segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Proteção contra a dengue deve ser feita agora



Quem se vacinar no inverno estará mais protegido no próximo verão. A partir da primeira dose da vacina contra dengue inicia-se a proteção.


Nos meses mais frios do ano, a partir do meio do primeiro semestre, os casos de dengue tendem a diminuir, mas é necessário proteger-se para as próximas estações mais quentes que estão se aproximando, entre setembro e março. Para que a população esteja mais protegida na próxima temporada de altas temperaturas é necessário já iniciar o esquema de vacinação contra a dengue, composto por três doses, com intervalos de seis meses, completando um ano da primeira até a última dose. 


De acordo com a Organização Mundial de Saúde, nos últimos 50 anos, a dengue aumentou em 30 vezes e se tornou endêmica em 128 países. O Brasil é um dos países mais atingidos no mundo. Dados recentes do Ministério da Saúde[1] mostram que até o dia 9 de julho de 2016 foram registrados 1,4 milhão de casos de dengue, 639 casos graves e mais de 400 óbitos confirmados. Nesse período, a região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (837.400 casos; 59,8%) em relação ao total do país, seguida das regiões Nordeste (295.036 casos; 21,1%), Centro-Oeste (154.359 casos; 11,0%), Sul (76.465 casos; 5,5%) e Norte (36.220 casos; 2,6%) (Tabela 1).

A dengue é considerada uma epidemia, que continua provocando não só consequências individuais de saúde graves, mas também leva a morte e tem um peso orçamentário significativo, com superlotação de emergências e leitos.  

Como a partir da primeira dose inicia-se a proteção, quem se vacinar agora, em agosto, já estará mais protegido contra a dengue no próximo verão. Ao completar o esquema vacinal com as doses de fevereiro e agosto de 2017, o indivíduo garantirá a estabilidade e duração da proteção contra os quatro sorotipos da doença e estará protegido para a primavera e verão 2018. A vacina contra dengue da Sanofi Pasteur reduz 81% das internações e 93% dos casos graves, além de ter eficácia global de 66%[2]. O que significa que em um grupo de 1 milhão de pessoas, 660 mil evitariam contrair a doença, ou seja, a prevenção de dois em cada três casos.

É importante ressaltar a importância de completar as três doses da vacina, com o intervalo indicado de seis meses entre elas. Após a primeira dose, já há proteção, mas o esquema vacinal é com três aplicações para garantir proteção harmonizada entre os quatro sorotipos e proteção mais duradoura. O intervalo de seis meses é considerado o ideal justamente por tratar-se de um período de tempo suficiente para gerar o aumento de anticorpos”, explica Sheila Homsani, Diretora Médica da Sanofi Pasteur. 

Com a vacinação, o potencial de redução de casos de dengue pode chegar a 92% em 10 anos. É o que mostrou um estudo publicado na Revista Brasileira de Economia da Saúde que avaliou o potencial do impacto da vacinação contra a dengue no Brasil. Entretanto, se for adotado um programa mais amplo, com vacinação de rotina a partir dos 9 anos, atingindo a população até 40 anos, a redução dos casos de dengue alcançaria 81%, neste mesmo período.

Os números são ainda mais animadores quando a avaliação abrange um período de dez anos. O estudo demonstrou que, com a implementação de um programa nacional de imunização que inclua a vacinação de rotina a partir de nove anos e vacinação específica da população de até 40 anos de idade se obteria uma redução de 92% dos casos de dengue.

A estimativa, conduzida pelo médico Denizar Vianna Araújo, professor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e coordenador de Centro de Excelência em Avaliação Econômica e Análise de Decisão da ProVac Network (grupo de estudos econômicos e financeiros da OPAS – Organização Pan Americana de Saúde), utilizou um modelo de impacto que representa a dinâmica da transmissão dos quatro sorotipos da dengue (tipos 1, 2, 3 e 4) em humanos e no mosquito.

Sobre a Vacina
Além do Brasil, a vacina contra dengue da Sanofi Pasteur, até o momento, está também registrada no México, Filipinas, El Salvador e Costa Rica.  O processo de análise regulatória da vacina contra dengue da Sanofi Pasteur continua em outros países onde a dengue é uma prioridade de saúde pública.

A vacina contra dengue da Sanofi Pasteur é o fruto de mais de duas décadas de inovação científica e de colaborações, e dos 25 estudos clínicos em 15 países em todo o mundo. Mais de 40 mil voluntários participaram do programa de estudos clínicos da vacina contra dengue da Sanofi Pasteur (fase I, II e III), sendo que 29 mil receberam a vacina. 

As análises agregadas de eficácia e integradas de segurança dos estudos de eficácia de fase III de 25 meses e os estudos em andamento de longo prazo, respectivamente, foram publicadas no The New England Journal of Medicine em 27 de julho de 2015, ratificando o perfil consistente de eficácia e de segurança de longo prazo na população do estudo com idade entre 9-16 anos. Na análise combinada de eficácia neste grupo etário, a vacina contra dengue da Sanofi Pasteur demonstrou reduzir a dengue causada pelos quatro sorotipos em dois terços dos participantes e evitar 8 em 10 hospitalizações e até 93% dos casos de dengue grave.

A vacina contra dengue da Sanofi Pasteur é a primeira vacina no mundo aprovada para a prevenção da dengue. As primeiras doses da vacina foram produzidas em uma unidade fabril na França dedicada à sua produção, com capacidade produtiva em grande escala de 100 milhões de doses de vacina por ano. Em março, o Brasil recebeu a primeira remessa oficial de 500 mil doses da vacina contra dengue da Sanofi Pasteur.  



[1] Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 31 - 2016 - Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 27, 2016
[2] Dengue Vaccine Working Group is provided in the SupplementaryAppendix, available at NEJM.org. This article was published on July 27, 2015, at NEJM.org

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