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quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Gastos dos brasileiros no exterior aumentam – é hora de viajar e consumir?
Em meio a tantas notícias sobre crise, economia instável, alta do desemprego, falta de confiança da população, dentre tantas outras de cunho negativo, uma notícia se destacou nos noticiários essa semana: brasileiros gastaram US$ 1,29 bilhão em viagens ao exterior em agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC).
Isso representa uma alta de 2,3%, comparado ao mesmo período do ano passado. Mas é verdade também que esta é a primeira vez, desde janeiro de 2015, que as despesas aumentaram, em comparação com o mesmo mês anterior. Além disso, no acumulado dos oito primeiros meses de 2016, houve queda de 28,6% nos gastos.
Para o educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, um dos principais motivos que estimularam a alta de agosto foi o recuo da taxa de câmbio. “Há não muito tempo, o dólar ultrapassou os R$4 e, agora, ele tem ficado estável, girando em torno de R$3,20. No acumulado de 2016, o dólar baixou 18,2%. Parece que a confiança do consumidor também vem se recuperando nos últimos meses”.
Pode até ser que a situação venha dando indícios de melhora – Domingos diz que precisa de mais tempo para saber o resultado dos fatos –, no entanto, ainda segundo ele, é necessário ter cautela e agir com consciência e educação financeira sempre, especialmente em momentos como esse. “Não dá para acompanhar ‘o fluxo’, achando que tudo está perfeito, sem analisar as próprias possibilidades”.
É hora de viajar e consumir?
Caso haja um planejamento prévio para realizar a viagem agora, já é meio caminho andado na direção certa, de acordo com o educador financeiro. Há economistas que defendem que o valor da moeda americana caia ainda mais este ano, mas isso só se saberá quando – e se – de fato acontecer.
“É importante analisar todos os aspectos, afinal, não é apenas a tríade passagem aérea + hospedagem + alimentação que conta, tem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), seguro viagem, reserva financeira – até porque, ninguém está livre de imprevistos –, dinheiro para as compras e presentes/lembranças que quer trazer para familiares e amigos que ficaram aqui”, explica. Se tudo isso está considerado no orçamento, então, é só curtir a viagem.
Mas, se a viagem não estava nos planos e surgiu de última hora, Domingos alerta que é preciso ir devagar e pensar em todas essas questões. Para ele, talvez, seja melhor esperar, se planejar melhor e poupar para a realização desse objetivo, o que será muito mais vantajoso em relação ao que poderá fazer de fato durante o passeio, financeiramente falando.
“Outro ponto que deve ser bem pensado é sobre a confiança na economia. Caso tenha alguma dúvida sobre sua permanência no mercado de trabalho ou da prosperidade de seu próprio negócio, veja se sua reserva financeira é suficiente para cobrir suas despesas do dia a dia por e por quanto tempo”, finaliza.
DSOP Educação Financeira
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