quinta-feira, 4 de maio de 2017

Maternidade e sexualidade: uma combinação importante



Psicólogos destacam a importância da mulher entender as fases da sua sexualidade sem anulá-la por conta da maternidade

Ser mãe é o sonho de muitas mulheres. A confirmação positiva da gestação representa a consolidação da família e o início de uma nova etapa na vida amorosa. Romanceada por muitas, a maternidade pode acabar afetando a vida conjugal e a sexualidade femininas por diferentes motivos.
Os psicólogos Carla Zeglio e Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto de Sexualidade Paulista (InPaSex), lembram que o corpo feminino é regido por ciclos e hormônios, o que já colabora para que o desejo sexual seja afetado em variados momentos da vida. “Durante a gestação, por exemplo, há uma queda acentuada no desejo, porque gerar uma nova vida exige muita energia do corpo dela e os hormônios destinam-se a promover a gravidez e colocam a mulher mais lentificada”, contam. Após a chegada do bebê, muitas mulheres perdem o desejo sexual temporariamente por conta das mudanças no corpo e da nova rotina, e por medos irracionais relativos à relação sexual. “Ela se sente desconfortável com suas novas curvas ou tem medo de sentir dor, dependendo do tipo de parto que teve. Cada caso é muito específico e deve ser compreendido e orientado adequadamente”, destacam os profissionais do InPaSex.
O papai também precisa ser parceiro da nova mãe. “Ele também tem uma nova rotina e precisa apoiar sua companheira, demonstrando todo o seu afeto neste momento. O marido que pressiona, que briga e reclama pode colaborar para que a mãe fique com mais medos de não ser capaz de voltar ao papel de ser mulher e para a vida sexual. Outro problema possível a ser enfrentado é a depressão pós-parto”, orienta Oswaldo.
E não são apenas as mães recentes que precisam cuidar da sexualidade. “A mulher precisa compreender que ela tem diferentes papéis em sua vida. Ela não é apenas mãe. A maternidade é parte do seu dia, mas não a define por completo. A mulher também é filha, amiga, profissional e amante”, lembra Carla. Por isso, por mais que a rotina esteja puxada e os cuidados com os filhos seja cansativa, é importante separar um momento do dia para ficar a sós com o parceiro e manter a paixão acesa. De acordo com os psicólogos, não há uma receita pronta – cada casal tem a sua --, mas a mãe que é feliz, se sente amada e está satisfeita sexualmente, certamente fará seu filho também feliz. Construir um plano para atravessar os primeiros meses é uma necessidade que o casal precisa construir durante a gravidez.



Carla Zeglio - Dedica-se à psicoterapia de casais e em sexualidade e supervisão clínica com enfoque na sexualidade. Graduada em Psicologia pela Universidade São Judas Tadeu (1995), diretora do InPaSex- co-editora da Revista terapia sexual: Pesquisa e Aspectos Psicossociais. Foi Tesoureira da FLASSES - Federación Latinoamericana De Sociedades De Sexologia Y Educación Sexual (2003 / 2005) e Membro do Comitê de Ética da FLASSES (2007-2011). Coordenadora e Idealizadora do CEPES - Curso de Qualificação em Psicoterapia com enfoque na Sexualidade. Organizou e presidiu três congressos profissionais, os Encontros Brasileiros de Análise do Comportamento e Terapia Cognitivo-Comportamental com Casais e Família (2012, 2013 e 2015).


Oswaldo M. Rodrigues Jr - Psicólogo formado pela UNIMARCO (1984); foi Secretário Geral e Tesoureiro da WAS – World Association for Sexology (2001-2005); Presidente da ABEIS – Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual (2003-2005); dedica-se a tratar de problemas sexuais junto ao InPaSex – Instituto Paulista de Sexualidade – do qual é fundador e diretor. Autor de mais de 100 artigos científicos e mais de 35 livros, dentre eles: Parafilias (Ed. Zagodoni) Terapia da Sexualidade (2 vol., Ed. Zagodoni); editor chefe da Revista Terapia Sexual : clínica, pesquisa e aspectos psicossociais e co-cordenador do CEPES – Curso de Qualificação em Psicoterapia Sexual do Instituto Paulista de Sexualidade..




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