Na
madrugada desta terça-feira (29/11), o avião que transportava a delegação da Chapecoense,
sofreu um acidente grave na serra colombiana. Rumo ao que seria o primeiro jogo
da final da Copa Sulamericana, o time catarinense lamentou a perda de grande
parte de seus membros de comissão técnica, jogadores e presidência, com apenas
dois sobreviventes confirmados. Além de figuras do próprio clube, membros da
imprensa esportiva também perderam a vida no acidente.
A
comoção mundial diante do trágico episódio envolvendo o simpático clube de
futebol é destaque. Pelas redes sociais, clubes, jogadores e diversas
personalidades do mundo do futebol vestiram as cores verdes do time sulista em
um gesto de solidariedade. Em momentos de tragédia, principalmente quando
envolvida uma instituição que tanto mexe com as paixões, a “morte” é observada
sob diferentes aspectos.
Segundo
Aurélio Melo, psicólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a morte é, ao
mesmo tempo, algo impossível e necessário ao pensamento. Impossível, ao passo
que ninguém tem a de fato a experiência da morte com referência. Necessário
porque, sabendo da nossa finitude, vemo-nos obrigados a pensar sobre ela.
O
acidente de avião que matou 76 pessoas hoje é um tipo de morte que nos choca
pelas circunstâncias: a morte súbita, pessoas jovens e bem-sucedidas
profissionalmente, à beira de um grande triunfo (o título da competição).
Agora, famílias e amigos mergulham na dor profunda, misturada aos sentimentos
de medo, revolta, injustiça.
Ainda
segundo o especialista, o luto é um estado emocional que se segue a uma perda
de algo que estimamos. Desde pessoas queridas ao sorvete que cai da mão de uma
criança. Comenta, ainda:
“Raiva,
tristeza, revolta, medo, solidão, são sentimentos experimentados após a perda.
Não é possível evitar a dor da perda. Mas as famílias enrugadas podem e devem
se unir, expressar seus sentimentos, permitindo um tempo suficiente para viver
a emergência de sentimentos. Buscar orientação, evitando agir sozinha e
impulsivamente. Evitar o isolamento social, exceto se for por pouco tempo e se
se dizer necessário”, encerra.
Aurélio Melo - psicólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista em
assuntos relacionado à morte. Está disponível para entrevistas.
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