Em qualquer profissão, em qualquer situação, procure sempre cultivar sentimentos de justiça em relação à família, aos colegas ou aos subordinados. Ser justo é saber compreender os que nos cercam, é trabalhar por sua felicidade. Ser justo é também ter a coragem de usar um remédio amargo para reverter uma situação difícil, seja na família, na empresa ou na comunidade em que vivemos. A verdadeira justiça é a que nasce da Verdade. Começa com a consciência de que somos filhos de Deus. É a “justiça do bom coração”, diz o autor japonês Ryuho Okawa em seu livro “As Leis da Justiça”.
Em outro de seus livros, “O
Renascimento de Buda”, lançado
na última Bienal do Rio, Okawa diz que “os iluminados não julgam o próximo. Os iluminados não tentam machucar as
pessoas. E estão sempre prontos a oferecer uma boa palavra. São ignorantes os
que lançam veneno no coração das pessoas. Ser bom é fazer com que muitas
pessoas sintam felicidade em viver”. Para o autor, a Grande Compaixão é
“enxergar o sofrimento e a tristeza do próximo e derramar lágrimas por ele”.
As leis humanas mudam de uma
nação para outra, de uma época para outra, seguindo tradições e costumes. Uma
atividade pode ser considerada ilegal em um país, não em outro, como, por
exemplo, em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo ou ao uso
controlado de drogas. Já a justiça que nasce de um coração bom e compreensivo é
eterna, porque se preocupa com a realização e a felicidade dos outros.
“Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque eles serão saciados; bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”, disse Jesus em seu conhecido
Sermão da Montanha. Traduzindo essa mensagem para o mundo de hoje, poderíamos
dizer “bem-aventurados” os que lutam por um mundo melhor, por justiça social,
pela divulgação de ideias que conduzem à Verdade e à felicidade.
Bem-aventurados todos os pais, todas as pessoas, governantes e governados, que
seguem esse caminho. Construirão famílias, comunidades e nações mais prósperas
e felizes.
No mês de outubro celebramos o dia das
Crianças, que precisam de exemplos de retidão e justiça para moldar um caráter
que as capacite a tornar nosso país e nosso mundo um lugar melhor para se
viver. Que os pais consigam ser, ao mesmo tempo, exigentes, justos e
compreensivos no desafio de proporcionar aos filhos uma educação plena, que
inclua formação científica, cultura, história e valores morais. O mesmo desafio
é dos professores, cujo dia também comemoramos em outubro. Eles têm boa parte
da responsabilidade de formar pessoas transformadoras.
O mundo está sedento de justiça. Há
minorias que não têm seus direitos respeitados. Há centenas de milhares que não
possuem uma moradia digna. Há milhões que estão à margem do desenvolvimento. O
mundo anseia pelo surgimento de governantes justos, que se preocupem com os
excluídos. A Justiça que vem de Deus paira acima das leis humanas. É praticada
com sabedoria, humildade e compreensão, com a consciência de que devemos, sim,
atacar o pecado, mas sempre abraçando o pecador e dando-lhe condições para que
volte a trilhar o caminho do bem. Quem de nós não cometeu erros ao longo da
vida? Atire a primeira pedra quem não tiver pecado, disse Jesus a um grupo de
seu tempo que queria apedrejar uma prostituta.
Todos
nós somos chamados a cultivar sentimentos mais nobres em nossos corações. Todos
nós somos chamados a participar da construção de um mundo melhor e mais justo.
Se cada árvore produzir seus frutos, se cada um deixar germinar em seu coração
as sementes do bem, estará formada a floresta do amor.
Kie Kume -
gerente da editora IRH Press do Brasil,
que publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos
autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.200 livros publicados,
ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas. (www.okawalivros.com.br)
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