Doenças que atingem as tubas são responsáveis por
cerca de 25 a 30% dos casos de infertilidade feminina
O sistema reprodutor feminino é incrível. São diversos órgãos e células
trabalhando juntos para que se possa conceber uma vida. Porém, alguns problemas
ginecológicos podem dificultar ou até mesmo impossibilitar a gravidez. Uma das
causas mais comuns de infertilidade está relacionada à obstrução das tubas
uterinas. Quando elas estão obstruídas, impedem o encontro do óvulo com o
espermatozoide, inviabilizando a gravidez.
De acordo com o cirurgião ginecológico Dr. Edvaldo Cavalcante, patologias tubárias são responsáveis por 25 a 30% das causas de infertilidade feminina e de 10 a 25% desses casos apresentam obstrução na região da tuba, próxima ao útero. “Diversos motivos podem levar à obstrução das tubas uterinas, entre eles a doença inflamatória pélvica, cirurgia pélvica ou tubária prévia, aderências, endometriose, salpingite ístmica nodosa e tuberculose genital”, explica o médico.
Principais sintomas e diagnóstico
Muitas mulheres que não conseguem engravidar nunca irão imaginar que a obstrução das tubas uterinas seja o motivo, já que dificilmente há sintomas associados a essa condição. “Por isso, quando há o diagnóstico de infertilidade é preciso investigar as tubas uterinas por meio do exame denominado histerossalpingografia”, diz Dr. Edvaldo.
Recanalização tubária é o principal tratamento
A boa notícia é que a maioria dos casos de tubas obstruídas pode ser tratada, oferecendo à mulher a chance de engravidar pelo método natural de concepção.
“Ao longo dos anos, as técnicas cirúrgicas foram se aprimorando e hoje graças à radiologia intervencionista é possível realizar a recanalização tubária por meio da Radioscopia ou ainda pela Histeroscopia. Esse procedimento apresenta melhor resultado e menos riscos em comparação a outras cirurgias para desbloqueio das tubas. Ela é indicada quando a histerossalpingografia mostra que a obstrução está próxima da saída do útero”, comenta o médico.
O cirurgião explica que a Recanalização Tubária é feita por meio da radioscopia, em ambiente hospitalar com anestesia, sem a necessidade de qualquer incisão abdominal. Através da vagina, o médico insere um pequeno tubo (cateter) para dentro da cavidade uterina. Por dentro deste cateter, insere-se um fio flexível (fio guia) com espessura aproximada de 1mm de diâmetro que chegará até as tubas uterinas, alcançando o ponto em que há o bloqueio.
O segmento ocluído é suavemente manipulado através deste fio flexível e o bloqueio é removido. Também, é feita uma rápida injeção de contraste que ajuda a eliminar ou expulsar qualquer detrito, se presente; além de contrastar toda a tuba para comprovar a desobstrução.
“As chances de sucesso
dependem do tipo de obstrução que a paciente apresenta. Nos casos em que a
obstrução se encontra logo próximo da saída do útero, a recanalização é bem
sucedida em cerca de 90% das pacientes. Em alguns casos o tratamento deve ser
realizado em conjunto com a videolaparoscopia”, finaliza Dr. Edvaldo.
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