Tipo pouco conhecido de câncer no sangue preocupa por
diagnóstico tardio e pode trazer complicações severas ao paciente
Cefaleias, falta de ar, fraqueza, vertigem, coceira na pele após banho
quente, hemorragias nasais, visão turva e pressão alta são sinais de que algo
não vai bem no organismo. Apesar de aparentemente comuns, esses sintomas podem
ser causados por tipo raro de doença no sangue chamado Policitemia Vera (PV),
que atinge 3 a cada 100 mil pessoas no mundo1. Com maior incidência
em homens com idade acima de 60 anos, a doença ainda é pouco conhecida e,
quando o diagnóstico é tardio, pode evoluir para cânceres graves, como leucemia
mieloide aguda e mielofibrose2.
De causa desconhecida, a PV tem como característica a superprodução de
células sanguíneas, principalmente glóbulos vermelhos. Isso faz com que o
sangue se torne mais espesso, elevando o risco de uma série de complicações,
como formação de coágulos – presente em um terço dos casos de PV -,
sangramentos, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio,
tromboembolismo pulmonar e trombose venosa profunda.
Segundo a médica Cristiana Solza, professora adjunta de hematologia do
Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro
– UERJ), ainda que a PV não tenha cura, o diagnóstico precoce é fundamental
para manter os sintomas sob controle e oferecer maior qualidade de vida ao
paciente. “Não há um exame específico para diagnosticar a Policitemia Vera. O primeiro passo é solicitar um hemograma para
verificar possíveis alterações no número de células sanguíneas. Se o resultado
for sugestivo e os sintomas também, é realizado uma biópsia da medula óssea,
afim de confirmar essas alterações”, afirma
a especialista.
Para um diagnóstico ainda mais preciso, Cristiana Solza comenta que é possível
realizar exames de citogenética e pesquisa de mutações, a fim de analisar
os cromossomos e detectar alterações específicas. “Uma das alterações mais
procuradas é a presença da mutação JAK2V617F, muito comum em doenças
mieloproliferativas, como PV e mielofibrose”. Identificar se o paciente tem
ou não algum tipo de mutação é fundamental para a prescrição do tratamento
adequado. A mutação em JAK2 está presente em aproximadamente 98% dos
pacientes com PV.
A especialista alerta que parte dos pacientes
desenvolvem resistência e/ou intolerância ao tratamento padrão e, com isso,
passam a ser considerados portadores de doença de difícil controle. “Nesses casos, o nível de células sanguíneas não
se mantém ideal, o que pode levar ao retorno dos sintomas iniciais, como
aumento do volume do baço e do risco de eventos trombóticos, com grande impacto na qualidade de vida do paciente. Além disso, é importante
lembrar que a PV não controlada pode evoluir para leucemia aguda (em 10% dos
casos) e mielofibrose secundária (em aproximadamente 20% dos casos), doenças de
difícil tratamento. Por isso, é imprescindível que diagnóstico seja precoce e
que o tratamento seja adequado, para que o paciente com possa conviver com a PV
e ter qualidade de vida”, completa a médica.
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Referências
1.
Leukemia & Lymphoma Society. “Polycythemia Vera
Facts.” Disponível em: www.lls.org/content/nationalcontent/resourcecenter/freeeducationmaterials/mpd/pdf/polycythemiavera.pdf.
Último acesso: Julho de 2017.
2. Chauffaille,
Maria de Lourdes L. F. Neoplasias mieloproliferativas: revisão dos critérios
diagnósticos e dos aspectos clínicos. Disponível em www.scielo.br/pdf/rbhh/v32n4/aop90010.pdf. Último
Polycythemia is a long-running situation and does not have any procedure of treatment or says it can’t be cured. Though, specialists are of the outlook that intake of Natural Remedies for Polycythemia Vera could assist in thinning of blood and obstruct blood clots.
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