A
mulher brasileira começou a ganhar espaço na sociedade em meados dos anos de
1930, durante a gestão do Presidente Getúlio Vargas. Na época, embora não
inteiramente perfeita, ele institui o direto feminino ao voto e a partir deste
momento, as mulheres puderam manifestar as suas opiniões no campo social e
político. Anos mais tarde, o mesmo presidente, ainda em vigor no país, criou a
carteira profissional de trabalho, acompanhada das leis trabalhistas, visando
os direitos profissionais de homens e mulheres.
Elas começaram aos poucos,
com cargos de pouco destaque, como: lavadeiras, cuidadoras de crianças,
professoras, costureiras, entre outros. Mas, com o direito ao trabalho
profissional e o seu reconhecido diante das leis do país nasceu o desejo de
assumir novos cargos e posições de trabalho. A mulher ingressou com mais vigor
no campo acadêmico e passou a assumir áreas mais convictas, de empresárias à
diretoras de grandes corporações. Porém, ainda existem desafios sérios a
serem vencidos no mercado, como a discriminação e a igualdade de
direitos.
Como coaching de carreira,
é comum me deparar com mulheres inseguras em relação ao casamento, ao possuir
filhos e ao valor do salário comparado aos dos homens. As suas principais
dúvidas são em como lidar com tais questões sem perder o seu direito de mãe e
esposa. Em primeiro lugar, precisamos compreender que o ingresso da mulher no
mercado de trabalho, comparado as ações masculinas, foi tardio. Por isso,
caminham aos poucos em direção a cargos de mais importância: presidências,
diretorias, coordenações e até política. Os homens historicamente possuem mais
experiência nestes setores, por isso há mais confiança na tarefa.
Em segundo, é necessário
investir na cultura de que as mulheres não exigem a igualdade dos sexos e sim
na igualdade de direitos. Por quê digo na igualdade de direitos? Porque já se
foi provado que elas conseguem seguir com os papéis de mães e esposas junto a
imagem da profissional de sucesso bem sucedida financeiramente. Podemos ver
hoje que cargos de gerenciamento, coordenação e diretoria são frequentemente
ocupados por elas porque existe um diferencial: saber trabalhar com mais de uma
questão ao mesmo tempo e ter a sensibilidade de sempre se colocar no lugar do
outro - assim, enxergando e desenvolvendo melhor a capacidade e o potencial de
cada funcionário sob seus cuidados.
O desafio de driblar os
preconceitos e as discriminações em relação a sexualidade deve começar na
procura do emprego almejado. A mulher deve analisar se a empresa interessada
possui a postura de compreender as necessidade de mãe e esposa, assim como
possíveis problemas ocorridos pelas mudanças hormonais. Ela deve também
analisar se existem outras mulheres em cargos de comando e se os seus direitos
trabalhistas serão realizados. Caso ela veja que não é possível, é indicado
procurar algo melhor e que se encaixe em seus sonhos e desejos.
O mundo inteiro debate a
questão da igualdade de salários entre homens e mulheres, não é só no Brasil
que isto ocorre. Por isto, acredito que a maneira que elas podem e devem
fortificar a sua permanência e reconhecimento no mercado de trabalho é investir
sempre na especialização, aumentando o seu conhecimento técnico e profissional,
e sabendo lidar com o lado emocional. O serviço de coaching trabalha com o
autoconhecimento e a autoimagem, mas ela pode fazer isto sozinha pegando uma
simples folha de papel e uma caneta. Em duas colunas, colocar de um lado os
pontos positivos de sua personalidade e do outros os negativos. A partir daí,
inicia-se o autoconhecimento e o desenvolvimento dos pontos positivos de sua
personalidade e profissionalismo.
As mulheres jamais serão
iguais aos homens, porque os homens são homens e as mulheres são mulheres.
Reconhecendo a diferença torna-se mais fácil lutar pelos direitos igualitários.
É muito importante que se trabalhe a autoafirmação de que é possível realizar
sonhos profissionais sendo uma mulher e até respeitar o trabalho da próxima.
Por quê digo isso? Na maioria das vezes, são as próprias mulheres que se
sabotam com comentários preconceituosos em relação chefia feminina ou posturas
profissionais de colegas de trabalho. As mulheres devem se unir diante do
desafio dos direitos iguais e acreditar mais em seu potencial.
Temos exemplos fortíssimos
de mulheres que comando nações e empresas sem deixar à desejar, como a Angela
Merkel - cientista política e chefe de estado da Alemanha - e a Luiza Helena
Trajano - empresária brasileira, dona de uma famosa rede de lojas de
departamentos e eletrodomésticos. Nos campos sociais, podemos citar Bertha Lutz
- brasileira que lutou pelo direito feminino brasileiro pelo voto, desafiando
homens de classe e do poder - e Laudelina de Campos Melo - fundadora do sindicato
das empregadas domésticas brasileiras e que ajudou que a função fosse
reconhecida como atividade profissional.
Ana Brunier -
formada em Administração de Empresas pela Faculdade Salgado de Oliveira e em
Gestão de Pessoas pela PUC São Paulo. Possui especializações em desenvolvimento
de carreira e comportamento profissional pela FIA/USP e em coaching pelo
Instituto Brasileiro de Coaching. Saiba mais em www.brunier.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário