No
fim do ano, essa questão pode preocupar os pais. A resposta depende de como
eles conduzirão o processo
Pátio
interno da Faces Bilíngue
Chega a hora em que
você decide trocar seu filho de escola. Seja qual for o motivo, você sente a
necessidade de levá-lo para um novo ambiente e ele está angustiado, afinal, as
mudanças costumam causar estranhamento, insegurança e medo. “A criança está
habituada ao ambiente escolar. Ela já conhece os professores, a direção da
escola e se apegou aos colegas. Tudo será novo e o que é novo realmente pode
ser assustador, ao menos no começo. Essa adaptação precisa ser trabalhada,
principalmente nas crianças menores, mas os mais velhos também precisam do
apoio dos pais”, ensina Katarina Bergami, Pedagoga, Coordenadora Educacional da
Faces Bilíngue, escola situada no bairro de Higienópolis, em São Paulo, que há
quase 20 anos educa crianças dos 4 meses aos dez anos.
Katarina diz que os
pais precisam entender, primeiramente, que a criança precisa de um tempo para
se adaptar ao novo e que cortar o vínculo com a escola antiga e as pessoas que
lá estão pode ser a pior atitude. “Na Faces, sugerimos aos pais que levarão a
criança para outra escola que tragam a criança aqui ao menos uma vez na semana,
no primeiro mês, para nos visitar. Isso faz com que ela se desvincule aos
poucos e perceba que algo em sua vida mudou. Ela não sentirá tantas saudades e
verá que os novos amigos são tão legais quanto os que ela deixou aqui.
Percebendo que o ambiente mudou – afinal, ela não estará mais inserida no
contexto da escola antiga, não usará mais o uniforme, não fará mais as mesmas
atividades, será apenas a visitante – , verá que agora faz parte do atual
contexto, da nova escola, e se sentirá parte do novo grupo. É uma transição
importante e ela mesma decidirá que não faz mais sentido visitar a escola
antiga. Esse vínculo se romperá por ela mesma. Ao contrário, se os pais
cortarem o vínculo abruptamente, ela sofrerá, sentindo saudades e desejando
voltar à situação anterior tão querida”, aconselha.
Na escola nova,
também vale o adulto acompanhar a criança nos primeiros dias, especialmente as
menores. “É um erro a escola determinar o tempo que o adulto deve acompanhar a
criança na adaptação, até porque cada criança e cada adulto demora mais ou
menos para se adaptar ao novo e para confiar na escola. Aqui na Faces, sabemos
que na segunda ou terceira semana, os pequeninos já se adaptaram, enquanto os
maiorzinhos levam dois ou três dias. Em muitos casos, não é uma questão de
idade, mas de personalidade. De qualquer maneira, não determinamos um tempo, deixamos
as famílias à vontade”.
Cada
idade, uma necessidade
Katarina Bergami
conta como acontece a adaptação na Faces:
Berçário
Os bebês são
recebidos pela Faces a partir dos 4 meses de vida. Em geral, as mães ou avós
fazem a adaptação da criança ao berçário. “Temos câmeras no berçário, para que
a família acompanhe o bebê o tempo todo”, comenta Katarina. O familiar do bebê
pode ficar em período de adaptação o tempo em que achar necessário,
acompanhando todos os processos realizados com a criança.
Crianças em idade
pré-escolar
Quando a criança é
maiorzinha e interage com a sua turma, é normal que fique no colo de seu
familiar nos primeiros momentos. A professora e o próprio familiar a estimulam
a participar das atividades, sem forçá-la, e ela vai criando coragem e
confiança nas pessoas, no ambiente e nas outras crianças, preparando-se para
estar ali sem a presença de seu familiar. “Em diversos momentos, ela se afasta
do adulto, interage com as outras crianças, as brincadeiras, os objetos e o
professor, depois volta ao colo do familiar. Aos poucos, aquela pessoa da
família fica cada vez menos necessária na escola e pode deixar a criança. A
adaptação é tranquila e sem traumas”.
Crianças em idade
escolar
A adaptação é mais
rápida nesta idade, mas também varia de criança para criança. “Aos poucos, a
criança pede que o adulto não a acompanhe mais. Em geral, em dois ou três dias,
essa presença não é mais necessária e há, também, aquelas crianças mais
independentes, que se despedem dos pais no primeiro dia, sem que haja qualquer
necessidade de adaptação.
A adaptação
familiar
Katarina Bergami
diz que, muitas vezes, a insegurança é da própria família. “Os pais precisam
entender que seus filhos não são incapazes, impotentes. As crianças, mesmo
quando não sabem falar, conseguem se comunicar por gestos e sons. Não passarão
fome, sede ou sofrerão agressões. Essa adaptação da família é necessária, mas é
muito mais psicológica do que prática. É preciso deixar que o processo ocorra
naturalmente e confiar em quem cuidará da criança, para que ela também confie
na escola”, aconselha.
Faces Bilíngue
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