segunda-feira, 3 de abril de 2017

THE ECONOMIST: ÍNDICE DE "TETO DE VIDRO" 2017 MOSTRA OS PAÍSES QUE AINDA SÃO OS MELHORES PARA TER UMA MULHER QUE TRABALHA





De acordo com o Índice de "Teto de Vidro" (GCI, na sigla em inglês) 2017 da The Economist, uma avaliação anual de onde as mulheres têm as melhores e as piores chances de receber tratamento igualitário no trabalho dentro da OCDE, um clube de países majoritariamente ricos, a taxa de participação de 63% das mulheres na força de trabalho cresceu apenas 3 pontos percentuais desde 2005, enquanto a taxa de participação de homens no mercado de trabalho permaneceu a mesma em 80%. Além disso, a diferença salarial entre os gêneros não mudou substancialmente nos últimos cinco anos, com mulheres ainda ganhando cerca de 85% do que ganham os homens.

O GCI, que combina dados sobre ensino superior, participação na força de trabalho, salário, custos com crianças, direitos de maternidade e paternidade, matrículas em escolas de negócios e representatividade em posições sêniores para criar um ranking de 29 países da OCDE, mostra que os países Nórdicos ainda são os melhores para se trabalhar se você é uma mulher. A Islândia lidera o ranking geral e também muitos dos indicadores, inclusive de ensino superior, mulheres em Conselhos de empresas e mulheres no Parlamento. Turquia, Japão e Coreia do Sul ficaram nas três últimas colocações do índice geral.

Em uma análise mais profunda, o gráfico interativo da The Economist revela quais são os vencedores e os perdedores nos diversos indicadores:


•    Ensino superior: Na Islândia, a taxa de conclusão de cursos superiores por mulheres é 14,9 pontos percentuais maior que a de homens; já na na Suíça, a taxa é 9,7 pontos percentuais menor que a de homens

•    Taxa de participação na força de trabalho: A Finlândia tem a menor diferença entre taxas de participação na força de trabalho entre homens e mulheres, enquanto a Turquia tem a maior

•    Diferença salarial entre os gêneros: Mulheres sul-coreanas têm a maior diferença salarial no índice (36,7%) e as belgas a menor (3,3%)

•    Mulheres em posições de gerência: Os Estados Unidos registram a maior porcentagem (43,4%) de mulheres em posições de gerência, enquanto a Coreia do Sul a menor (10,5%)

•    Mulheres em Conselhos de empresas: A Islândia tem a maior fatia de mulheres em Conselhos (44,0%), enquanto a Coreia do Sul tem a menor (2,4%)

•    Vestibular para Cursos de Negócios (GMAT) realizados por mulheres: A Finlândia tem a maior taxa de realização de exames GMAT por mulheres (47,5%), enquanto o Japão tem a menor (21,6%)

•    Mulheres no Parlamento: A Islândia tem a maior porcentagem de mulheres em seu Parlamento (47,6%), ao passo que o Japão tem a menor (9,5%)

•    Custos líquidos com crianças: A Grã-Bretanha tem o maior custo líquido com crianças em 45,7% do salário médio; a Coreia do Sul tem o menor,  de 0%.

•    Licença remunerada para mães: As mães húngaras têm a licença-maternidade mais generosa com 71 semanas de licença-maternidade remunerada, enquanto os Estados Unidos estão na última colocação com zero semanas

•    Licença remunerada para pais: Os homens japoneses têm a licença-paternidade remunerada mais longa com 30 semanas; os EUA ficam na última posição com zero semanas

De acordo com a autora do Índice, Roxana Willis, os dados do GCI deste ano mostram que problemas estruturais e desigualdades de gênero persistem na OCDE: "Com poucas mulheres galgando cargos, e efeitos fortes de redes de contatos exclusivamente masculinas, o Índice "Teto de Vidro' da The Economist mostra que a representatividade em cargos geralmente mais bem remunerados e de status mais elevado fica mais perto de um terço do que da metade". Roxana explica ainda que apesar da primeira colocação no índice, as mulheres islandesas ainda acreditam que têm um longo caminho a trilhar para chegar à igualdade: "Em 24 de outubro do ano passado, em um ato de protesto, muitas mulheres islandesas deixaram seus locais de trabalho mais cedo para refletir sua diferença salarial de gênero de 14%".

Este é o quinto ano em que a The Economist divulga seu Índice "Teto de Vidro". Quando foi lançado em 2013, eram apenas cinco indicadores e 26 países. Hoje, são dez indicadores incluindo licenças-maternidade e paternidade para 29 países da OCDE.





The Economist

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