De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é a
principal causa de morte evitável no mundo. Sendo que,10,8% dos
habitantes, ou aproximadamente 22 milhões de pessoas, são viciadas em tabaco.
O fumo mata seis milhões de seres humanos por ano, cerca de 600 mil
mortes são de fumantes passivos, ou seja, atingidos involuntariamente pela
fumaça expelida pelos viciados.
Com intuito de conscientizar as pessoas e mobilizar a população
sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro, é lembrado anualmente no dia 29 de
agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída em 1986, pela lei nº
7488.
“É imensa a responsabilidade dos fumantes, quanto ao esforço para
abandonar um vício letal e muito prejudicial às suas famílias, à sociedade e ao
nosso país, que gasta cerca de R$ 20 bilhões por ano para tratar doenças
provocadas pelo tabagismo”, afirma o cardiologista e presidente da
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Ibraim Masciarelli
Pinto.
Em todo o Planeta, há cerca de dois bilhões de fumantes. “Se não
forem tomadas providências, que dependem principalmente da consciência das
pessoas, a epidemia será crescente e causará a morte de oito milhões de pessoas
a cada ano até 2030”, alerta o cardiologista. “As preocupantes estatísticas da
OMS", ressalta o médico, “têm congruência com a realidade do Brasil, onde
10,8% dos habitantes, ou aproximadamente 22 milhões de indivíduos, são viciados
em tabaco. O mais grave é que 31% das mortes atribuídas ao fumo passivo
ocorrem em crianças, vítimas inocentes de um hábito insensato dos adulto".
O cardiologista ainda lembra que desde 2011, está em
vigor a Lei Antifumo (nº 12.546/11), que proíbe a prática em locais
públicos fechados, como ambientes de trabalho, transportes coletivos, shopping
centers, restaurantes etc. “No entanto, muito mais eficaz do que a
legislação é o despertar da consciência. Um exemplo da importância da mudança
de comportamento é o fato de 40% das crianças, em todo o
mundo, estarem expostas ao fumo passivo em suas próprias casas, nas quais as
pessoas são soberanas para tomar decisões”, pondera o médico.
Por que o tabaco mata
O presidente da Socesp, Dr. Ibraim Masciarelli Pinto, explica que a
fumaça dos cigarros contém 4,7 mil substâncias tóxicas. Somente no alcatrão há
40 compostos cancerígenos. A nicotina, a droga psicoativa do tabaco, causadora
da dependência, aumenta a liberação das chamadas catecolaminas, como a
adrenalina, noradrenalina e dopamina. Essas substâncias químicas contraem os
vasos sanguíneos aceleram a frequência cardíaca e, assim, são causadoras de
hipertensão arterial. O monóxido de carbono (CO), ao entrar em contato com a
hemoglobina do sangue, reduz a oxigenação, podendo provocar doenças como a
aterosclerose, que obstrui os vasos sanguíneos, causando infarto e outros problemas
cardiovasculares. Isto ocorre porque o CO e outros componentes do cigarro
facilitam a instalação de um quadro inflamatório geral no organismo, uma
condição que está por trás do desenvolvimento de muitas doenças, dentre elas a
própria aterosclerose.
“Não é sem razão que o tabagismo tenha relação com mais de 50
doenças”, frisa o cardiologista, citando dados da OMS: o vício é
responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% por câncer de pulmão,
25% por doença do coração, 85% por bronquite e enfisema e 25% por derrame
cerebral. “São inúteis medidas paliativas, como trocar o cigarro por charutos
ou cachimbo. Os males de inalar a fumaça e as substâncias tóxicas são os
mesmos. Por isso, é fundamental o esforço de cada um para largar de fumar, pois
evitar a morte é um dever filosófico e ético de todos os que desfrutam o
milagre da vida”, conclui o presidente da Socesp.
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