quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher Conquistas e o Desafio no Campo Profissional



A mulher brasileira começou a ganhar espaço na sociedade em meados dos anos de 1930, durante a gestão do Presidente Getúlio Vargas. Na época, embora não inteiramente perfeita, ele institui o direto feminino ao voto e a partir deste momento, as mulheres puderam manifestar as suas opiniões no campo social e político. Anos mais tarde, o mesmo presidente, ainda em vigor no país, criou a carteira profissional de trabalho, acompanhada das leis trabalhistas, visando os direitos profissionais de homens e mulheres.
Elas começaram aos poucos, com cargos de pouco destaque, como: lavadeiras, cuidadoras de crianças, professoras, costureiras, entre outros. Mas, com o direito ao trabalho profissional e o seu reconhecido diante das leis do país nasceu o desejo de assumir novos cargos e posições de trabalho. A mulher ingressou com mais vigor no campo acadêmico e passou a assumir áreas mais convictas, de empresárias à diretoras de grandes corporações. Porém, ainda existem desafios sérios  a serem vencidos no mercado, como a discriminação e a igualdade de direitos. 
Como coaching de carreira, é comum me deparar com mulheres inseguras em relação ao casamento, ao possuir filhos e ao valor do salário comparado aos dos homens. As suas principais dúvidas são em como lidar com tais questões sem perder o seu direito de mãe e esposa. Em primeiro lugar, precisamos compreender que o ingresso da mulher no mercado de trabalho, comparado as ações masculinas, foi tardio. Por isso, caminham aos poucos em direção a cargos de mais importância: presidências, diretorias, coordenações e até política. Os homens historicamente possuem mais experiência nestes setores, por isso há mais confiança na tarefa.
Em segundo, é necessário investir na cultura de que as mulheres não exigem a igualdade dos sexos e sim na igualdade de direitos. Por quê digo na igualdade de direitos? Porque já se foi provado que elas conseguem seguir com os papéis de mães e esposas junto a imagem da profissional de sucesso bem sucedida financeiramente. Podemos ver hoje que cargos de gerenciamento, coordenação e diretoria são frequentemente ocupados por elas porque existe um diferencial: saber trabalhar com mais de uma questão ao mesmo tempo e ter a sensibilidade de sempre se colocar no lugar do outro - assim, enxergando e desenvolvendo melhor a capacidade e o potencial de cada funcionário sob seus cuidados.
O desafio de driblar os preconceitos e as discriminações em relação a sexualidade deve começar na procura do emprego almejado. A mulher deve analisar se a empresa interessada possui a postura de compreender as necessidade de mãe e esposa, assim como possíveis problemas ocorridos pelas mudanças hormonais. Ela deve também analisar se existem outras mulheres em cargos de comando e se os seus direitos trabalhistas serão realizados. Caso ela veja que não é possível, é indicado procurar algo melhor e que se encaixe em seus sonhos e desejos. 
O mundo inteiro debate a questão da igualdade de salários entre homens e mulheres, não é só no Brasil que isto ocorre. Por isto, acredito que a maneira que elas podem e devem fortificar a sua permanência e reconhecimento no mercado de trabalho é investir sempre na especialização, aumentando o seu conhecimento técnico e profissional, e sabendo lidar com o lado emocional. O serviço de coaching trabalha com o autoconhecimento e a autoimagem, mas ela pode fazer isto sozinha pegando uma simples folha de papel e uma caneta. Em duas colunas, colocar de um lado os pontos positivos de sua personalidade e do outros os negativos. A partir daí, inicia-se o autoconhecimento e o desenvolvimento dos pontos positivos de sua personalidade e profissionalismo. 
As mulheres jamais serão iguais aos homens, porque os homens são homens e as mulheres são mulheres. Reconhecendo a diferença torna-se mais fácil lutar pelos direitos igualitários. É muito importante que se trabalhe a autoafirmação de que é possível realizar sonhos profissionais sendo uma mulher e até respeitar o trabalho da próxima. Por quê digo isso? Na maioria das vezes, são as próprias mulheres que se sabotam com comentários preconceituosos em relação chefia feminina ou posturas profissionais de colegas de trabalho. As mulheres devem se unir diante do desafio dos direitos iguais e acreditar mais em seu potencial. 
Temos exemplos fortíssimos de mulheres que comando nações e empresas sem deixar à desejar, como a Angela Merkel - cientista política e chefe de estado da Alemanha - e a Luiza Helena Trajano - empresária brasileira, dona de uma famosa rede de lojas de departamentos e eletrodomésticos. Nos campos sociais, podemos citar Bertha Lutz - brasileira que lutou pelo direito feminino brasileiro pelo voto, desafiando homens de classe e do poder - e Laudelina de Campos Melo - fundadora do sindicato das empregadas domésticas brasileiras e que ajudou que a função fosse reconhecida como atividade profissional. 




Ana Brunier - formada em Administração de Empresas pela Faculdade Salgado de Oliveira e em Gestão de Pessoas pela PUC São Paulo. Possui especializações em desenvolvimento de carreira e comportamento profissional pela FIA/USP e em coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching. Saiba mais em www.brunier.com.br 





Nenhum comentário:

Postar um comentário