Estudos recentes mostram que as taxas
de câncer de pulmão em não-tabagistas dobraram nos últimos 10 a 15 anos,
passando de 8% para 20%, alerta o oncologista Marcelo Cruz, Developmental
Therapeutics Program. Division of Hematology/Oncology. Feinberg School of
Medicine. Northwestern University, Chicago-IL.
A última estimativa mundial indicou
incidência de 1,82 milhão novos de casos de câncer de pulmão, conforme o
Instituto Nacional de Câncer (Inca), sendo 1,24 milhão de homens e 583 mil
mulheres.
O câncer de pulmão é a principal
causa de morte por cânceres no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da
Saúde, em 2012, 1,6 milhão de pessoas morreram por essa doença.
Em 2016, a estimativa é que o Brasil
tivesse cerca de 28 mil novos casos da doença, sendo mais de 17 mil homens e
quase 11 mil mulheres. Os números indicam um risco estimado de 17,49 novos
casos a cada 100 mil homens e 10,54 para cada 100 mil mulheres. (Inca)
Fonte: Inca
A pergunta que fica é: de que forma o
câncer não tabaco se origina? Sabe-se que exposição à radiação, fumante
passivo, exposição ao gás radônio e à poluição ambiental são fatores de risco
importantes. A Organização Mundial de Saúde e outros grupos internacionais
reconheceram, em 2005, que o principal fator de risco para câncer de pulmão
em não-tabagistas é o gás radônio, seguido pela exposição à fumaça do
cigarro e a poluição ambiental.
"É preocupante ver o crescimento
do câncer de pulmão, tipo de tumor que mais provoca mortes pelo mundo. E ainda
mais alarmante considerando o aumento da doença entre não fumantes. Precisamos
discutir as causas que provocam essa doença: poluição, ambiente, radônio,
mutação genética...", destaca Marlene Oliveira, presidente do Instituto
Lado a Lado pela Vida.
O gás radônio
É um gás radioativo liberado do solo
em regiões ricas em minério como urânio. Resulta da quebra natural desse
minério. É imperceptível, não tem cor, cheiro ou sabor.
O radônio que sai do solo entra em
construções por tubulações, fendas, rachaduras, se acumula e atinge
concentrações que podem ser danosas à saúde, sendo maior em casas, pavimentos
térreos e em andares inferiores dos edifícios.
O Brasil tem a quinta maior reserva
natural de urânio do mundo e é responsável por grade extração de diversos
minerais para a construção civil.
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