terça-feira, 30 de maio de 2017

Psicóloga alerta sobre os perigos da depressão em jovens



Mudanças comportamentais em adolescentes devem ser acompanhadas de perto


Recentemente, foi lançada no Brasil uma série americana baseada no livro Thirteen Reasons Why (Os treze porquês), a qual aborda o tema suicídio na adolescência. O sucesso de audiência foi tanto que provocou bastante discussão sobre o assunto na web e fora dela. Casos de suicídio entre jovens são recorrente nos noticiários e os números vêm crescendo ao longo dos anos. É comum lermos sobre adolescentes que tiraram a própria vida por causa de jogos de vídeo game, desentendimentos amorosos e bullying na escola. De acordo com a psicóloga do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Yara Satie dos Santos, essa faixa etária é marcada por oscilações de humor, rebeldia e, até mesmo, mudanças de atitude. “Porém, alterações significativas que comecem a acarretar prejuízos na rotina devem ser valorizadas e analisadas por especialistas”, alerta. 

                Os fatores mais presentes em suicídios na infância ou adolescência são presença de doença mental, depressão, dependências químicas e questões sociais e culturais. Conforme a especialista, normalmente o ato de tirar a própria vida vem precedido de três etapas: ideação suicida (quando existem pensamentos e planos para que o objetivo seja alcançado); a tentativa (uso de medicações, venenos, pular de locais inapropriados, envolvimento em brincadeiras de alto risco, entre outros); e o suicídio consumado. Normalmente, entre a ideação e o suicídio, há um período em que é possível buscar ajuda especializada”. Por isso, é necessário os pais observarem de perto o comportamento de seus filhos e, aos primeiros sinais de atitudes sugestivas de um quadro depressivo, procurarem auxílio. Devem ficar atentos à irritabilidade, explosão de raiva, desinteresse, alteração de sono e apetite, dificuldade de concentração, falta de memória, entre outros”, aconselha Yara.

               O início da depressão pode se manifestar de modo camuflado. “É comum familiares atribuírem as mudanças comportamentais apenas à fase de transformações em que o jovem está passando e não enxergar consequências futuras, como o suicídio”, comenta a psicóloga. Ela enfatiza que depressão na adolescência necessita do cuidado de um profissional especializado. “Se necessário, medicações de suporte podem ser indicadas e controladas por um psiquiatra e o suporte emocional fica a cargo do psicólogo”. Além do acompanhamento especializado, o apoio das pessoas próximas, principalmente dos pais, é indispensável ao tratamento do jovem deprimido, sem críticas, julgamentos, cobranças ou comparações. “A presença afetiva e acolhedora propicia benefícios duradouros”, finaliza.





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