Um dos mais perversos reflexos das
crises econômicas é o aumento do desemprego, uma sequela que influencia
diretamente a vida de milhões de pessoas. O caso torna-se ainda mais grave quando
os chefes de família (homem ou mulher que sustentam o lar) perdem o emprego.
Dados divulgados pelo Instituto Fiscal Independente (IFI) mostram que três em
cada dez brasileiros que estavam desempregados no primeiro trimestre deste ano
eram os principais responsáveis pela renda familiar. A desocupação dessas
pessoas passou de 3,6% entre 2012 e 2014, para 8,4% em março deste ano.
A situação causa impacto imediato na
vida dos jovens em idade escolar. Sem a principal fonte de renda, pais
transferem os filhos para escolas mais baratas e, em situações mais
emergenciais, alguns estudantes abandonam as aulas para procurar uma atividade
remunerada. Na maioria das vezes, caem na informalidade, trabalhando em longas
jornadas.
Em um país que tem na qualidade do
ensino um de seus maiores obstáculos para um crescimento econômico sustentável,
o quadro desenhado beira o caótico. Mais uma vez, o CIEE – instituição
filantrópica com mais de 50 anos de experiência atuando na capacitação de
jovens – entende que a melhor forma de inseri-los no mercado de trabalho é
pelo estágio e pela aprendizagem.
No caso do estágio, os jovens devem
estar atrelados a uma instituição de ensino, cursando o ensino médio, técnico,
tecnológico ou superior, com 16 anos ou mais. Eles recebem uma bolsa-auxílio
para as despesas familiares ou mesmo nos gastos escolares, ajudando na
manutenção dos estudos. A capacitação prática em empresas, entidades ou órgãos
públicos facilita ainda a preparação para o mundo do trabalho, na convivência
com profissionais experientes e a realidade na prática de uma carreira.
Na aprendizagem, os jovens de 14 a 24
anos são contratados, em sua maioria, por e grandes e médias empresas, que
buscam o cumprimento da legislação (Lei 10.097/2000) que determina a
contratação de cotas de aprendizes. No Aprendiz Legal, programa do CIEE, os
jovens atuam com carteira assinada por período determinado (até dois anos) e,
uma vez por semana, participam de aulas teóricas ministrados por instrutores do
CIEE, com material didático moderno, elaborado pela Fundação Roberto Marinho.
Com esses programas, os jovens estão protegidos. Garantem renda para auxiliar a
família e dar continuidade nos estudos, com vistas a um futuro melhor para
todos.
Luiz Gonzaga Bertelli - presidente
Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista
de História (APH) e diretor da Fiesp.
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