Aliados da saúde, esses lipídios trazem
benefícios que vão além da estética corporal e são capazes de otimizar o
funcionamento do organismo
Quando
o assunto é emagrecimento as gorduras, geralmente, não são bem-vindas, pelo
contrário, elas são encaradas como grandes vilãs que sabotam a perda de peso.
Já em relação ao organismo, uma das premissas de quem busca uma vida mais
saudável é a de que os lipídios devem ser reduzidos ou eliminados. Até mesmo
para alguns especialistas a relação entre dieta e consumo de gorduras é algo
controverso, pois ainda existem aqueles que torcem o nariz. No entanto,
evidências apontam que na prática, quando consumidos de forma correta e com
moderação, esses nutrientes garantem o bom desempenho do metabolismo humano e
ainda previnem uma série de doenças.
As
gorduras boas são fonte de importantes ácidos graxos, como os Ômegas 3, 6 e 9,
lipídeos classificados como poli-insaturados, e seus benefícios vão além da sua
influência sobre a aparência física. Elas são fundamentais para a manutenção de
algumas funções do organismo, colaboram com a produção de hormônios e ainda são
usadas como energia pelo corpo. O alimento, ao contrário do que se propagava
antigamente, é capaz de regular os níveis de colesterol e beneficiar o aporte
de Vitaminas. Porém, para que tais vantagens sejam obtidas, é preciso
saber como incluí-las no cardápio e se atentar a alguns detalhes importantes
que podem potencializar seus efeitos.
Nutrientes essenciais
Com
atuação direta em diversos processos fisiológicos, os ácidos graxos são
responsáveis, entre outras coisas, pela secreção de hormônios, inclusive
daqueles que possuem ação na quebra das gorduras que são acumuladas em excesso
no tecido adiposo, e também trabalham no transporte de vitaminas lipossolúveis,
ou seja, aquelas que se dissolvem na gordura para que o corpo absorva seus
benefícios.
Mas,
segundo o nutricionista William Reis, é importante lembrar que nem todas as
gorduras são benéficas para o corpo: “Se o objetivo é reduzir medidas e ganhar
mais saúde e energia, as melhores escolhas são as gorduras insaturadas,
encontradas nos vegetais, sementes, frutos do mar, oleaginosas, azeite de oliva
extra virgem, abacate e manteigas puras de alta qualidade, que são fontes de
diversos nutrientes importantes como as Vitaminas A, K e D” – afirma o profissional
da Nature
Center.
Gordura na dieta?
Quem
luta contra a balança e ainda se preocupa com a saúde certamente questiona a
indicação de qualquer tipo de gordura. E quando se fala em perda de peso então?
O senso comum logo indica abolir os alimentos “gordurosos” do cardápio. E toda
essa ressalva a respeito do nutriente não é à toa, afinal, por muito tempo eles
foram condenados em relação à saúde e boa forma. Tanto é que, atualmente,
muitas pessoas ainda acreditam que uma dieta eficaz implica em reduzir ao
máximo o consumo lipídios.
Mas,
é justamente neste ponto que muitos se enganam, pois, o conceito de dieta pobre
em gorduras e rica carboidratos causa uma desproporção que impede que o
indivíduo obtenha as vantagens da ingestão de tais nutrientes. De acordo com
Reis o consumo de gorduras não deve ser descartado totalmente, mas sim
qualificado: “A dieta deve incluir uma seleção daqueles alimentos que são fonte
de gorduras boas, pois, assim como existem tipos de ácidos graxos distintos,
seus funcionamentos no corpo também são diferentes”.
O
profissional explica que é necessário distinguir entre aqueles que promovem
inflamação no organismo e aqueles que fazem exatamente o contrário: “Quando o
tecido adiposo está inflamado há o acumulo de gorduras no corpo, aquelas
gordurinhas indesejadas, especialmente na região da barriga, e quanto mais
inflamado maior a propensão para o ganho de peso, por isso é preciso evitar as
gorduras que favorecem esse processo, ou seja, as saturadas, que ainda são
pré-fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças” – explica o
nutricionista.
As melhores gorduras para a saúde e redução de peso
De
acordo com o especialista, as gorduras insaturadas podem ser divididas ainda em
dois tipos: poli-insaturadas e monoinsaturadas. O primeiro grupo é composto por
ácidos graxos que ajudam a reduzir os riscos de inflamação, dores e doenças
degenerativas do sistema nervoso central. “Esse tipo de lipídio auxilia também
no processo de emagrecimento, uma vez que melhora o aproveitamento do hormônio
da insulina e evita que a gordura fique acumulada no organismo” – afirma Reis.
Os ácidos graxos poli-insaturados são encontrados em óleos vegetais, como o de
milho, soja e girassol, peixes gordurosos, como salmão, atum e sardinha e
sementes de abóbora e linhaça.
