A orientadora educacional do Colégio Humboldt,
Karin Kenzler, comenta as melhores maneiras para abordar assuntos delicados com
os jovens
Uma
hora ou outra, os pais irão se deparar com algum tema considerado tabu para ser
tratado com os filhos. A curiosidade das crianças e os questionamentos dos
adolescentes colocam, muitas vezes, os pais diante de assuntos difíceis de
serem discutidos, como morte, sexualidade, drogas e preconceitos, que precisam
ser tratados em casa e de maneiras diferentes, dependendo da faixa etária da
criança.
De
acordo com a orientadora educacional do Colégio Humboldt - instituição bilíngue e multicultural
(português/alemão), localizada em Interlagos (SP), Karin Kenzler, é
importante agir com naturalidade, não tentar enganar a criança e se mostrar
aberto a questionamentos. “Mesmo que seja um assunto difícil, os pais devem
encontrar uma maneira de responder sem enganar a criança”, afirma.
De
onde vêm os bebês?
A
própria origem, as relações amorosas e sexuais são indagações frequentes entre
crianças e adolescentes. Perguntas como “De onde vêm os bebês?”, ou
questionamentos a respeito dos órgãos sexuais, masturbação e sexo podem gerar
certo desconforto. Isso faz com que, muitas vezes, os pais evitem responder ou,
pior, repreendem a criança por ter tocado no assunto.
Contudo,
é imprescindível que estas dúvidas sejam saciadas, uma vez que a família possui
um papel essencial na formação psicológica dos pequenos. Para Karin, o segredo
é guiar-se pelas perguntas, respondendo apenas o que foi questionado de maneira
clara e direta. Ela ainda destaca. “Na hora de responder a uma pergunta, é
importante checar o grau de conhecimento do seu filho, devolvendo a pergunta ou
questionando a origem da informação, para não correr o risco de atropelar com
excesso de informação ou inadequação da resposta”.
Sexualidades
e gêneros
Observadoras
natas, as crianças tendem a prestar atenção em comportamentos e hábitos dos
adultos. Assim, ao se depararem com conteúdos que abordam o homossexualismo, as
dúvidas começam a surgir. Segundo a orientadora educacional, nesse caso é
importante explicar que toda forma de amor é válida e que se apaixonar não é uma
escolha. Assuntos como transexualidade também devem ser esclarecidos da maneira
mais simples possível.
Já
na adolescência, algumas dessas questões podem surgir como incertezas da
própria sexualidade ou identificação com o gênero de nascença. Nessas situações,
é essencial mostrar apoio ao jovem, reafirmando que o ama independentemente
disso.
Mais
uma estrela no céu
A
morte segue como um dos temas mais difíceis de serem tratados, principalmente
quando envolve o falecimento de algum parente próximo. Por isso, ela deve ser
abordada com delicadeza, sempre deixando claro que é um processo natural de
tudo que é vivo. Porém, é preciso ficar atento aos eufemismos: crianças
pequenas costumam levar tudo ao pé da letra. Ou seja, dizer que alguém está
descansando ou foi viajar para longe pode causar certa confusão. Para Karin
Kenzler, elementos da natureza e materiais infantis podem ser ótimos aliados na
hora de explicar sobre o assunto. “O que se deve fazer é ir educando seu filho
por meio de exemplos práticos do ciclo da natureza. Semeie uma plantinha e vá
mostrando como ela nasce, cresce, adoece e morre”, declara.
Drogas
e bebidas
No
início da adolescência começam a surgir ofertas de bebidas e de drogas lícitas
e ilícitas. Por isso, é preciso que os pais conversem com os filhos a respeito
do tema para que eles evitem o consumo e a dependência.
De
acordo com a orientadora Karin, o melhor jeito de orientar o jovem é ressaltar
os hábitos saudáveis e diferenciar aquilo que faz bem e mal à saúde, sem entrar
especificamente no tema. Ela ainda completa. “Ao falar das drogas e os efeitos
nocivos como a dependência, danos à saúde e ilegalidade, lembre-se de falar dos
efeitos agradáveis que atraem os jovens, pois é neles que reside o perigo do
vício”.
É
preciso educar
Nenhum comentário:
Postar um comentário