Sociedade Brasileira de Oncologia
Pediátrica reforça necessidade da doação de aférese para auxiliar tratamento de
crianças e adolescentes à base de quimioterapia
A
doação de sangue auxilia muitas pessoas: vítimas de acidentes, quem enfrenta
hemorragias, cirurgias, tratamentos de doenças ligadas ao sangue entre outros.
Porém, ainda pouco conhecida pela população brasileira, a doação de plaquetas,
que é feita de uma maneira diferente, por “aférese”, também tem papel
fundamental no resultado do tratamento e recuperação de crianças e adolescentes
com câncer. As informações e orientações são da Sociedade Brasileira de
Oncologia Pediátrica (SOBOPE).
“O
sangue é composto por hemácias, glóbulos e plaquetas, essas últimas responsáveis
por coagular o sangue e parar sangramentos. A produção de todos os elementos do
sangue para quando uma criança recebe quimioterapia, pois os medicamentos não
agem somente sobre as células cancerígenas. No combate ao câncer as células
sadias também têm sua produção comprometida e com muita frequência as crianças
precisam de transfusões de sangue”, explica Adriana Seber, oncohematologista
pediátrica da SOBOPE.
Infelizmente,
nas doações comuns, o número de plaquetas é muito pequeno. Já com a ajuda do
equipamento de aférese, é possível coletar o numero de plaquetas que seis a
oito pessoas teriam que doar pela maneira convencional. Além disso, as
plaquetas só continuam a trabalhar por poucos dias depois que são doadas,
fazendo com que o estoque tenha que ser continuamente renovado. Imaginem o
problema que as crianças enfrentam em feriados prolongados como carnaval ou
natal. Plaquetas facilmente podem faltar.
O
equipamento de aférese separa as plaquetas das hemácias e do plasma e o
procedimento de coleta dura uma a duas horas. O sangue é coletado da veia do
braço, separado, e só as plaquetas são coletadas; todo o resto é devolvido para
o doador.
Para
a aférese, a preparação é a mesma que a de doação de sangue: estar descansado,
fazer refeições leves, não consumir bebidas alcoólicas. A única
diferença é que não é permitido o consumo de ácido acetilsalicílico
(aspirina) 24 horas antes da aférese. Com cada doação de sangue você vai poder
salvar muitas vidas, pois estará doando em algumas horas o mesmo que 6 a 8
doadores comuns juntos.
“A
doação pode ser recebida por qualquer pessoa que esteja em tratamento
oncológico à base de quimioterapia, principalmente as crianças que precisam de
transplante de medula óssea, cujo tratamento quimioterápico é mais agressivo”,
ressalta a médica que atua na pediatria.
Adriana
alerta que o melhor doador de sangue é aquele voluntário e sempre há
necessidade de mobilização quanto a doação, pois a demanda é grande e urgente
de plaquetas. “O brasileiro é muito solidário. Sempre que alguém conhecido
precisa de sangue, faz a doação. Porém, a doação voluntária e repetida acontece
muito pouco, principalmente a de plaquetas, que é pouco conhecida, mas
fundamental para pacientes que estão em recuperação de doenças graves como o câncer”,
explica.
Não
há obrigatoriedade de compatibilidade sanguínea para a doação de plaquetas,
embora seja preferível. A doação, segundo a RDC 34 de 11 de junho de 2014,
determina que a doação de plaquetas por aférese seja repetida, se necessário,
com intervalo mínimo de 48 horas, e no máximo quatro vezes por mês, 24
vezes ao ano por indivíduo. Para doar, procure o hemocentro mais próximo e
informe se esse tipo de procedimento é realizado.
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE)
A
SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer
infantojuvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar
métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de
protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos
brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia
pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em
âmbito multiprofissional.
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