Já
o tipo de gordura monoinsaturada apresenta os ácidos graxos que contém
nutrientes como o ômega 9, conhecido também como ácido oleico. Estudos apontam
que o consumo moderado do nutriente, presente em alimentos como azeite de oliva
e manteiga
ghee, que é uma manteiga clarificada de alta qualidade, beneficia o
controle do colesterol, especialmente em relação ao LDL (colesterol ruim) e
atua para elevar o nível de HDL no organismo (colesterol bom). Tal substância
também combate a formação de plaquetas nas artérias. Este grupo pode ser
encontrado no azeite de oliva extra virgem, óleo de canola, oleaginosas,
abacate, entre outros.
Principais benefícios de uma dieta rica em gorduras boas
Se
um indivíduo não está devidamente nutrido ou se encontra com algum
desequilíbrio hormonal, é inegável que, além de uma saúde debilitada, a perda
de peso também será dificultosa, ou pior, o corpo pode acabar usando os
músculos como principal fonte de energia, ao invés da gordura. Para evitar que
isso ocorra é preciso balancear o cardápio e incluir esses nutrientes que podem
ser grandes aliados da saúde. Confira os principais benefícios e os melhores
alimentos para fazer o aporte:
Ação
antioxidante:
A vitamina E, presente nos ácidos graxos, é um nutriente conhecido por sua ação
antioxidante. Ela é capaz de combater processos inflamatórios causados pelos
radicais livres, substâncias que provocam danos às células saudáveis do corpo.
Tal propriedade também auxilia contra o envelhecimento precoce, promovendo a
manutenção da elasticidade da pele e a preservação do vigor do organismo.
Maior
controle do apetite:
Por retardar o esvaziamento gástrico, as gorduras exigem um esforço redobrado
por parte do organismo em sua digestão, o que prolonga a sensação de saciedade,
o favorece o controle da dieta. Seu consumo moderado estimula a liberação da
leptina, hormônio da saciedade. Além disso, o ômega 9, presente em ácidos
graxos encontrados em alguns peixes, oleaginosas e manteiga, ajuda a diminuir a
liberação de cortisol, hormônio do stress que está associado ao aumento da
fome.
Facilita
o aporte de nutrientes:
Uma dieta moderada em gorduras boas é altamente benéfica ao estado nutricional,
pois, determinados nutrientes, especialmente as vitaminas lipossolúveis: A, D
E, e K, são solúveis apenas em gordura, ou seja, para que o organismo seja
capaz de absorvê-las é preciso que o aporte de lipídeos através da alimentação
esteja em dia. Mas, além disso, existem também os ácidos graxos essenciais,
aqueles que não são sintetizados naturalmente pelo organismo, portanto precisam
ser obtidos por meio da alimentação, como é o caso dos ômegas que, dentre as
gorduras consideradas boas, figuram no topo da lista. Ricos em antioxidantes,
eles são responsáveis por funções importantes do organismo: o ômega 9 atua
diretamente na produção de hormônios; o ômega 6 possui potente ação
anti-inflamatória e o ômega 3 é indispensável para saúde cerebral e cardíaca.
De olho na dose
Assim
como tudo na vida, ainda que se trate de uma gordura boa, é preciso moderação e
cautela em seu consumo, isso porque, mesmo os óleos funcionais, como é o caso
da manteiga ghee ou o óleo de peixe, são altamente calóricos, portanto, essas
gorduras saudáveis também demandam certo controle para que não resultem em
ganho de peso. Além disso, de acordo com o nutricionista, outros cuidados
também são necessários: “Ainda que o indivíduo exclua ou reduza a ingestão de
outros tipos de lipídeos, como a trans e saturada, para obter o máximo de
benefícios é preciso que haja um equilíbrio entre o consumo dos nutrientes,
especialmente em relação aos três tipos de ômegas, pois, caso ocorra uma
desarmonia, o efeito pode ser prejudicial ao organismo”. Por isso, o
especialista afirma que é preciso pensar na dieta como um todo e adotar um cardápio
equilibrado que ofereça o aporte adequado de nutrientes ao corpo.
Mexa-se!
Vale
ainda lembrar que esses lipídios do bem também são ótimas fontes de energia,
que pode ser aproveitada para atuar na potencialização dos resultados. Além de
manter a saúde do corpo, as gorduras aumentam a disposição, o que é ideal para
a prática de atividades físicas, um dos fatores primordiais de um estilo de
vida saudável e que, além de auxiliar na redução do peso, também age otimizando
as funções do organismo e contribuindo para o bom condicionamento físico.
Para
garantir esse efeito é preciso fugir do sedentarismo e usar o aporte de
lipídios a favor do corpo, gastando a energia extra com atividades funcionais.
“É importante também consultar um especialista, pois cada pessoa tem uma
necessidade nutricional específica e a dieta deve ser personalizada para suprir
a demanda de cada um e assegurar que o cardápio seja seguro e benéfico ao
organismo” – ressalta o nutricionista.
Fonte: Nature Center
Nenhum comentário:
Postar um comentário