Dezenas de milhares de
manifestantes participaram no domingo (26-3-17) na Avenida Paulista de
protestos pacíficos contra a corrupção nos meios políticos e em apoio ao juiz
Sérgio Moro e à operação Lava-jato.
Nem os organizadores nem a Polícia Militar de São
Paulo divulgaram o número de participantes. Embora com cifras menores,
manifestações análogas ocorreram em várias outras cidades.
A explicação para a afluência menor de público em
relação às gigantescas manifestações anteriores foi que, desta vez, os alvos
eram mais difusos e pulverizados, além do surgimento de alguns temas novos que
o grande público ignora. Nas anteriores, os objetivos foram bem definidos e
diretamente contra a roubalheira promovida durante o governo PT para a
perpetuação de sua sigla no Poder, pelo impeachment
de Dilma Rousseff e para impedir a “cubanização” ou “venezualização” do Brasil.
Assim, no recente protesto, houve
manifestações pulverizadas a respeito de uma série de questões: contra a
corrupção generalizada; em defesa da operação Lava-jato; pela abolição do
“Estatuto do Desarmamento”; pela rejeição às leis que permitem o aborto; pelo
fim do “foro privilegiado” e da impunidade ao “caixa 2”; contra a “Lei de
imigração”; pelo retorno da Monarquia; pelo NÃO à anistia aos políticos
corruptos; pelo NÃO à proposta de “lista fechada” de partidos nas eleições etc.
Entretanto, equivoca-se quem diagnosticar
que esses fatores e o comparecimento inferior indicam um arrefecimento da
reação da opinião pública em face da situação atual do País. O descontentamento
é enorme, mas o que levou os brasileiros a saírem em número menor às ruas para
protestar nesse último domingo foi a ausência no panorama nacional de
lideranças autenticamente conservadoras capazes de fazerem frente à
esquerdização do País.
Nota-se que a população começa a perceber
que a causa da crise que atravessamos não é apenas de caráter político e
econômico, mas de caráter moral. Em qualquer caso, nota-se também que continua
firme na maior parte do público a resolução, muito difundida nas manifestações,
de defender “Nossa
bandeira verde e amarela, sem foice e martelo”. Cores que a maioria
dos participantes usava como símbolo de uma reação antipetista.
Com propostas mais definidas, jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
participaram da manifestação na Avenida Paulista, quando distribuíram ao
público o comunicado abaixo.
QUERO MEU BRASIL DE VOLTA!
Dez reivindicações por uma Nação autêntica,
cristã e forte
Em 2016, os brasileiros saíram às ruas bradando “nossa bandeira é verde e amarela” e “nossa bandeira jamais será
vermelha”. E assim afastaram do Poder uma corrente política que visava,
ora de modo claro, ora velado, nos impor o socialismo bolivariano.
Em 2017, voltamos às ruas bradando “quero
meu Brasil de volta!”, não só para que os entulhos bolivarianos
sejam removidos, mas sobretudo para que se assegurem à Nação direitos naturais,
resultantes da própria boa ordem posta por Deus na Criação.
Direitos esses que não são uma concessão do Estado, sobre os quais ele pode
legislar a seu bel-prazer, mas antes lhe incumbe respeitá-los e defendê-los.
A atuação do Instituto
Plinio Corrêa de Oliveira não tem qualquer intuito
político-partidário. Não propomos como solução nem pessoas, nem partidos, nem
panaceias políticas.
Interpretando os sentimentos mais profundos dos brasileiros, reivindicamos:
2 - Respeito à família como foi constituída por Deus,
isto é, pelo casamento de um homem e uma mulher, como está estabelecido em
nossa Constituição.
3 - Respeito ao mais inalienável direito dos
pais, que é a educação dos próprios filhos, e a rejeição da “Ideologia de
Gênero”.
4 - Respeito à livre iniciativa, pois tendo sido o homem
criado à imagem e semelhança de Deus, é livre e inteligente. A não observância
desse direito inibe a capacidade criativa de um povo.
5 - Respeito ao direito à propriedade privada, garantia da
liberdade, e fim das invasões rurais ou urbanas.
6 - Respeito ao direito natural de legítima defesa e
abolição das restrições à posse e ao porte legal de armas, como foi manifestado
por 64% dos brasileiros quando do referendo que visava nos impor o
desarmamento.
7 - Levar adiante — prudente e implacavelmente — o combate
à corrupção que vem saqueando a Nação nos últimos tempos.
8 - Redução do tamanho do Estado às reais necessidades da
Nação e consequente redução do insuportável fardo tributário que pesa sobre os
brasileiros.
9 - Radical simplificação da atual legislação trabalhista,
fonte de tanta desarmonia entre patrões e empregados.
Que
Deus inspire as nossas autoridades executivas, legislativas e judiciárias a
respeitar as autênticas aspirações oriundas de nossa formação profundamente
cristã, para que o Brasil retome as vias de um progresso autêntico e venha a
ser aquela Nação com a qual todos nós sonhamos...
E assim, com as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, o Brasil volte a brilhar no
concerto das Nações. “Procurai
o Reino de Deus e sua justiça e o resto virá por acréscimo”,
assegurou-nos o Divino Redentor.
Paulo Roberto Campos é jornalista e
colaborador da Abim
Fonte:
Agência Boa Imprensa – (ABIM)




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