Opinião
Contudo, o que temos acompanhado pela mídia é o uso
do que é exibido em juízo, sem, muitas vezes, ser oportunizado o conhecimento
pela outra parte e, devidamente, analisado como o deveria ser, simplesmente,
jogado a conhecimento público. E, não é só, mas incitado por atores do
judiciário que maximizam e permitem a construção ou desconstrução de imagens,
reputações e lideranças.
E se, com o amadurecimento processual, ficar
provado o contrario ao que foi divulgado? Desculpas ou retratações públicas,
infelizmente, não apagam o vexame e não são capazes de restaurar o
pré-julgamento, a hostilização pública. E a transparência? Transparência e informação
é a chave indissociável da democracia, mas esta consiste em tornar acessível e
público tal qual existe e sem juízos de valores. A partir do momento em que
divulga-se uma tese, uma prova ou notícia sem esta ter sido amadurecida
processualmente, permitimos o pré-julgamento baseado em indícios que ganham o
peso de um martelo de verdadeiras condenações.
Devemos ter acuidade, porque o pré-julgamento, o
sensacionalismo e a espetacularização da justiça é um perigo latente ao nosso
Estado Democrático de Direito e, sem dúvidas, a nossa Carta Constitucional.
Dra.
Giselle Farinhas - Advogada
Nenhum comentário:
Postar um comentário