quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Câncer de pele: diagnóstico, tratamento e prevenção



Só quem sente na pele, literalmente, o câncer de pele sabe o quanto é importante a palavra prevenção. A doença é agressiva e deixa marcas físicas e psicológicas, independentemente da parte do corpo que atinge. Por isso, é constante a preocupação de profissionais e entidades no sentido de esclarecer a população sobre os riscos e da necessidade de estar atento a qualquer sinal da patologia.
No Hospital Daher Lago Sul, esse trabalho de conscientização não para, por meio do serviço de Oncologia, que oferece aos pacientes o que há de moderno quanto à prevenção, diagnóstico e tratamento. A oncologista Dra Karin Kok, que faz parte da equipe do hospital, entende que esse trabalho de esclarecimento é diário. “Nós precisamos pecar pelo exagero, pela insistência, pelo incessante trabalho de informar as pessoas. Quanto mais esclarecidas e mais cientes elas ficam dos riscos, mais elas sabem da necessidade de se cuidar”, afirma.
Para ter uma ideia, o Hospital Daher Lago Sul investe esforços nos avanços surgidos nos últimos anos para os pacientes com neoplasia de pele, especialmente aqueles com o subtipo melanoma. As cirurgias minimamente invasivas com melhores resultados estéticos e sem comprometer a parte terapêutica, as técnicas de radioterapia conformacional em três dimensões, que minimizam efeitos colaterais ao tratamento irradiante, os tratamentos de tumores de pele sem bisturi, por meio de maquinário de última geração, são alguns dos exemplos que se encaixam na nova tendência.
Quer saber mais sobre o câncer de pele? Acessou o local certo. Aqui, a Dra. Karin Kok esclarece vários aspectos relacionados à doença.
Carcinoma basocelular (CBC):
Tem esse nome porque se origina nas células basais e representa cerca de 75% dos casos de câncer de pele diagnosticados. Ele acomete principalmente pessoas de meia idade e idosos. O desenvolvimento ocorre lentamente em regiões mais expostas ao sol, como costas, ombros, rosto, orelhas, pescoço e couro cabeludo. Nas áreas que recebem pouca incidência dos raios solares, não é tão visto. A forma mais observada é de uma lesão avermelhada, brilhosa e com crosta central que na maioria dos casos sangra com facilidade. Como raramente se espalha, é facilmente tratado apenas com cirurgia. 
Carcinoma espinocelular (CEC)
Representa 20% dos casos e, desta forma, é o subtipo que ocupa o segundo lugar na prevalência de neoplasias de pele. É mais frequente em homens e começa nas células escamosas da pele. Pode atingir todas as regiões do corpo, porém, é mais visto em áreas expostas ao sol. Esse oferece mais perigo pela capacidade de invadir o tecido gorduroso e atingir os linfonodos (gânglios linfáticos) e outros órgãos. Apresenta-se como verrugas ou feridas que não cicatrizam e, ocasionalmente, podem sangrar. Somente em algumas situações exige tratamento suplementar à cirurgia.
Melanoma
Representa 5% dos casos. Menos frequente e menos ofensivo? Pelo contrário. Esse é o tipo que possui o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Quando descoberto no início as chances de cura podem chegar a 90%. Ele surge nos melanócitos (células que produzem melanina, pigmento que dá cor à pele) e aparece, geralmente, em áreas com maior exposição solar. Tudo começa com uma pinta ou sinal aparentemente inofensivo. Ele chama a atenção quando cresce, muda de cor ou sangra.
Tem grande potencial de metastatização, por isso requer uma avaliação especial e individual de cada paciente que geralmente é feita em conjunto com a Oncologia Clínica e a Cirurgia Oncológica. Dependendo do tamanho do tumor e o nível de infiltração nos tecidos adjacentes, há necessidade de realizar procedimentos como exames de imagem, cirurgias com margens mais amplas e retirada dos primeiros linfonodos da cadeia de drenagem do tumor. As situações mais graves exigem tratamentos sistêmicos com quimioterapia, imunoterapia e radioterapia.
Vale ressaltar que novos medicamentos lançados nos últimos anos pela indústria farmacêutica, alguns já disponíveis no Brasil, têm conseguido aumentar a sobrevida global naqueles onde a doença já é metastática.
Pelas características apresentadas de cada subtipo, percebe-se que a exposição solar excessiva é um dos principais fatores causadores da doença. Profissionais que tomam muito sol, por conta da atividade que exercem, podem ser considerados grupos de risco, como agricultores e vendedores ambulantes. Tem como principal alvo as pessoas de pele clara com tendência a queimaduras solares, cabelos loiros ou ruivos, olhos claros e sardas.
Em geral, a suspeita da doença começa pelo próprio paciente que percebe lesões no corpo e procura o profissional. Durante a consulta e o exame físico, o especialista avalia as características das lesões e pode indicar a exérese (retirada) daquelas que considerar uma suspeita para neoplasia. O que confirma na verdade o diagnóstico e seu subtipo histopatológico é sempre a biopsia, que permite confirmar a neoplasia e classificar o tipo de câncer.
O foco deve estar sempre na prevenção e, nesse sentido, há cuidados que precisam fazer parte do dia a dia:
- usar protetores solares diariamente, independentemente de estar exposto ao sol. Espalhar o produto principalmente em áreas como rosto, orelhas, pescoço e braços;
- tornar um hábito a utilização de chapéus e óculos escuros. As camisas de manga longa também são grandes aliadas;
- evitar exposições prolongadas ao sol, principalmente em horários de maior intensidade. Preferir os intervalos das 8h às 10h e depois das 16h;
- evitar bronzeamentos artificiais. Estudos científicos apontam essa prática como fator de risco para o câncer de pele melanoma;
- observar a presença de sinais e pintas no corpo. Qualquer alteração, procurar o médico;
- visitar pelo menos uma vez ao ano o oncologista ou o dermatologista. São profissionais com capacitação para diagnosticar e tratar a doença.
Câncer de Pele (Números)
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele corresponde a 30% dos tumores malignos registrados no país. O Inca estima que, até o fim deste ano, no Brasil, sejam registrados 175.760 novos casos, 80.850 em homens e 94.910 em mulheres. No Distrito Federal, a estimativa (2016) é de:
Câncer de pele não melanoma
Homens: 96,23 casos para cada 100 mil homens
Mulheres: 101,74 casos para cada 100 mil mulheres
Melanoma:
Homens: 3,78 casos para cada 100 mil homens
Mulheres: 3,30 casos para cada 100 mil mulheres


Dra. Karin Kok - natural de Não Me Toque (RS). Formou-se pela Faculdade de Medicina do Planalto Central (Faciplac). Fez Residência Médica em Oncologia, na Santa Casa de Belo Horizonte (2010). Em 2016, passou a integrar a equipe médica da Oncologia do Hospital Daher Lago Sul, no Distrito Federal.

Hospital Daher Lago Sul
(61) 3213-4848
SHIS QI 07 - F - Lago Sul - Brasília/DF



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