Dez dicas para saber
como identificar e agir quando alguém está sofrendo ou causando bullying
virtual
Conciliar a
correria diária com a atenção necessária aos filhos, principalmente crianças e
adolescentes, é um desafio para os pais neste mundo conectado. Num piscar de
olhos, um post, comentário ou imagem publicada nas redes sociais pode causar
grande constrangimento e repercussão. Aqueles que acompanham a
navegação e os posts dos seus filhos nas redes e nos aplicativos de mensagem
instantânea no celular sabem que é comum encontrar comentários depreciativos,
onde jovens de diferentes idades expõem o outro em busca de destaque e
aceitação. Em geral, as postagens criticam alguma característica física,
condição social, comportamento, entre tantos outros temas comuns no convívio
entre eles. É o cyberbullying, um dos principais temas abordados no dialogando.com.br,
iniciativa da Vivo para promover o diálogo sobre o melhor uso das
tecnologias.
O
alcance e a velocidade com que as publicações se propagam nas redes, capazes de
reproduzir milhões de posts por segundo, potencializam o problema. “No ambiente
virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as
vítimas. Antes, o constrangimento do bullying ficava restrito aos momentos de
convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo”, aponta Lia Calegari da Cunha,
advogada que atua em escritório especializado em direito digital e atende casos
de cyberbullying. Lia faz um alerta: “o cyberbullying é uma violência como
qualquer outra e deve ser combatida sempre que ocorrer, principalmente por
estar ligada diretamente à saúde mental das vítimas, que, se não for protegida,
pode trazer sérios danos”.
A
advogada aponta como identificar se o seu filho está praticando ou sofrendo
cyberbullying e como agir diante da descoberta:
1 -Participe e monitore a utilização da internet por
crianças e adolescentes. Isso não significa apenas o bloqueio do acesso a
sites inapropriados, mas sim introduzir, no âmbito familiar, discussões
permanentes sobre a utilização da internet e seu impacto no desenvolvimento
cognitivo, afetivo e social das pessoas.
2 – Busque informações sobre o processo de evolução escolar
dos jovens, não só avaliando sua capacidade de aprender, como também o
desenvolvimento de habilidades relacionadas ao convívio social.
3 – Pergunte diretamente ao seu filho se ele se sente bem
na escola, se tem amigos, se testemunha ou se é alvo ou autor de agressões
físicas ou morais.
4 – Fique atento às manifestações como hiperatividade,
déficit de atenção, desordem de conduta, dificuldades de aprendizado e
agressividade. Estes fatores podem ser frequentemente encontrados nos autores
de agressões.
5 – Os sintomas mais frequentes nas vítimas são a
passividade quanto às agressões sofridas, um círculo restrito de amizades,
baixa autoestima, baixo rendimento escolar, medo e simulação de doenças com o
interesse de não comparecer mais às aulas, além da insegurança e baixa
sociabilidade.
6 -Busque avaliação psiquiátrica e psicológica. Ela pode
ser necessária e deve ser garantida nos casos em que os jovens apresentem
alterações de personalidade, intensa agressividade, distúrbios de conduta ou
apresentem algum dos sintomas citados. A ajuda permite que o jovem controle sua
irritabilidade, expresse sua raiva e frustração de forma apropriada e para que
seja responsável por suas ações e aceite as consequências de seus atos.
7 -No caso das vítimas, a ajuda psicológica é essencial
para orientar sobre medidas de proteção a serem adotadas, como aprender a
ignorar os apelidos, fazer amizades com colegas não agressivos, evitar locais
de maior risco e criar coragem para informar aos pais, ao professor ou
funcionário sobre o bullying sofrido.
8- Nos casos mais graves, busque auxílio jurídico. Apesar
de não haver leis específicas que prevejam sua prática, o cyberbullying nada
mais é do que crime contra a honra praticado em meio virtual. Em grande parte,
o autor é obrigado, além de retirar o conteúdo da web, a indenizar a vítima e a
se redimir publicamente.
9- Além das medidas judiciais, onde os pais da criança
agressora respondem em nome da mesma, é possível tomar medidas em conjunto,
envolvendo a criança agressora, a vítima, os pais e os representantes da
escola, como realização de trabalhos voluntários e presença em palestras
comportamentais.
10 - Informe-se. No dialogando.com.br é
possível encontrar dicas e orientações de especialistas para viver melhor as
possibilidades do mundo digital sem transtornos.
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