quinta-feira, 1 de junho de 2017

5% da população mundial é afetada pela gagueira



O problema ainda atinge 70 milhões de pessoas no mundo que gaguejam cronicamente por falta de tratamento e orientação

A gagueira é um distúrbio da fluência da fala, caracterizado por repetições, prolongamentos da silaba ou hesitações e pode estar acompanhada por movimentos (piscar olhos, por exemplo) e emoções negativas que revelam insegurança e trazem prejuízos  na comunicação e algumas vezes pode atrapalhar o aprendizado durante a fase escolar. Se não for tratado, o problema na vida adulta afeta a vida social e profissional. 

A fonoaudióloga Ana Lúcia Duran da capital paulista conta que isso acontece porque cada som da fala tem um tempo usual para ser falado. “Esse tempo depende da região onde a fala é produzida. No caso da gagueira, alguns sons demoram mais para serem ditos por falha na temporalização em áreas corticais do hemisfério esquerdo. Esse tempo maior interfere na fluência e caracteriza o quadro”, explica.

A gagueira  do desenvolvimento tem seu início na infância (entre 3 e 6 anos) e pode continuar (ou não) na vida adulta. “Depende se for tratado corretamente”, fala a fono que ainda diz que “pessoas que não tratam a gagueira tem a produção da fala mais trabalhosa, têm dificuldades em fazer a ligação entre sons, sílabas, palavras e a formação de frases simples não é automática ou espontânea”.

Isso é um distúrbio causado por diversos fatores que podem estar ligados à genética e geralmente está associado com ansiedade desencadeada  por algum fator social, no ambiente familiar ou escolar.

A gagueira adquirida, ou seja de causa neurológica, ocorre após hemorragia cerebral ou traumatismo craniano que causam lesões permanentes.

Ana conta que a incidência é maior no sexo masculino e segundo pesquisas, isto deve-se a determinados genes responsáveis pela etiologia da gagueira aparecerem mais nos homens. 

Vale lembrar que ninguém é 100% fluente, ou seja, situações de comunicação sob grande carga de estresse podem desencadear uma disfluência momentânea. A especialista fala ainda que se  a gagueira persistir por mais de oito semanas, sem a influência de fatores externos, deve-se buscar ajuda especializada para não tornar o problema crônico.






FONTE: Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga clínica (graduada pela EPM/UNIFESP) e educacional (autora e responsável pelo projeto “Oficina de linguagem”, vencedor dos prêmios PNGE/2015 e Semeando boas práticas/2016), pós graduada em psicomotricidade.



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