Taxas
de êxito chegam a 80%; complicações não atingem 1% dos casos
Estudos realizados
desde a década de 60 têm demonstrado que a frase “uma vez cesárea, sempre
cesárea” tem cada vez mais perdido o sentido.
“Submeter-se
a um parto normal com cesárea prévia é possível e, mais do que isso, com altas
chances de sucesso e segurança.” É assim que o Dr. Wagner Hernandez,
ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Itaim, fala sobre as mulheres
que foram submetidas previamente a uma cesariana, que podem tentar passar por
um trabalho de parto e terem seus filhos por meio de um parto vaginal.
As taxas de sucesso de
partos vaginais após cesarianas podem chegar a 80%, sempre variando de caso a
caso, mas nunca menor do que 60%. A complicação mais temida é a de o útero se
romper durante o parto, causando grande hemorragia, perda do útero e até óbito
da parturiente e do bebê, mas sua incidência não chega a 1%. “De todos os
partos normais, os rompimentos de úteros ficam entre 0,4 a 0,7%, mostrando que
o procedimento é altamente seguro”, orienta
Hernandez.
As
vantagens de se escolher o parto normal pós ter passado por uma cesárea são as
mesmas de se optar por um parto vaginal na primeira gravidez. Os benefícios vão
além da melhoria da maturidade dos pulmões do bebê, que ocorre pelo nascimento
natural do pequeno. Menor risco de infecção, favorecimento da produção de leite
materno e o retorno do útero ao seu tamanho normal mais rapidamente são outros
existentes nessa prática, que valem destaque.
Ainda para o bebê, a
passagem pelo canal vaginal é importante para tirar todo o líquido que fica dentro
do pulmão - que acontece no momento que ele é espremido –, diminuindo as
chances de desenvolver complicações respiratórias. Além de possibilitar que o
bebê entre em contato com bactérias que ajudam no desenvolvimento imunológico
trazendo ainda benefícios para a vida adulta.
Já para a mãe, a não
realização de uma cirurgia para possibilita que ela esteja precocemente em
contato com seu bebê e se reabilite mais rapidamente sem dores, diferente da
cirurgia que traz limitações.
Para poder escolher a realização
de parto normal após cesárea prévia, a mulher precisa atender a alguns
requisitos:
- Ter tido apenas uma cicatriz no útero (cesárea tradicional) anterior;
- A cesariana anterior ter ocorrido pelo bebê estar sentado ou sem ter atingido dilatação total do colo do útero;
- Ter tido um parto vaginal antes ou depois da cesariana;
- A mulher ter menos de 40 anos;
- Entrar em trabalho de parto espontâneo e antes da data prevista;
- Estar esperando um bebê com menos de 4000g.
No caso das gestações
gemelares após cesárea prévia, o Dr. Wagner Hernandez explica que os riscos são
iguais às gestações únicas. “Os grandes prejuízos da cesárea aparecem em
grandes proles, provocando alta incidência de placenta prévia ou acretismo
placentário, com risco de hemorragia e até perda do útero”, orienta.
Após
o parto, o especialista recomenda verificar a parede uterina por meio do exame
de toque, para checar se realmente não houve ruptura. “Em todos os casos, o
mais importante é ser avaliada por um especialista que levará em consideração
seu histórico, buscando sempre encontrar a melhor escolha para a gestante e seu
bebê”, orienta Hernandez.
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