Outono traz mudanças de temperatura e aumento nos
casos de gripes e resfriados que afetam especialmente pessoas com doenças
crônicas como DPOC e asma, causando crises e internações
Com
a chegada do outono, termômetros registram temperaturas mais baixas e o período
de seca começa. A pouca umidade e o ar mais denso favorecem a menor dispersão de
poluentes e a irritação das vias aéreas. Além disso, com a chegada das
temperaturas mais amenas, as pessoas tendem a se aglomerar em locais com pouca
ventilação, como transporte público e escritórios com janelas fechadas, o que
propicia a maior proliferação das bactérias que causam gripes e resfriados.
Nessa estação, pacientes portadores de doenças crônicas, como asma e DPOC
(Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), por conta desses motivos, podem
apresentar crises de exacerbação, isto é, um agravamento nos sintomas.
O
Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade
Paulista de Pneumologia e Tisiologia, comenta sobre a importância de observar
os sinais do corpo. “Sintomas
como cansaço excessivo, falta de ar e tosse frequente podem ser indícios de
DPOC, doença que associa duas patologias que causam a obstrução crônica das
vias aéreas dentro dos pulmões: a bronquite e o enfisema pulmonar”. A
doença é
causada principalmente pelo tabagismo e tem diagnóstico difícil, pois seus
sintomas podem ser facilmente confundidos com sinais de envelhecimento. Dados
do Ministério da Saúde estimam que a DPOC afete mais de 7 milhões de pessoas no
Brasil e seja responsável pela morte de 40 mil brasileiros todos os anos[i].
É
nessa temporada também que as internações por asma têm seu maior pico[ii], pois é quando começam a ocorrer as primeiras frentes frias,
promovendo mudanças bruscas de temperatura que irritam as vias aéreas. A asma é
caracterizada pela inflamação crônica dos brônquios e leva à falta de ar e
chiado no peito.Dados recentes do DATASUS[iii] mostram que três pessoas, com idades entre 5 e 64 anos,
morrem a cada dia por asma no Brasil.
Dr.
Mauro explica porque isso ocorre: “Apesar
de ser uma doença muito conhecida, ainda há muita falta de informação. Embora
91% dos asmáticos considerem a doença como controlada, 72% relatam perceber
consequências da doença no dia a dia. Isso mostra que as pessoas ainda acham
que é normal que indivíduos com asma tenham limitações, como falta de ar. Na
verdade, com a doença controlada por meio da medicação de uso contínuo, o
asmático deve levar uma vida normal com grande qualidade de vida”.
A asma, quando não controlada, causa sintomas diurnos mais de duas vezes por
semana, despertares noturnos, uso de medicamento de resgate (bombinha) mais de
duas vezes na semana e qualquer limitação de atividade, como ausência na escola
ou trabalho e impedimento na prática de atividades físicas.
Gripes
e resfriados podem ser mais perigosos para pessoas que apresentam doenças
crônicas, causando piora dos sintomas. Por isso, a vacinação antigripal também
é uma importante ferramenta de prevenção do agravamento e internações. Neste
ano, a campanha nacional de vacinação contra a gripe começa no mês de abril. É
importante destacar que, em portadores de DPOC, a vacinação reduz em cerca de
70% a mortalidadei. “Por
ser uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, é importante a
recomendação da vacinação que previne gripe e pneumonia. Esse cuidado evita
complicações oportunistas e, juntamente com tratamento medicamentoso contínuo,
é fundamental para diminuir as crises e internações”, argumenta o
especialista.
Para
a prevenção das crises de ambas doenças os pacientes devem ter atenção nos
cuidados necessários. O Dr. Gomes afirma que a continuidade do uso rotineiro e
correto das medicações é um dos pontos principais para o controle de possíveis
anormalidades. “Indivíduos
que apresentam doenças crônicas devem estar atentos aos sinais de piora e
realizar tratamento contínuo para que mantenham a condição sobre controle e
tenham mais qualidade de vida. Além disso, deve-se evitar a exposição a
mudanças de temperatura e o contato com fumaça, poluição e outros fatores
agravantes”, finaliza o especialista.
Boehringer Ingelheim
[i] Bronquite crônica causa 40 mil mortes a cada ano, revela dados
do DATASUS. [Acesso em 20/03/17]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/564-bronquite-cronica-causa-40-mil-mortes-a-cada-ano-revela-dados-do-datasus
[ii] Perfil de internações hospitalares por doenças respiratórias
em crianças e adolescentes da cidade de São Paulo, 2000-2004 [Acesso em
21/03/2017] Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822011000400018
[iii] DATASUS. Informações de Saúde (TABNET) [Internet]. [Acesso
em 30 Mai 2016]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br
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