Crianças
com problemas de peso lutam social e emocionalmente... É preciso ampliar a compreensão
sobre a obesidade infantil, demonstrando que os problemas decorrentes do
excesso de peso aparecem cedo e são piores entre as crianças com obesidade
grave
A
obesidade infantil quase quadruplicou entre crianças de 6-11 anos desde 1980.
Hoje, cerca de uma em cada 20 crianças nos Estados Unidos é severamente obesa e
esta ameaça à saúde pública custa bilhões de dólares anualmente ao governo dos
EUA. “Um novo estudo
descobriu que, já em seu primeiro grau, crianças severamente obesas são mais
propensas a mostrar sinais de depressão. Elas também são menos queridas por
seus pares, e mais frequentemente, são tema de piadas sobre peso do que seus
colegas de peso saudável”, afirma o pediatra e homeopata Moises
Chencinski (CRM-SP 36.349).
O estudo foi
publicado na revista Child Development. Enquanto a maioria das pesquisas
anteriores usou histórias sobre colegas obesos hipotéticos para determinar como
as crianças obesas são tratadas, este estudo coletou informações de várias
crianças reais em diferentes grupos de peso.
De acordo com os
pesquisadores, a obesidade severa é um risco psicossocial claro para as
crianças, mesmo aos 6 anos de idade. “As crianças que são hostilizadas, como as
com excesso de peso, no estudo, sofrem graves danos psicológicos, com
sentimentos de solidão, depressão e agressividade, são mais propensas a ir à
escola e a desistirem dos estudos mais tarde”, informa o médico.
Os pesquisadores
analisaram dados de 1.164 alunos da primeira série de 29 escolas rurais em
Oklahoma para examinar as vidas sociais e emocionais das crianças obesas. Elas
viviam em 20 cidades, em oito municípios, tinham taxas de obesidade de adulto,
em sua maioria eram de baixa renda e de famílias brancas, cerca de um quinto
dos estudantes eram de famílias de índios americanos.
Quanto mais excesso
de peso as crianças tinham, piores as consequências, segundo o estudo.
“Crianças severamente obesas eram mais provocadas do que as com excesso de peso.
O estudo descobriu que as obesas não foram mencionadas pelos colegas quando as
crianças foram convidadas a relatar com quem gostavam de brincar mais e menos”,
diz Moises Chencinski.
Crianças severamente
obesas foram ativamente rejeitadas por seus pares; elas eram frequentemente
mencionadas por seus companheiros como menos favoritas e raramente mencionadas
como as mais favoritas. “Em termos de saúde emocional, as crianças gravemente
obesas apresentaram mais sintomas de depressão do que as que estavam acima do
peso e com peso saudável. Além disso, em comparação com crianças com sobrepeso,
ambas, tanto as crianças gravemente obesas, quanto as obesas, apresentaram mais
sintomas físicos (por exemplo, queixas de dor e visitas à enfermaria da escola)
que podem ter sido resultado de estresse ou preocupações psicológicas”, afirma
o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados
Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Os autores do estudo
dizem que ser provocado e rejeitado pelos pares e ficar deprimido, como
resultado pode exacerbar as dificuldades das crianças de brigarem contra o
excesso de peso ao longo do tempo. As crianças obesas podem se envolver no
comer emocional e compulsivo para lidar com a dor da rejeição, podem evitar os
exercícios físicos com os colegas para evitar provocações, comportamentos que
levam ao ganho de peso adicional.
“As intervenções que
abordam o comportamento dos grupos de pares podem limitar a exclusão e as
provocações, além de ajudar as crianças obesas a formarem laços de amizades.
Professores, pais e médicos precisam pensar juntos sobre o tema”, defende o
médico.
Moises Chencinski - http://www.drmoises.com.br
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