O cenário futuro é desafiador para as empresas, e
se reestruturar já não basta para as que querem ser competitivas: é preciso
haver um alinhamento na cultura organizacional com a estratégia de negócio. Mas
será que as companhias sabem qual a sua estratégia? Elas têm uma? Seus líderes
estão conectados com a estratégia? Sua equipe possui as habilidades,
atitudes e competências para enfrentar o momento desafiador que está
chegando?
Quando falamos em alinhamento entre a cultura
organizacional e a estratégia, falamos sobre rever o aspecto estrutural das
organizações. Ou seja, a gestão deve ser mais horizontal e com menos
níveis hierárquicos. A empresa do amanhã tem que viver, de fato, o seu DNA
e a sua proposta de valor. Do contrário, será mais uma nadando no oceano
vermelho, e não no azul.
Uma organização que foca e revê os seus propósitos
e cria conexão direta com os propósitos dos seus colaboradores faz com que a
sua equipe seja engajada. Somente com metas e processos definidos, é possível
traduzir a estratégia para a força de trabalho e, consequentemente, melhorar a
eficiência operacional.
A empresa do futuro não terá hierarquia, mas sim
heterarquia - uma estrutura informal que muda conforme a necessidade e que,
para funcionar, exige que todos os colaboradores sejam importantes. Assim como
o cérebro humano não é hierárquico, as diferentes áreas e capacidades são
recrutadas em combinações diferentes, conforme a tarefa. Nas organizações
sistêmicas e criativas, todas as pessoas têm valor e o que as rege não é o
cargo, mas sim a responsabilidade enquanto liderança mais fluída.
As companhias precisam compreender, desde já, que é
necessário estabelecer um ambiente colaborativo capaz de estimular a criação e
a inovação. E isso só é possível em uma cultura justa e de confiança,
descentralizada, sem barreiras hierárquicas, em que se permita o erro como
parte do processo evolutivo e de aprendizado.
Sabemos que a internet das coisas e a inteligência
artificial já estão entre nós e ocuparão cada vez mais o papel trabalho humano,
sendo a nova mão de obra para fins operacionais dentro das organizações.
Organizações que, por sua vez, precisarão tornar seus processos cada vez
mais eficientes, dinâmicos e ágeis, para atender tanto a
velocidade oriunda dessas tecnologias quanto a pressão do mercado consumidor.
O fato é que o capital humano sempre será o motor
competitivo das companhias, e esse motor só girará com força total, com um RH
estratégico e inovador. O talento, a energia, o insight e
a oportunidade estarão cada vez mais centrados nas pessoas. Afinal, é
delas que surgem as ideias, são elas o melhor sistema de alarme e todos os
riscos e todas as oportunidades estarão na força do trabalho.
A empresa é um sistema e, como tal, deve haver
congruência da teoria com a prática, do que se prega como valor, propósito,
missão e visão com o que se vê no dia a dia. Os colaboradores serão
diferenciados somente se forem tratados como seres humanos integrais, se a
companhia demonstrar que confia neles e os reconhece. Desse modo, os membros
das equipes darão mais de si no trabalho e toda energia, imaginação e ideias
ficarão disponíveis para todos na organização. Se um colaborador se
perguntar “por que devo me dedicar a um sistema que não se preocupa comigo?”, a
empresa não estará preparada para ser competitiva e para esse futuro
interdependente. Pois todos sabemos que Independência hoje e no futuro é
morte!
O seu RH e a sua empresa estão preparados para
sobreviver nesse cenário novo que o século 21 está exigindo ou ainda estão
operando no século passado? Que tal começar a criar equipe engajadas e um
capital social na sua companhia?
Claudia Santos -
especialista em gestão estratégica de pessoas, coach executiva
e diretora da Emovere You (www.emovereyou.com.br)
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