O
problema ainda atinge 70 milhões de pessoas no mundo que gaguejam cronicamente
por falta de tratamento e orientação
A gagueira é um distúrbio da
fluência da fala, caracterizado por repetições, prolongamentos da silaba ou
hesitações e pode estar acompanhada por movimentos (piscar olhos, por exemplo)
e emoções negativas que revelam insegurança e trazem prejuízos na
comunicação e algumas vezes pode atrapalhar o aprendizado durante a fase
escolar. Se não for tratado, o problema na vida adulta afeta a vida social e
profissional.
A fonoaudióloga Ana Lúcia
Duran da capital paulista conta que isso acontece porque cada som da fala tem
um tempo usual para ser falado. “Esse tempo depende da região onde a fala é
produzida. No caso da gagueira, alguns sons demoram mais para serem ditos por
falha na temporalização em áreas corticais do hemisfério esquerdo. Esse tempo
maior interfere na fluência e caracteriza o quadro”, explica.
A gagueira do desenvolvimento tem seu início
na infância (entre 3 e 6 anos) e pode continuar (ou não) na vida adulta.
“Depende se for tratado corretamente”, fala a fono que ainda diz que “pessoas
que não tratam a gagueira tem a produção da fala mais trabalhosa, têm
dificuldades em fazer a ligação entre sons, sílabas, palavras e a formação de
frases simples não é automática ou espontânea”.
Isso é um distúrbio causado por diversos fatores
que podem estar ligados à genética e geralmente está associado com ansiedade
desencadeada por algum fator social, no ambiente familiar ou escolar.
A gagueira adquirida, ou seja de causa neurológica,
ocorre após hemorragia cerebral ou traumatismo craniano que causam lesões
permanentes.
Ana conta que a incidência é maior no sexo
masculino e segundo pesquisas, isto deve-se a determinados genes responsáveis
pela etiologia da gagueira aparecerem mais nos homens.
Vale lembrar que ninguém é 100% fluente, ou seja,
situações de comunicação sob grande carga de estresse podem desencadear uma
disfluência momentânea. A especialista fala ainda que se a gagueira
persistir por mais de oito semanas, sem a influência de fatores externos,
deve-se buscar ajuda especializada para não tornar o problema crônico.
FONTE: Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga
clínica (graduada pela EPM/UNIFESP) e educacional (autora e responsável pelo
projeto “Oficina de linguagem”, vencedor dos prêmios PNGE/2015 e Semeando boas
práticas/2016), pós graduada em psicomotricidade.
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