69%
consideram que os preços estão mais altos do que no ano passado. Entre os que
pretendem comprar, valor gasto com cada presente será de R$ 115. 24% admitem
gastar mais do que podem com o presente
Com a economia ainda em recessão, desemprego em alta e a inflação elevada, o consumidor brasileiro começou o segundo semestre reticente na hora de gastar com datas comemorativas. Uma sondagem feita para o Dia dos Pais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, mostra que aproximadamente quatro em cada dez (38,1%) consumidores não pretendem comprar presentes neste ano. Entre os principais motivos financeiros para não presentear estão a falta de dinheiro devido ao orçamento apertado (6,2%, aumentando para 14,4% entre os jovens de 18 a 34 anos) e o fato de estar desempregado (5,0%, 11,2% entre os jovens).
Em relação ao ano passado, 35,4% pretendem gastar o mesmo valor com os presentes. Já 29,1% afirmam que pretendem gastar menos este ano – percentual que reduziu quando comparado à pesquisa de intenção de compras de 2015 (43,8%). De acordo com o levantamento, apenas 19,7% dos entrevistados planejam gastar mais com os presentes em 2016 do que no último ano.
Entre as pessoas que pretendem presentear (48,9%), o valor desembolsado com cada presente será, em média, de R$ 115,37, quantia inferior à apurada para o mesmo período de 2015, de R$ 119,83. Entre os consumidores da classe C, o valor médio total gasto com os presentes será ainda menor: R$ 107,95 contra R$ 150,54 das pessoas que pertencem às classes A e B. A pesquisa mostra que sete em cada dez pessoas (69,1%) têm a percepção de que os presentes estão mais caros do que em 2015, percentual que aumenta entre as mulheres (72,8%) e pertencentes às classes A e B (78,1%). A maioria dos consumidores que pretendem presentear deve comprar apenas um presente (60,7%) para a comemoração.
Economizar é o principal motivo para diminuição de gastos
Entre os motivos para quem pretende gastar menos com o presente do Dia dos Pais, o principal é o desejo de economizar (23,6%, contra 18,4% em 2015). Em segundo lugar aparece uma situação financeira ruim (20,8%, contra 5,9% em 2015), o aumento da inflação e economia estar instável (14,8% ante 12,8%) e estar desempregado (11,5% ante 16,6%). Com a perspectiva de economizar na hora da compra, 68,1% dos entrevistados afirmam que realizarão pesquisas de preço antes de comprar o presente e 17,4% vão dividir as compras com outra pessoa, geralmente um irmão, a mãe ou familiar próximo.
“Considerando o fraco desempenho das outras datas comemorativas de 2016 até o momento, a expectativa dos lojistas com o Dia dos Pais tende a ser baixa”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “A piora da economia, como o aumento do desemprego e a inflação ainda elevada, além do crédito mais restrito, exercem forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar seus gastos para organizar as finanças. Para pagar contas atrasadas e honrar os compromissos financeiros, uma importante medida é evitar novos gastos e, nesses casos, presentear outras pessoas muitas vezes deixa de ser prioridade”, avalia.
24% admitem gastar mais do que podem para presentear o pai
Ainda que evitar comprar presentes em datas comemorativas possa ser uma boa saída para economizar e colocar o orçamento em ordem, para parte dos entrevistados, essa não é escolha: 23,9% admitem que costumam gastar mais do que suas finanças permitem presentearem no Dia dos Pais, principalmente entre os mais jovens, quando o percentual aumenta para 29,9%.
“Em um momento em que as pessoas muitas vezes estão inseguras em seus empregos, comprar o presente à vista pode ser uma boa alternativa para fugir do endividamento. Entretanto, chama a atenção o crescimento na quantidade de quem vai parcelar. O ideal é evitar o abuso de parcelamentos para evitar o comprometimento da renda com prestações”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. A pesquisa revela que, mesmo em um momento de grandes incertezas e pouco propício ao endividamento, 20,7% dos entrevistados irão parcelar suas compras no cartão de crédito. A principal forma de pagamento, porém, será o pagamento à vista (59,3%), seja no dinheiro ou no cartão de débito.
Do total de pessoas que vão presentear no Dia dos Pais neste ano, 8,9% reconhecem que deixarão de pagar alguma conta para comprar presentes e 31,0% reconhecem que têm alguma conta em atraso atualmente. Entre estes, 62,9% afirmam estar com o nome sujo – e mesmo assim irão presentear.
Roupas e shopping lideram preferência
As roupas serão o principal item escolhido para presentear no Dia dos Pais deste ano, com 46,6% de preferência dos entrevistados. Apesar da liderança, houve queda no percentual: ano passado as roupas tinham a preferência de 53,8% dos consumidores ouvidos. Em segundo lugar aparecem os perfumes e cosméticos (27,1%), seguidos pelos calçados (18,5%) e acessórios (14,6%).
O shopping center se destaca como o principal local de compra, para 47,4% dos entrevistados. Logo em seguida estão as lojas virtuais (35,3%), lojas de departamento (33,8%), shoppings populares (26,4%) e lojas de rua (25,0%). “A preferência pelos shoppings deve-se ao fato que estes estabelecimentos concentram uma grande variedade de lojas em um único lugar. Já a significativa presença das vendas online deve-se muito à praticidade da rede, que acaba atraindo o interesse das pessoas, além de favorecer a pesquisa de preços em diversas lojas”, explica a economista.
A comemoração da data será feita principalmente em casa (38,8%) e na casa do pai (27,5%), mas 13,7% pretendem sair para restaurantes. Quanto à data para realizar as compras, a maioria (53,6%) disse que iria realizá-las nesta primeira semana de agosto, enquanto 19,9% afirmam já terem comprado em julho. “A corrida às lojas de última hora é um hábito do brasileiro que pode acabar prejudicando as finanças pessoais. Comprar os presentes em cima da hora limita as opções e pode fazer com que o consumidor gaste mais do que deveria”, alerta Kawauti.
Metodologia
A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL serve de termômetro para o mercado varejista e revela como o consumidor brasileiro deve se comportar na semana que antecede o Dia dos Pais. Para isso, foram ouvidos 600 consumidores de todas as capitais com idade igual ou maior a 18 anos, gerando um erro máximo de 4,0 pontos percentuais e confiança de 95%.
www.spcbrasil.org.br/
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