianças", completa.
No entanto, conforme a mudança de faixa etária
chega o momento da descoberta, de que a fantasia não era tão real como se
imaginava. A professora do curso de Psicologia da Anhanguera Santana, Bianca
Dalmaso, afirma que as crianças só lidam com esta mudança como se fosse uma
mentira quando os adultos insistem em quebrar o entrelaçamento da
fantasia/realidade. Caso a descoberta não seja feita até a entrada da
adolescência, a recomendação de Emilce é procurar a ajuda de um psicólogo.
Quer uma boa dica de como
lidar com essa transição? A pedagoga Maria Beatriz indica o incentivo à leitura
e à contação de histórias junto com a explicação da moral dos contos e as
diferenças entre a fantasia e a realidade, cada um respeitando os
questionamentos de cada fase da criança.
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