A palavra
disrupção tem sido amplamente utilizada nas conversas sobre inovação. O termo é
derivado do conceito de destruição criativa, cunhado por Joseph Schumpeter,
economista austríaco. Ele o delimita como uma revolução através de um produto
ou serviço, que desestabiliza os concorrentes por ser mais simples, barato,
eficiente ou abrangente. O conceito é propagado em artigos e livros, como “O
Dilema do Inovador”, de Christensen.
Depois de
vivenciar experiências com diversas empresas disruptivas, estando o Uber e
Airbnb como as mais “festejadas", a era da disrupção parece ter chegado
também aos profissionais. Em especial com a crise, executivos que não se
reciclam e não estão conectados com as tendências mundiais, estão fadados ao
insucesso tanto quanto as empresas que adotam comportamento semelhante. Assim,
o profissional disruptivo é aquele que, a exemplo das empresas, é capaz de
desestabilizar ao propor inovações em patamares totalmente diferentes.
O mindset
desses profissionais disruptivos, sejam eles executivos ou empreendedores, está
direcionado aos benefícios que seus produtos ou serviços podem oferecer a
clientes ou a mercados não atendidos por suas empresas, possibilitando que
vejam de que outras formas podem entregar valores maiores a preços menores.
Eles questionam o modelo de negócios existente e criam novas referências,
servindo de inspiração para todos os colaboradores.
Muitos podem
pensar que estamos falando apenas de jovens profissionais. Ledo engano. Muitos
executivos seniores já perceberam a grande transformação que estamos vivendo.
Eles sabem que reinventar seus negócios é uma questão de sobrevivência. Deixar
tudo como está é o primeiro passo rumo ao desaparecimento. Inclusive, estar
aberto ao novo sem preconceitos é uma das principais características do
profissional disruptivo.
Eles são
questionadores na essência e tem sempre uma visão de que é possível realizar as
mesmas coisas de uma forma diferente. Dá para entregar mais valor ou um “novo
valor". Têm coragem de desafiar a gestão atual, buscando novos modelos de
negócios. São profissionais integradores, capazes de permear os diferentes
escalões da empresa, em busca das pessoas com as competências que precisa
para compor os times para suas ideias. Eles sabem que boas ideias podem vir de
qualquer lugar, mesmo dos mais inusitados. Fazem isso dentro e fora da empresa.
Ainda que
tenham agendas apertadas, estão sempre dispostos a aprender. E aprendem com
tudo e todos. Leem muito, desde jornais, revistas, newsletters. Participam de
grupos de negócios, palestras e eventos diversos. Circulam. Interagem. Trocam
experiências. Encontram o tempo que nós dizemos que não temos. Fazem cursos de
temas variados, dando prioridade aos voltados às estratégias de inovação,
tendências e futurismo. Sabem que é impossível saber tudo e, mesmo tendo uma
trajetória de sucesso e muitos anos de experiência, dão atenção aos jovens, ouvindo
a geração Y, ao invés de rotular.
Portanto, se
você deseja se tornar um profissional disruptivo é muito importante que você
queira se abrir para estas novas posturas. O mundo está em constante mudança,
em evolução, com novos desafios. Sabemos que muitas empresas ainda são bastante
conservadoras, resistentes a mudanças. Cabe ao profissional disruptivo
evidenciar esses conceitos e, principalmente, o que pode ocorrer se houver uma
postura de estagnação. Exemplos no mercado não faltam, estando entre os mais
clássicos o case da Kodak, que era líder em filmes, mas morreu com o avanço da
fotografia digital. Tenho certeza que você não deseja que sua empresa entre
para essa lista. Então, seja disruptivo!
Marina Rejman - CEO
da Sala de Cultura, espaço dedicado à educação executiva.
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