Conheça dois
pontos essenciais que os pais devem observar no uso de produtos eletrônicos
Com o constante desenvolvimento da tecnologia, uma
pergunta que parece ser constante na vida moderna dos pais é se video games são
bons ou ruins para os seus filhos? Com o advento de aparelhos eletrônicos, como
notebooks, tablets e smartphones, que conquistam rapidamente a atenção das
crianças, essa discussão ganhou cada vez mais relevância dentro das famílias e
das escolas. Neste cenário tecnológico, pai e mãe ficam motivados, e às vezes
até mesmo pressionados, a comprá-los e entregar nas mãos dos pequenos.
Algumas pesquisas apontam que as crianças que
brincam com video game são mais criativas, tem um rápido desenvolvimento
cognitivo, uma capacidade maior de tomar decisões, enxergam melhor o espaço e
desenvolvem bem a coordenação motora, entre outros benefícios.
Em contraponto, tem pesquisas que mostram que os
jogos eletrônicos causam complicações no desempenho escolar das crianças, além
disso, elas passam a ter problemas de socialização, a estarem sempre com mal
humor e a se tornarem mais impacientes. São estudos que divergem e deixam os
pais ainda mais confusos sobre o que fazer.
Afinal, os pais devem entregar os jogos eletrônicos
para os filhos, ou não? O Rabino Samy Pinto, responsável pela
Sinagoga Ohel Yaacov, compartilha um pouco da sabedoria milenar judaica e
destaca dois pontos importantes que podem iluminar o caminho que pai e mãe
devem seguir neste caso. “Não podemos tomar uma decisão como essa sem pensar e
analisar profundamente os benefícios e os malefícios que os equipamentos
eletrônicos produzem em nós humanos, e mais nas crianças”, afirma.
O QUE MEUS FILHOS ESTÃO VENDO?
Essa pergunta deve sempre ser feita pelos pais.
Muitos jogos, programas de televisão e sites na internet têm conteúdos
violentos ou que não são apropriados para o público infantil. “Cabe ao adulto
selecionar e permitir qual tipo de influência seus filhos irão absorver, sejam
positivas ou negativos. É importante que pais, professores e agentes
educacionais estejam atentos e envolvidos com o desenvolvimento do material
para crianças”, comenta o Rabino Samy Pinto.
Mas não basta apenas permitir ou proibir o contato
com determinados video games ou programas, sentar em família e explicar as
razões dos limites colocados para a criança e as consequências em quebrar as
regras familiares, ajudam na construção pessoal e social do indivíduo. “Quando
estiver em casa com seus filhos, é preciso pensar no perfil dessa geração que
está acostumada a aprender tudo com a tecnologia, mas que desconhece algumas
operações que nenhum equipamento eletrônico pode ensinar. Entre elas, como
adquirir a capacidade de tomar decisões ao observar pai e mãe sentados juntos
resolvendo uma série de situações de rotina, tendo ele como testemunha moral”,
aconselha o rabino.
QUANTO TEMPO MEUS FILHOS ESTÃO JOGANDO VIDEO GAME?
O segundo ponto que precisa ter a atenção dos pais
é o tempo dedicado aos jogos e aparelhos eletrônicos, não só dos filhos, mas
deles próprios. “O tempo é um valor, e que sabemos o quanto algo é valioso pelo
tempo que a pessoa se dedica a ele. Se uma criança fica exposta a um longo
período ao jogo, é sinal de que o vídeo game é muito importante para ele, e
outras tarefas que sabemos que são muito importantes ficaram comprometidas
devido a isso”, explica Samy.
As crianças percebem o tempo de forma diferente dos
adultos. “Elas podem pedir mais alguns minutinhos esperando aproveitar horas,
podem falar que passaram apenas alguns segundos, mas já foi metade do dia.
Buscar um ponto de equilíbrio entre os momentos com os aparelhos eletrônicos e
longe deles é a principal tarefa que nós adultos devemos ter. Muita água a
pessoa pode morrer afogada, pouca pode morrer desidratada. O uso da tecnologia
precisa ter essa visão”, aconselha o rabino.
Para os adultos e para as crianças, a sabedoria
judaica mostra o mesmo caminho. “Que tal dedicarmos nosso tempo para o que
valorizamos bastante. Se nossos filhos são importantes, e de fato são, devemos
passar mais tempo com eles, ao invés de deixá-los passar todas as horas com
equipamentos eletrônicos”, conclui o rabino Samy Pinto.
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