A Câmara Americana entrevistou 350 gestores de empresas
sobre os desafios no tratamento igualitário de homens e mulheres nas
organizações
A maioria das empresas brasileiras ainda enfrenta desafios
significativos de equidade de gênero. A conclusão é de estudo inédito da Câmara Americana de Comércio
(Amcham) com 350 diretores e
executivos de empresas, aplicada em outubro de 2016.
Para 76% dos entrevistados e entrevistadas, na sua maioria
gestores de recursos humanos de empresas dos mais variados portes e segmentos,
as empresas ainda não tratam homens e mulheres de forma igualitária na
estrutura organizacional e de gestão. Só 24% deles avaliam de forma
satisfatória a temática e tratamento de gênero na sua companhia.
Na avaliação de 80%, a diferença de tratamento é percebida em
maior escala na promoção de novas lideranças, com maior número de homens em nível gerencial. Outros 12%
consideram a seleção o momento de maior diferenciação, com maior preferência
por gênero e não por competência. E 8% apontam o estágio do desenvolvimento,
com investimentos em treinamento desigual entre sexo na companhia.
Para promover em maior nível a equidade de gênero, existem três
aspectos prioritários a serem trabalhados: (47%) financeiro,
igualando salários e benefícios entre gêneros do mesmo cargo; (30%) recursos humanos,
aumentando o número de mulheres no quadro de funcionários ; e (23%) jurídico, igualando diretos e benefícios
independente de gêneros.
“Quando, para 47% dos empresários, igualar salários entre gêneros
ainda é o maior obstáculo, percebemos o quanto falta avançar”, comenta Deborah
Vieitas, CEO da Amcham Brasil, e primeira mulher a comandar, em 98 anos, a
maior Câmara Americana, entre 114 existentes fora dos Estados Unidos.
Maternidade e carreira
A maioria dos entrevistados pela Amcham (86%) avalia que o papel
cultural das mulheres nas estruturas familiares ainda são fatores de
interrupção de carreira. Para esta maioria, as mulheres arcarem com uma parte
desproporcionalmente maior das tarefas domésticas e, especialmente, na
maternidade, inibe e reduz promoções e também as ambições femininas por cargos
mais elevados. Para 78% , o
fator maternidade ainda gera interrupções ou
pausas em plano de carreira para mulheres executivas.
Equidade como pilar de gestão
Na sondagem da Amcham, 52% declararam NÃO ter um programa formal ou ação de
incentivo à equidade de gênero. Das 48% das empresas que já possuem um programa
estruturado, 63% avaliam os resultados gerados a partir da ação ainda como
“regulares”, com mudanças pontuais na cultura da empresa. Só 19% estão satisfeitos com as
ações e estágio atual do seu programa de equidade.
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