domingo, 8 de janeiro de 2017

Cães de cidades litorâneas sofrem mais com o verme do coração



Umidade e calor típico desses lugares aumentam a incidência de mosquitos que transmitem a dirofilariose para os animais


Temperaturas elevadas somadas à umidade fazem das cidades litorâneas locais com maior incidência da dirofilariose, ou como é popularmente chamada, verme do coração. O problema afeta principalmente cães e é transmitido através da picada de mosquito, que se prolifera em maior quantidade nas regiões quentes e úmidas. Após o contato, o parasita atinge a corrente sanguínea do cão e ataca diversos órgãos, provocando inúmeros problemas de saúde ao animal. Os vermes adultos, que se alojam no coração e nos pulmões, podem chegar a 30 cm de comprimento e provocar graves problemas cardíacos e pulmonares, no estágio mais avançado da doença.

Bastante frequente nos anos 80 e 90, a dirofilariose voltou à cena no começo desta década. Uma das razões para o retorno do problema são as constantes mudanças climáticas e a falta de prevenção. Os principais focos de prevalência são as regiões litorâneas, segundo levantamento realizado entre 2013 e 2014 com 1.531 cães de áreas previamente identificadas como tendo altas taxas de infecção da doença[1]

Por região, as incidências se dividiram em 29,7% na região Nordeste, 26,3% na região Sudeste e 13,2% na região Sul, a mais fria das três. As áreas mais afetadas são a costa dos estados do Rio de Janeiro, com maiores prevalências nas cidades de Armação dos Búzios (62,2%), Niterói (58,6%), Cabo Frio (27,5%) e Mangaratiba (16,3%); Pernambuco, com destaque para a Ilha de Itamaracá (49,5%) e Recife (36,7%); Paraná, onde as maiores incidências foram nas cidades de Guaraqueçaba (31,8%), Pontal do Paraná (26,3) e Guaratuba (24,5%); Bahia, com incidências principalmente em Lauro de Freitas (20,3%) e Salvador (20%); Santa Catarina, sendo as cidades mais afetadas Araquari (7,3%) e Florianópolis (2,1%); e São Paulo, com prevalência de 7,6% em Bertioga e 2,8% em Guarujá. 

O maior problema é que o verme do coração é um perigo silencioso, já que ele pode viver até 7 anos e meio no animal, mas o tutor dificilmente consegue ver o momento da picada e o mosquito não deixa rastros, diferentemente das pulgas e carrapatos, por exemplo. Além disso, a maioria dos animais infectados desenvolve a doença clínica e são assintomáticos, podem demorar anos para manifestar a doença ou apresentar sinais discretos, mas que podem evoluir para desconforto respiratório e redução de apetite. Quando apresentam sintomas, esses são, em geral, fáceis de serem identificados e pioram conforme a evolução da doença. São eles: diminuição de peso, cansaço excessivo, tosse e falta de ar. Por esse motivo, qualquer sinal que não seja habitual ao cachorro deve ser investigado. Infelizmente, o tratamento costuma ser invasivo e não ter muito sucesso de cura. Por isso, a melhor forma de proteger o animal e mantê-lo longe da enfermidade é a prevenção. 

Com as temperaturas mais quentes pela chegada do verão, a proliferação dos mosquitos tende a aumentar e, consequentemente, a incidência da doença. Apesar disso, tutores de cães precisam estar atentos ao problema o ano todo. Assim como existem para nós os repelentes, para eles é essencial o uso mensal de vermífugos. Trifexis é um antiparasitário indicado para uso mensal e que pode ser utilizado a partir dos 60 dias de vida do animal.  Começa a agir a partir de 30 minutos de aplicação e combate de uma só vez os vermes do coração e intestinais, bem como as pulgas. Administrado por via oral, oferece também o benefício da comodidade e não há o risco de sair com o banho e de aderir em móveis e tapetes. Também é ideal para famílias com crianças pequenas ou que possuem outros animais em casa: por não ficar exposto na pele e nos pelos do bicho, evita contato com os demais indivíduos e oferece segurança para toda a família.


Elanco



[1] LABARTHE, Norma Vollmer et al. Updated canine infection rates for Dirofilaria immitis in areas of Brazil previously identified as having a high incidence of heartworm-infected dogs. Parasites & vectors, v. 7, n. 1, p. 1, 2014.




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