Levantamento realizado por consultoria
especializada indica que apesar dos desafios enfrentados, jovem se mantém
otimista e crê na melhora do mercado de trabalho.
Conquistar uma oportunidade
para iniciar a carreira é, sem dúvidas, um dos maiores desafios enfrentados
pelos jovens que estão ingressando ou concluindo cursos técnicos e superiores.
Porém, em tempos de crise como a que o país atravessa, essa preocupação ganha
proporções muito maiores: maior competividade, concorrência desigual, poucas
vagas...E tudo isso sem possuir, em muitos casos, qualquer tipo de experiência.
Indiscutivelmente, a crise não só tem afetado o mercado como a própria
confiança dos milhares de jovens que buscam colocação profissional.
Diante disso, a Companhia
de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de
estágio e trainee – lança no Dia Internacional do Jovem Trabalhador um
levantamento exclusivo que explora, justamente, como esse período conturbado
tem afetado a perspectiva do candidato a vagas de estágio no Brasil. Na data
que busca promover a importância dessa mão de obra, o estudo revelou os
principais anseios e expectativas daqueles que buscam uma chance de adquirir
experiência. Contando com mais de 2.100 entrevistados em todas as regiões do país,
a pesquisa aponta, dentre outras coisas que a remuneração não é a maior
preocupação neste momento e, apesar dos diversos entraves, o jovem se mantem
otimista e aposta numa mudança positiva de cenário.
Perfil dos entrevistados
Com 2.193 entrevistados, a
Pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de estágios em 2017” contou com
participantes das cinco regiões do país, com predominância da Região Sudeste,
que concentra mais de 60% das respostas. Porém, em relação à última versão da
pesquisa, é possível perceber um crescimento significativo de adesão na Região
Norte, que passou dos 3,5% em 2016 para 6,1% neste ano. A maioria dos
entrevistados pertence à faixa etária mais jovem, entre 18 e 20 anos, é do sexo
feminino e está nos primeiros semestres da faculdade. Dentre as áreas do
conhecimento, 43,8% frequentam ou frequentaram cursos da área de Humanas, que
representa a maioria dos entrevistados. E embora ainda seja tímida, a
participação de alunos das áreas Biológicas dobrou neste ano, ultrapassando os
10%. Apesar de contar com entrevistados que ainda estão no ensino médio ou já
concluíram o ensino superior, mais de 90% dos participantes está cursando a
faculdade no momento.
Estágio é a vaga mais desejada
No quesito
“Empregabilidade” quase 60% dos entrevistados está à procura de um estágio,
enquanto 13,8% já conquistaram uma vaga desse tipo. No geral, 76% dos
entrevistados estão em busca de algum tipo de colocação profissional, no
entanto, 20% deles demonstraram estar interessados em qualquer oportunidade que
surgir, sem discriminação. Dentre os que já alcançaram o almejado
estágio, o principal objetivo da empreitada é adquirir experiência
profissional. Quesitos como o cumprimento da exigência curricular escolar e a
própria remuneração da vaga tem relevância ínfima diante da necessidade de
conseguir desenvolver a carreira. No geral, tanto para aqueles que estão
estagiando quando para os que ainda estão em busca de uma oportunidade, o
aprendizado é o fator mais relevante na hora de avaliar uma vaga desse tipo,
seguido das chances de efetivação após a conclusão do programa (18%). A
remuneração aparece nos últimos postos, como prioridade para apenas 6,8% dos
entrevistados.
O caminho (digital) até a vaga
As ferramentas digitais
consolidaram-se como principal recurso na hora de buscar vagas. Curiosamente, o
LinkedIn ultrapassou o Facebook na preferência dos entrevistados: no último
ano, a rede profissional de contatos aparecia em segundo posto, perdendo para o
famoso site de Mark Zuckerberg, mas em 2017, quase um terço dos entrevistados
apontou a rede de contatos profissionais como a alternativa majoritária na
procura pelo emprego. As plataformas de divulgação de vagas também demonstraram
sua relevância: dentre os que conquistaram uma vaga, quase 24% afirmou tê-lo
feito através desse recurso. Não é a toa que grande parte dos
entrevistados alega ter se cadastrado em até cinco sites de recrutadoras
diferentes. Por outro lado, o fator “Indicação” segue forte, ressaltando a
importância de um bom networking profissional.
Efeitos da crise
No tema chave, o
levantamento demonstrou que a crise tem impedido os jovens de investirem em
qualificação, mais de 30% alegou não ter feito qualquer atividade neste sentido
devido à falta de recursos. Dentro os planos deixados de lado em virtude da
crise, a valorização do currículo também aparece como principal frustração
(43,4%). Projetos como viajar, comprar um carro ou sair da casa dos pais são
desejos irrelevantes perto dessa preocupação. Para esses jovens, o pior efeito
da crise atual é a falta de oportunidades (62,7%), fatores como maior exigência
dos recrutadores e maior competitividade aparecem empatados em segundo lugar,
com 14,7% das respostas.
Desafios
Para esses jovens, além dos
desafios clássicos do processo seletivo como “saber como se portar”, “o que
vestir (para a entrevista)” e “ter que participar de dinâmicas”, atualmente o
maior motivo de insegurança é ter que demonstrar suas habilidades em pouco
tempo (44%). Tiago Mavichian, diretor da consultoria complementa: ‘’Os
processos estão cada vez mais digitais e rápidos, estar preparado para
conseguir mostrar todo seu potencial e habilidades em um curto espaço de tempo
é uma característica que as empresas buscam atualmente – vender bem e vender
rápido uma boa ideia – nesse caso vender bem e rápido a você mesmo’’ A maioria
dos respondentes gostaria, inclusive, de melhorar aspectos profissionais que
lhe conferissem mais confiança, como ser fluente em alguma língua estrangeira
(63%) ou dominar mais tecnologias (14,3%). Curiosamente, dentre aqueles que
conseguiram investir na qualificação no último ano, os cursos de idiomas foram
a principal escolha. Para os que estagiam ou estagiaram, a experiência do
programa é produtiva: para 52%, além de proporcionar experiências totalmente
novas, a atividade evidência a importância das matérias aprendidas em sala. E
apesar dos desafios proporcionados pelos tempos atuais, 76,2% se sentem
otimistas em relação à crise e creem que o mercado vai começar a reagir em
breve.
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