A
maioria das pessoas nem desconfia que fatores genéticos e, até mesmo, falta de
mobilidade por longos períodos podem favorecer o surgimento de coágulos com
graves consequências para a saúde de pessoas em diferentes idades
A
coagulação do sangue tem como objetivo estancar hemorragias. O processo
consiste na transformação do material líquido (sangue) em um tecido mais sólido
(coágulo de fibrina) capaz de interromper sangramentos e reparar tecidos
danificados do corpo. Porém, este mecanismo fisiológico pode se tornar vilão do
organismo, quando acontece em excesso.
Segundo
uma pesquisa realizada pela International Society of Thrombosis and Hemostasis
(ISTH), em parceria com a Bayer, a cada 37 segundos uma
pessoa morre por causa de um coágulo sanguíneo. Estes coágulos,
quando se acumulam e se alojam nas paredes dos tecidos danificados ou dos vasos
sanguíneos são chamados de trombos e podem se desprender do
local em que se originaram e viajar pela corrente sanguínea, tornando-se
então êmbolos capazes obstruir a passagem do fluxo sanguíneo.
“Quando
estes trombos se desprendem e se tornam êmbolos podem obstruir um vaso de
calibre menor do que eles mesmos, podendo levar à obstrução da passagem
sanguínea e ocasionar uma embolia”, afirma Dra. Suely Meireles Rezende, hematologista
docente da Universidade Federal de Minas Gerais e membro eleita do Conselho
Diretor da International Society of Thrombosis and Haemostasis (ISTH).
A embolia
pulmonar é a terceira doença cardiovascular mais
prevalente em países desenvolvidos, após o infarto do miocárdio e o acidente
vascular encefálico, e pode levar a morte súbita de 1% a 2% dos
pacientes que a desenvolvem. Ela
pode acometer qualquer pessoa e acontece quando esse trombo, comumente formado
nos membros inferiores ou na pelve, viaja e se aloja no pulmão. As
consequências dependerão do tamanho do coágulo e da extensão da obstrução. Os
principais sintomas que devem levantar a suspeita da doença são falta de ar
(que em geral é repentina), dor no tórax (principalmente quando se respira
fundo) e tosse.
A
causa da formação dos trombos é diversa e pode estar relacionada à
predisposição genética, ou, mais comumente, às condições adquiridas, como
câncer, gravidez, obesidade e situações que levam a estase sanguínea (parada ou
diminuição da velocidade da circulação do sangue no organismo como
imobilização, cirurgias ou hospitalização).
“A
melhor prevenção é manter um estilo de vida saudável com exercícios físicos e
boa alimentação e, mediante situações de risco aumentado para trombose, tomar
medidas necessárias para evitá-la. Um bom medico saberá orientar os pacientes
sobre estes fatores de risco”,
afirma Dra. Suely. Mediante o diagnóstico de embolia pulmonar, o tratamento
envolve a utilização de medicações anticoagulantes, tais como heparina e/ou
anticoagulantes orais, assim como os novos anticoagulantes orais diretos, como
rivaroxabana (Xarelto®, Bayer), que impedem o aumento do coágulo e a formação
de novos coágulos.
A
seguir, a Dra. Suely esclarece os mitos e verdades ao redor das principais
embolias provocadas por coágulos.
1. Toda
embolia é pulmonar.
Mito. Existem diferentes tipos de embolia. A embolia
pulmonar, quando uma ou mais artérias dos pulmões são bloqueadas por um coágulo
sanguíneo, é a mais comum das embolias venosas. No entanto, existe ainda a
embolia arterial, que ocorre quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo de
uma artéria. O exemplo mais comum é o Acidente Vascular Encefálico Isquêmico, o
popular “derrame”, que pode decorrer do desprendimento de um trombo cardíaco e
que se aloja no cérebro.
2.
Apenas coágulos sanguíneos podem causar embolias.
Mito. Outros elementos como gases, bactérias
ou até mesmo a gordura podem viajar pelo sistema circulatório e ocasionar uma
obstrução. O entupimento de um vaso por gordura pode levar a embolia gordurosa
após uma fratura de pelve, por exemplo. Porém, na maioria dos casos os
êmbolos se originam de trombos.
3. O
coágulo que leva a trombose venosa profunda dos membros inferiores pode evoluir
para uma embolia pulmonar grave.
Verdade. Trombose venosa profunda ocorre quando os coágulos
se formam no interior de veias profundas, sendo na maioria dos casos veias dos
membros inferiores. Deve-se suspeitar de trombose venosa de membros inferiores
quando ocorre inchação, dor e vermelhidão na perna. Esse trombo localizado na
perna pode se soltar e se alojar nos pulmões, ocasionando uma embolia
pulmonar.
4. Pacientes
recém-operados de cirurgias dos membros inferiores possuem maior risco de
desenvolver uma embolia.
Verdade. Segundo
o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), órgão pertencente ao
Ministério da Saúde, cerca de 80% dos indivíduos
submetidos a cirurgia de troca de quadril ou joelho poderão desenvolver
tromboembolismo venoso caso não façam profilaxia com anticoagulantes por pelo
menos duas semanas.
5. Embolias
arteriais podem levar ao infarto.
Mito. Raramente o infarto
se desenvolve por embolia. Em mais de 90% dos casos ele decorre do
desenvolvimento de placas de gordura nas artérias (aterosclerose) que crescem,
evoluem e obstruem as artérias coronarianas.
Bayer: Ciência para uma vida melhor
Nenhum comentário:
Postar um comentário